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A IMPORTÂNCIA DA POLÍTICA

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Palavra introdutória

Você pode estar se perguntando: o que este assunto tem a ver comigo? Tem tudo a ver, pois política é uma ciência relacionada à arte de governar! Além disso, goste ou não, pelo fato de viver em sociedade, as decisões políticas tomadas pelas pessoas escolhidas para governar afetam, direta ou indiretamente, sua vida.

Elas podem afetar, por exemplo, desde os seus direitos mais essenciais (como sua liberdade de expressão, sua integridade física, seu direito à propriedade, à saúde, à família, à educação e muito mais) até as coisas mais comuns do dia a dia (como o preço do arroz que você consome, a pavimentação da rua em que trafega, o bom funcionamento do hospital público de que você ou alguém que conhece pode eventualmente precisar etc).

POR QUE O CRISTÃO DEVE PREOCUPAR-SE COM POLÍTICA?

Muitos cristãos entendem que não devem preocupar-se com a política, pois creem que a mesma é algo pecaminoso e corrompido. Porém, a política, tal como o dinheiro e o sexo, não é um mal em si, apenas pode trazer prejuízos devido ao modo como as pessoas lidam com ela.

Assim como o sexo pode ser usado como uma bênção no casamento, selando ainda mais a união do casal, e o dinheiro pode ser usado em projetos que ajudem a nós mesmos e outras pessoas, gerem empregos e desenvolvam uma cidade/um país, ambos também podem ser usados de maneira pecaminosa. Por exemplo, o sexo pode tornar-se pecaminoso, se a pessoa der lugar à fornicação, à imoralidade, à prostituição, ao adultério, e o dinheiro pode ser usado para compra e uso de drogas, ou para fins de corrupção, e outros delitos/crimes.

Com a política não é diferente. Ela pode ser tanto uma arma poderosa para a promoção do bem de um povo como pode ser usada para fins de corrupção e injustiça. A diferença no uso da política vai depender das atitudes dos agentes políticos. Desta maneira, o cristão precisa acompanhar de perto as questões políticas que envolvem sua cidade, seu estado e seu país, fiscalizando os seus representantes eleitos e escolhendo pessoas corretas para representá-lo.

A seguir, apresentamos quatro razões para o cristão se preocupar com a política:

  • A Bíblia nos recomenda a atentar para as questões políticas (Rm 13.1-8; 1Tm 2.1-4);
  • A política interfere diretamente em várias áreas da nossa vida (1Rs 12.1-10);
  • A política pode ser uma ferramenta necessária à defesa dos valores cristãos (Sl 33.12-14; Pv 21.1; 29.2);
  • É nosso dever, como bons cidadãos, “dar a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mt 22.15-22).

1. A Bíblia nos recomenda a atentar para as questões políticas

Como todo governo e toda autoridade são constituídos pela permissão divina e como a política é considerada a arte de governar, vemos o cuidado de Deus em instruir Seu povo a interceder por seus governantes (1Tm 2.1), com objetivo de mostrar-lhe que, ao interceder pelos homens em eminência, Ele pode trabalhar no coração destes para que tomem decisões sensatas e sábias, visando à paz e à prosperidade da nação.

Em Romanos 13.1-8, o apóstolo Paulo afirma que toda autoridade foi constituída por Deus e que elas existem para a estabilidade do país e a tranquilidade dos cidadãos de bem.

Esse princípio pode ser aplicado às autoridades que dirigem uma empresa, bem como aos pais, que constituem a autoridade familiar, e às autoridades eclesiásticas (Ef 4.1-11), constituídas visando ao desenvolvimento da Igreja.

2. A política interfere diretamente em várias áreas da nossa vida

A narrativa em 1Reis 12.1-10 relata a ascensão de Roboão ao trono de Israel e informa que, devido ao seu despreparo para governar, ele não ouviu o conselho dos anciãos, líderes mais vividos e experientes que recomendaram que ele atendesse ao pedido do povo com relação à redução da carga tributária decretada por seu pai; algo que empobrecia o povo tornando a vida dos israelitas mais difícil e sacrificada.

Esse é apenas um exemplo de uma área que as decisões políticas podem afetar-nos grandemente.

3. A política é uma ferramenta necessária à defesa dos valores cristãos

Por meio dos representantes que elegemos, podemos exercer a defesa dos nossos princípios, impedindo que leis prejudiciais ao evangelho, às Sagradas Escrituras e à Igreja sejam aprovadas (tal como o PL 122, de 2006, que teve grande resistência por parte dos parlamentares que formavam a bancada evangélica no Congresso Nacional).

Na Bíblia, em Números 13, vemos que, quando Moisés separou 12 representantes das tribos para espionar Canaã, isto envolveu uma eleição dos espias. Além disso, vemos que Josué e Calebe, diferente dos outros 10 representantes que foram espiar a terra, defenderam o posicionamento do povo no sentido de este crer na promessa divina de Israel conquistar Canaã, como Deus havia prometido, e agir em conformidade a isto. Assim, eles a política para a defesa da fé e dos valores divinos. Mas, infelizmente, a maioria dos espias convenceu o povo de que este devia recuar, em vez de avançar.

Num conceito simples, política pode ser definida como um conjunto de procedimentos que expressam, de alguma forma, as relações de poder e que orientam [a sociedade] a resolver conflitos e dos problemas no que diz respeito aos bens de uma coletividade. (FIOVARANTI, p. 30)

4. É nosso dever como cidadãos preocupar-nos com política

Desde o Éden, o ser humano tem o hábito de transferir as suas reponsabilidades, tomando como exemplo a postura de Adão e Eva. Contudo, isto não é algo construtivo. Como cidadãos, temos os nossos direitos garantidos pelo ordenamento jurídico, mas também, juntamente com o governo e com toda a sociedade, somos responsáveis pelo destino da nossa cidade, do nosso estado e do nosso país. Por este motivo, o Senhor Jesus ensinou aos Seus discípulos sobre a responsabilidade de pagar os devidos tributos ao Império Romano (Mt 22.15-22).

CONCLUSÃO

Ao longo da história e das civilizações, pudemos observar a presença da política e seus efeitos sobre os povos. E, independente da forma de governo, percebemos que, quando a política é exercida de maneira boa para o povo, por parte dos seus governantes, ela produz prosperidade, qualidade de vida e grandes realizações para a população geral. Quando, porém, a política é exercida de maneira cruel e mesquinha, visando apenas aos interesses de seus governantes, ela tem efeitos nefastos na sociedade. Desse modo, o cristão é orientado por Deus e por Sua sabedoria na Palavra a atentar para a política e a escolher bem os seus representantes, de modo a exercer seus direitos como um cidadão do céu que vive na terra para promover o bem-estar social e os valores do Reino eterno.

Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo ao qual escolheu para sua herança(Salmo 33.12).

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