Família , a felicidade enviada por Deus

“Ele faz com que a mulher que não tem filhos seja respeitada no seu lar e a torna feliz, dando-lhe filhos. Aleluia!”Salmos 113:9

A família é uma instituição que Deus criou para que o ser humano viva em companhia. Diversas vezes vemos o nome família sendo utilizado para se referir a grupos de pessoas que convivem grande parte do dia, como em igrejas, escolas e até mesmo no trabalho. Apesar de muitas vezes passarmos um longo período do nosso dia fora de casa,  é no nosso lar que encontramos o verdadeiro significado de família. A verdade é que quando Deus projetou a família, Ele pensou em homens e mulheres convivendo em harmonia e amor com a sua prole. No entanto, por causa do pecado, vemos pessoas vivendo em tristes realidades devido a  famílias disfuncionais.

Apesar das particularidades, dificuldades, alegrias ou tristezas que vivemos em família, a Bíblia exalta sua formação desde o Antigo até o Novo Testamento. Seja quando lemos que o homem deve deixar pai e mãe e se unir a sua mulher e ser uma carne com ela (Gn 2.24), passando pelo Salmo 113.9 que diz que o Senhor faz com que a mulher estéril habite em família e seja alegre mãe de filhos, até Mc 10.8,9 quando Jesus diz que o que Deus ajuntou o homem não pode separar. Como cristãos conhecedores da palavra, já estamos familiarizados com esses textos bíblicos e tantos outros que falam sobre a família, desde a relação do homem e da mulher, criação de filhos, relacionamento com pais dentre outros ensinamentos.

Além da esfera espiritual, a família tem um papel de extrema importância na área social e pode ser cientificamente demonstrado.

Um estudo publicado em 2022 em uma revista internacional reuniu vários artigos que abordavam a relação familiar com a felicidade de crianças e adolescentes. A revisão comparou os estudos e concluiu que a união familiar foi associada com maiores níveis de felicidade entre crianças e adolescentes. Por outro lado, problemas na comunicação e altos níveis de conflitos familiares foram relacionados com a diminuição da felicidade nesse grupo de pessoas (PISTELLA, 2022).Outro trabalho publicado nesse ano pelo Instituto de Estudos da Família em colaboração com a Gallup World Poll, uma empresa americana de pesquisa de opinião, demonstrou correlação positiva entre o tempo gasto na internet e os problemas mentais apresentados em adolescentes americanos de 13-19 anos. Eles observaram que adolescentes que gastavam muito tempo em redes sociais apresentavam maior predisposição para problemas mentais

No entanto, o estudo mostra que em famílias onde os pais têm fortes laços de relacionamento com os filhos e monitoram o uso da internet a quantidade de horas gastas em redes sociais reduz pela metade.

De forma mais interessante, o estudo comparou adolescentes que gastam muito tempo na internet e que tem bom relacionamento com os pais, com adolescentes que também gastam muito tempo na internet, mas não tem bom relacionamento parental. Nos primeiros, a predisposição para apresentar problemas mentais diminuiu significativamente quando comparado com o segundo grupo. O estudo conclui mostrando que os pais apresentam grande responsabilidade no monitoramento do uso das telas pelos filhos, no entanto sem um bom relacionamento com seus filhos o monitoramento não é eficaz para a melhora da saúde mental desses (ROTHWELL, 2023).

O relatório mundial da felicidade (em inglês, WHR) publicado anualmente mostra os países mais felizes do mundo de acordo com alguns dados coletados pela Gallup World Poll. Os dados são coletados em mais de 150 países e avaliam parâmetros como o PIB per capita, assistência social, expectativa de vida saudável, liberdade para fazer escolhas, generosidade e percepções de corrupção. Como já é de se imaginar, os países desenvolvidos figuram sempre entre os primeiros lugares da lista, com especial atenção a Finlândia que pelo sexto ano consecutivo alcançou o primeiro lugar da lista de países mais felizes (WHR, 2023).

Entretanto, em 2018 essa pesquisa demonstrou que apesar dos níveis elevados de corrupção e da grande disparidade social e econômica na América Latina, essa região demonstrou os maiores níveis de afetividade positiva, que descreve o quanto as pessoas experimentam afetos positivos a partir das suas interações com os outros e com seu entorno. O relatório então discorre sobre algo que é extremamente forte na América Latina: seus  laços familiares, e a expectativa de relacionamentos próximos, íntimos e agradáveis. Em comparação com os países anglo-saxões e com a Europa Ocidental, os latinos americanos tendem a viver mais tempo com os pais e/ou parentes; as crianças passam mais tempo em casa ou sendo cuidada por algum membro da família ao invés de desconhecidos. Outro detalhe importante é o cuidado com os idosos que na grande maioria vive na casa de familiares ao invés de serem colocados em abrigos. Isso aumenta o contato da rede familiar, que se for agradável, contribui significativamente para o bem-estar dos envolvidos. Além da família nuclear, o relatório mostrou que na América Latina há uma grande interação com a família estendida, como sobrinhos, tios, primos, avós entre outros e pode ser um fator que também contribui para a maior percepção de felicidade nesses países.

O relatório conclui dizendo que existem muitos problemas sérios na região da América Latina tanto economica e socialmente e que não podem ser ignorados. Todavia, apesar da disparidade observada na região, o estudo mostrou que relacionamentos próximos são importantes para a felicidade das pessoas e não apenas fatores econômicos como se imaginava.

Esses trabalhos são apenas alguns dos muitos trabalhos publicados em revista de prestígio internacional, avaliadas cientificamente, que demonstram o que Deus já nos ensinou desde os primórdios do tempo quando Ele viu que não era bom que o homem vivesse só (Gn 2.18).