“Todo homem prudente age com base no conhecimento” Provérbios 13.16a
Teólogos : Uma figura AMADA por uns e ODIADA por outros.
Sem dúvida, uma figura amada por uns e odiada por outros. Qual seria o motivo para tamanha disparidade? Bem, em primeiro lugar, é fundamental sabermos a real essência de um teólogo.
Levando em consideração o étimo da palavra em pauta: Téologo é o estudioso, especialista em assuntos relativos ao Sagrado, ao numinoso, a Deus e debruça-se sobre todos os temas religiosos.
Todo teólogo milita entre a razão e a fé, pois, sua análise científica demanda métodos racionais aplicados ao seu objeto de estudo: a fé. Esta relação, no mínimo, carrega um determinado grau de contrariedade. Para alguns, é até impossível estabelecer um diálogo entre a fé e a razão. Indagam: Como podemos observar a fé? Como o tangível vislumbrará o intangível?
Assim como declara o salmista:
Tal conhecimento é maravilhoso demais
e está além do meu alcance;
é tão elevado que não o posso atingir.
Salmos 139:5-6
Dentro desta perspectiva, a tarefa do teólogo é inglória. Ele é, ao mesmo tempo, um estudioso que se dirige aos “domésticos da fé” e que se utiliza, para tanto, de categorias racionais enquanto elementos comunicativos.
Teólogo tem que falar com o outro, pois, ele possui o Logos de seu ofício: Deus. Portanto, ele fala!
É na tarefa de comunicar seu “logos” que reside o ponto de tensão do teólogo: Como tornar compreensível o seu discurso sobre Deus? Qual a melhor forma em transmitir ao outro o resultado de suas observações? O cerne da tal “disparidade” ,mencionada acima, concentra-se exatamente aqui!
Ser ou não ser “amado” não está, necessariamente, ligado à tarefa do “ser teólogo”, mas, sim, no como ele entrega e comunica a sua mensagem!
Em outras palavras, o teólogo aceito pelos “domésticos da fé” é aquele que, no exercício de seu labor, não se esquece que, em primeiro lugar, ele é porta-voz, um profeta! Este teólogo-profeta não se deixa levar pelos “delírios das letras”. Pelo contrário, ele, antes de tudo, mantém seu olhar e coração direcionados ao doador da fé, ao dono da mensagem: Deus!
Neste contexto, “estar em Deus” significa alimentar e nutrir virtudes fundamentas para o exercício de uma teologia saudável: Humildade, cordialidade, entrega, serviço e, sobretudo, amor. Em síntese: Teólogo-profeta é aquele que decidiu amar a Deus e o próximo como a si mesmo.
Tal fato blinda o teólogo da arrogância, da soberba e da presunção humana. Por isso, sua humanidade o vincula com a comunidade da fé e, consequentemente, seus impactos são relevantes e indispensáveis. Na verdade, a comunidade da fé necessita do teólogo, digo, do teólogo-profeta. Sem imposição, ele se impõe com a aceitação dos fiéis.
O foco desta reflexão no remete não ao “conteúdo” do teólogo, mas, sim, ao seu modo de vida e sua vida com Deus.
Por outro lado, o teólogo odiado é aquele que, num dado momento, olvidou de sua razão de ser: Deus. Por conta disso, foi inflado e se inflou da soberba e da altivez humana. Logo, seu “logos-discurso” perdeu vínculos e/ou a capacidade de se vincular com seu público, o povo da fé. Resultado: O seu serviço se transforma num desserviço; sua fala emudece e não reverbera em edificação. Infelizmente, ao invés de teólogo-profeta, tornou-se em teólogo-de-pedra, insensível a Deus, a si e aos outros!
Eu, enquanto teólogo-profeta, oro: