Em apocalipse 3.7, Jesus é apresentado como ‘Aquele que tem a chave de Davi, que abre e ninguém fecha; que fecha e ninguém abre’. No entanto, no v.20 do mesmo capítulo, nos deparamos com um Jesus que está do lado de fora, batendo à porta. Confesso que já passei várias vezes por essa leitura e nunca prestei muita atenção nisso.
Talvez, assim como eu, você quis insistir em situações que já não eram mais pra ser, tentou ser amigo de quem não fazia mais questão da sua amizade, ou teimou em ficar onde já não era mais bem vindo, na esperança de que as coisas pudessem mudar. Talvez você tenha sofrido por causa disso. Você continuou do lado de fora da porta do coração de alguém, batendo esperando que a porta se abrisse pra você entrar.
Acontece, que existem portas que só se abrem de dentro pra fora e a do nosso coração é uma delas. Quando ela se abre, quem passa por ela, seguindo coração a dentro, espera poder sentar e cear – ‘eu com ele e ele comigo’. Na mesma proporção que eu dou também recebo. Na mesa do coração aberto, ambos estão em pé de igualdade no que diz respeito a comunhão, ao prazer na companhia um do outro.
Voltando ao texto inicial, certa vez, lendo essa Palavra, e chateada por conta dessas portas na cara que a gente toma – e eu já tomei algumas – aprendi uma valiosa lição, daquelas que vêm direto do coração de Deus pro nosso.
– Será que alguém que tem na sua mão uma chave tão poderosa, que abre e ninguém fecha, e quando Ele fecha, ninguém consegue abrir, precisa ficar do lado fora de uma porta, batendo e esperando que alguém abra pra Ele entrar?
– Não, ele não precisa.
– Por que então?
É que quando se trata do coração humano, nem Jesus força a porta.
Que a sua alma encontre cura e conforto com essa palavra, assim como a minha encontrou também.