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Qual o papel do professor em despertar e reconhecer o potencial dos seus alunos?

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“E, batendo Pedro à porta do pátio, uma menina chamada Rode saiu a escutar. E, conhecendo a voz de Pedro, de alegria não abriu a porta, mas, correndo para dentro, anunciou que Pedro estava à porta. E disseram-lhe: Estás fora de ti. Mas ela afirmava que assim era. E diziam: É o seu anjo. Mas Pedro perseverava em bater, e, quando abriram, viram-no e se espantaram.”

Atos 12.13-16

No trecho acima, há a narração de um conhecido evento bíblico, em que, após ser liberto da prisão por um anjo, Pedro dirige-se ao local onde a igreja estava reunida em oração por ele. Uma menina chamada Rode escuta o clamor do apóstolo do lado de fora e avisa aos que ali estavam, mas não recebe crédito dos adultos.

Quem não conhece também a história do menino Samuel que, ao ouvir Deus chamá-lo, precisou ir ao sacerdote três vezes antes de receber a orientação correta de seu líder, já que parecia irracional crer que um menino poderia ouvir a voz de Deus.

De maneira análoga, no cotidiano da igreja, diante da reunião de tantas gerações em um mesmo ambiente, é possível identificarmos situações em que nossos adolescentes acabam marginalizados, tendo seu potencial bloqueado por falta de atenção ou confiança de seus mentores. Nesse sentido, cabe destacar que o professor de EBD tem uma posição privilegiada no que se refere à observação e à convivência com esses adolescentes, sendo assim, tem um papel protagonista no estímulo ao desenvolvimento ministerial de seus alunos.

É inegável que o tempo curto para um extenso currículo como o da escola bíblica é um desafio da educação cristã atual, na medida em que apenas um dia na semana, por cerca de uma hora, é muito menos do que qualquer docente cristão gostaria de ter para ensinar sobre a palavra de Deus. No entanto, ater-se a uma aula apenas expositiva, daquelas em que, como professores, saímos cansados de tanto falar, é uma estratégia pouco produtiva e, inclusive, destrutiva para o interesse das novas gerações. Há uma máxima na educação, segundo a qual o importante não é o que o professor ensina, mas sim o que o aluno aprende. Se não há espaço para que o aluno fale, pergunte, atue na construção do pensamento, dificilmente haverá um aprendizado eficiente. É justamente no momento da participação que o professor poderá identificar as peculiaridades de seus alunos, observando aqueles que são mais articulados, interessados, leitores assíduos da Bíblia, curiosos etc. Se o aluno permanece em silêncio, o educador perde a oportunidade de identificar e ajudar a desenvolver grandes talentos que estão sob sua mentoria. Veja, abaixo, a “Pirâmide da aprendizagem”, baseada na teoria do psiquiatra americano William Glasser, para explicar como as pessoas geralmente aprendem e qual a eficiência dos métodos nesse processo.

Essa necessidade de interação do aluno é fundamental quando pensamos que, como educadores cristãos, temos a oportunidade de levá-los a um relacionamento de intimidade com Deus e com sua palavra. Quando conseguimos transformar a sala de aula em um lugar de construção de memórias afetivas, nossa atuação rompe a limitação de apenas um dia na semana, levando o aluno a uma busca proativa do conhecimento da verdade, o que renderá frutos para sua vida.

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.”

2 Timóteo 3.16,17

Além disso, para que o professor possa identificar o potencial de seus alunos, é importante que esteja atento à turma de maneira íntegra. Isso porque, dependendo da estrutura da igreja local, é possível que as classes tenham um número variado de alunos – 5 ou 50, por exemplo – o que implica diretamente na multiplicidade de perfis com que o docente irá lidar. É comum e esperado que haja em uma mesma turma, por exemplo, um filho de pastores, criado na igreja e frequentador assíduo da EBD desde a infância, e um adolescente recém convertido, que caminhe com os pais ou sozinho, e esteja ainda aprendendo a manusear a Bíblia. Num cenário como esse, há um grande risco de o professor envolver-se apenas com os alunos mais interessados, ávidos por mais informações, sentados na primeira fileira; e ignorar involuntariamente aquele que demonstra apatia por ainda se sentir destacado ou diferente. Ao agir assim, além de correr um grande risco de perder esse adolescente para o mundo, o professor pode deixar de descobrir um grande talento a ser desenvolvido, por falta de empatia e de estímulo.

Desse modo, é importante que o professor exercite seu olhar para que impulsione os talentos que podem ser facilmente observados e ainda estimule aqueles que, inicialmente, estejam mais reservados, propiciando a participação, preparando aulas com uso de metodologias ativas, criando dinâmicas de integração que exijam múltiplas inteligências etc. Nesse processo, a integração entre a liderança do departamento de adolescentes e os professores da EBD é fundamental, de modo que estes possam comunicar aos líderes suas percepções, incentivando a atuação de seus alunos nos encontros e eventos em que haja espaço para eles. Nosso papel é, portanto, inspirar e impulsionar adolescentes como Samuel e Rode que, envolvidos com a igreja, tenham experiências com Deus e possam crescer em graça e conhecimento, acompanhados por mentores que são capazes de corrigir e ensinar com maestria e amor, dedicados àquilo que foram chamados para fazer.

“De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino.”

Romanos 12.6,7

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