Essa é a questão que ressoa na história daqueles que são chamados por Deus, como eu e você.
Em Sua infinita misericórdia, Ele nos revela verdades a nosso respeito que, ao serem confrontadas com a nossa realidade, parecem destoar das promessas que fez.
Não é que o céu se engane de endereço. Na verdade, isso está muito mais relacionado à nossa percepção de nós mesmos diante daquilo que procede da boca de Deus. Diante da voz celestial, podemos ser tomados pelo medo, pela falta de coragem, pelas circunstâncias adversas e até pela dúvida de que certas coisas possam realmente se concretizar. Estamos limitados ao presente, ao agora e ao que aconteceu no passado.
Podemos, ainda, ter questionamentos como o de Maria, mas sem perder a confiança de que nossa vida sempre foi destinada ao serviço da Sua eterna vontade, que permanece sendo boa, perfeita e agradável.
O “como se fará isto?” direciona os holofotes para Aquele que faz a promessa. É uma pergunta direcionada, e a resposta pertence a Deus.
Já a expressão “visto que” revela muito sobre nós, pois o modo como algo acontecerá é a dúvida que permeia o nosso interior. Isso não significa falta de fé, nem ausência de relacionamento com Deus. Ninguém que não conheça o Senhor se declara servo Dele.
Não creio que no questionamento de Maria haja incredulidade. Acredito que sua pergunta reflita mais a sua humanidade do que a sua espiritualidade — e que isso nunca tenha constrangido o céu.
A resposta de Deus foi clara: tudo se cumpriria porque sobre Maria desceria o Espírito, que a cobriria com Sua sombra. Isso demonstra o grande desejo de Deus em revelar o céu por meio de pessoas limitadas, mas dispostas.
O cumprimento de uma promessa não depende das nossas habilidades, competências ou atitudes. A promessa depende totalmente de servos que obedecem, independentemente das circunstâncias. Maria se revela como alguém que decidiu obedecer, mesmo diante das dificuldades.
E aprendemos com ela que a obediência nem sempre é um ato de coragem, mas de confiança.