O texto a seguir é parte de uma reflexão a partir da obra “Quem controla a escola governa o mundo”, de Gary DeMar. Gary DeMar, escritor e palestrante americano, ex-presidente do ministério American Vision, escreveu este livro que abre a nossa mente em relação às verdadeiras intenções do Estado, no que diz respeito a educação das crianças. O autor nos faz, através da construção de um interessante pano de fundo histórico, um alerta sobre um fato que vem perturbando os pais e a sociedade (não só a norte-americana): a doutrinação ideológica das crianças.
Neutralidade no ensino existe?
Neste livro, DeMar faz um insistente apelo ao leitor, enfatizando a necessidade urgente de acabar com o mito da neutralidade no ensino, e demonstrando que o sistema educacional corrente atinge, diretamente, a vida das crianças cristãs e de sua família. O autor argumenta, por meio de um texto recheado de citações relevantes e discussões inteligentes, o fato de os humanistas transformarem a educação em um deus em que eles mesmo controlam tudo.
Embora o livro trate da realidade do sistema educacional norte-americano, talvez o seu grande mérito, para os leitores brasileiros, seja exatamente lançar uma luz sobre nossa negligência como cristãos nessa área, nos fazendo refletir sobre a proposta pedagógica predominante no Brasil atualmente. À semelhança do que acontece nos EUA, isso vai muito além de uma metodologia educacional e contém sérias contradições com os princípios da fé cristã.
Reforma Protestante e ensino
Diferentemente do que muito acreditam, os cristãos trouxeram relevantes transformações na educação. Se olharmos para a história, veremos que com a Reforma Protestante houve uma crescente no ensino da população, eis que os reformadores estavam comprometidos não só de ensinar a Bíblia como Palavra de Deus, bem como instruir o povo nas ciências da época, começando na base, ensinando-lhes a ler e a escrever.
Após a Reforma Protestante, grandes universidades foram criadas ao redor mundo, como por exemplo: Universidade de Yale, em 1640; a Universidade de Harvard, em 1643; a Universidade de Princeton, em 1746; e a Universidade Livre de Amsterdã, em 1881. Os reformadores tinham um lema: “uma igreja, uma escola”. E, nós, como cristãos, recebemos essa herança e devemos nos empenhar para dar continuidade ao legado deixado.
A intenção é essa: doutrinação escolar
Ao mostrar através da história como a busca pelo controle educacional ocorreu durante o nazismo, passando pelos regimes comunistas e por outras cosmovisões – incluindo o alerta sobre as armadilhas do pluralismo e dos mitos sobre o evolucionismo – o autor ressalta a importância da cosmovisão cristã em contraponto ao que ideólogos “esquerdopatas”, marxistas, gramscistas, ateus e outros tais. Estes últimos, insistem em mudar valores e princípios ético-morais, usando, inclusive, professores como “massa de manobra” no ensino básico (fundamental e médio) para consecução de seus objetivos. Não se enganem: as motivações humanistas, imorais e demoníacas dos governos e autoridades, especialmente de linha marxista, na suposta educação de nossos filhos tem um objetivo: o controle da escola para criar o cenário para o domínio do mundo. Os princípios sempre foram os mesmos, seja na Alemanha nazista, seja nos antigos regimes da Cortina de Ferro, e isso nos ajuda a entender quais são as reais pretensões.
E o que podemos fazer?
O ódio ao Cristianismo é evidente. E no que diz respeito ao projeto educacional que vem sendo implantado de forma cada vez menos dissimulada, através de temas impostos pela Base Nacional Curricular Comum (BNCC) (documento referencial das escolas públicas e privadas do país, como legalização do aborto, Ideologia de Gênero, ensino de educação sexual), tão presente nas correntes marxistas, o que podemos dizer é que temos que repelir, de maneira incisiva essas ações. Mas, como?
O autor propõe algumas ideias interessantes como, por exemplo, a proposta de investimento por parte das igrejas em escolas cristãs e na educação infantil. Outrossim, a proposta de usar os espaços ociosos das igrejas, reservados muitas das vezes apenas ao encontro da Escola Bíblica Dominical, para a implantação dessas ações, poderia ser uma realidade no Brasil. DeMar nos faz refletir: se igrejas evangélicas, pastores e líderes, bem como os cristãos, mudassem um pouco o pensamento sobre o assunto e enxergassem a urgente necessidade de um ensino fundamentado nas sagradas Escrituras e no evangelho de Jesus Cristo, poderíamos mudar essa realidade.
Acreditamos que nossas igrejas precisam ensinar ideias básicas apologéticas, protegendo as crianças de tudo o que é diferente dos princípios bíblicos. Quem sabe, poderíamos pensar em formar pedagogos em nossas universidades, totalmente comprometidos com nossa cosmovisão cristã. Ainda: temos que mostrar aos pais a importância de participarem da construção dos currículos educacionais, debatendo e “vigiando” o que está sendo ensinado aos seus filhos. Uma coisa é certa: o rio precisa ser descontaminado a partir da nascente.
Este texto foi elaborado pelos autores apresentados abaixo:
Ronaldo de Jesus
Pr Ronaldo de Jesus é publicitário, mestre em administração, professor universitário, atualmente serve ao Senhor como superintendente nacional da EBD ADVEC e é o Peão 01 da Fábrica EBD.
Melquisedeque Barbosa
O autor é advogado, pós-graduado em Direito Tributário e líder da EBD na ADVEC Realengo, Rio de Janeiro.
Rosane Rocha
A autora é bióloga, professora da rede pública de ensino, membro da Igreja Batista de Madureira, Rio de Janeiro.