“Farei de você um grande povo, e o abençoarei.” Gn.12.2
Abraão é reconhecido como o patriarca de dois povos: o povo judeu e o povo árabe. Os judeus descendem de Isaque, nascido da união de Abraão e Sara, sua esposa. Os árabes descendem de Ismael, filho de Abraão com Agar, sua serva. Patriarca DAS TRÊS MAIORES RELIGIÕES MONOTEISTA DO MUNDO (JUDAISMO/ISLAMISMO E CRISTIANISMO) .
Ao falarmos de Abraão, estamos falando de uma história real, ocorrida por volta de 1850/1951 – (2.100 a.C.) População época de Abraão: 20 a 30 milhões.
De acordo com a Bíblia, Abraão morreu aos 175 anos de idade e foi enterrado por seus filhos Ismael e Isaac onde estava o túmulo de Sara, nos arredores da cidade de Hebron ( A cidade de Hebrom é a segunda cidade mais importante para o povo de Israel depois de Jerusalém).
Confusão – Esterilidade e Abandono: Unidade e Dispersão na Narrativa Bíblica.
Na narrativa bíblica, encontramos dois eventos no mesmo capítulo de Gênesis – (Gn 11): a construção da Torre de Babel e a chamada de Abraão.
A Torre de Babel: Concentração de Poder
No relato da Torre de Babel (Gênesis 11:1-9), os seres humanos decidem construir uma cidade e uma torre que alcance os céus, com o objetivo de fazer um nome para si mesmos e evitar serem espalhados pela terra. Esta ação demonstra uma tentativa de concentrar poder e manter a unidade em um único lugar. Porém, esse desejo de unidade vai contra o mandamento de Deus dado após o Dilúvio, que ordenava que a humanidade se espalhasse e enchesse a terra.
Para impedir que o poder se concentre nas mãos de poucos e para assegurar a dispersão e multiplicação, Deus confunde as línguas dos construtores da torre, forçando-os a se espalharem pela terra.
O versículo-chave que expressa essa intenção é:”E disseram: ‘Venham, vamos construir uma cidade, com uma torre que alcance os céus, para que possamos fazer um nome para nós mesmos e não sermos espalhados sobre a face da terra.'” (Gênesis 11:4).
“Deus os abençoou e lhes disse: ‘Sejam férteis e multipliquem-se! Encham a terra!'” (Gênesis 9:1).
No entanto, essa dispersão precisa de um ponto de referência, uma âncora de unidade e propósito, que é encontrada na família de Abraão.
Adendo : Resultado:
Gênesis 9:28-29: “E viveu Noé, depois do dilúvio, trezentos e cinquenta anos. Todos os dias de Noé foram novecentos e cinquenta anos, e morreu.”
Abraão nasceu 292 anos após o dilúvio, e Noé viveu 350 anos após o dilúvio, então Noé morreu quando Abraão tinha cerca de 58 anos.
O pai de Abraão, Tera, era um dos nobres de Ninrode. Abraão cresceu numa sociedade onde todos, inclusive ele próprio, adoravam ídolos.
A informação de que Terá, pai de Abraão, era fabricante de ídolos não está diretamente presente na Bíblia. Essa tradição vem de fontes judaicas posteriores, particularmente da literatura midráshica e talmúdica.
Fontes Judaicas
- Midrash Rabá (Bereshit Rabá 38:13):
Em Bereshit Rabá, uma coleção de interpretações rabínicas sobre o Livro de Gênesis, há uma famosa história onde Terá é descrito como um fabricante de ídolos. Nesta história, Abraão quebra os ídolos de seu pai e, quando questionado por Terá, afirma que os ídolos lutaram entre si. Esta história é usada para mostrar o discernimento espiritual de Abraão e sua rejeição da idolatria.
- Talmude Babilônico (Avodá Zará 53b):
No Talmude, especificamente no tratado Avodá Zará, que lida com questões de idolatria, há menções que reforçam a ideia de que Terá estava envolvido na fabricação e venda de ídolos.
Ur era um centro de culto ao deus-lua Nanna (Sin), e a idolatria estava profundamente enraizada nas práticas religiosas e culturais.
Segundo o Midrash, Abraão, ainda jovem, desafiava as práticas de idolatria de seu pai Tera. Há uma famosa história onde Abraão quebra os ídolos de seu pai, simbolizando sua rejeição ao politeísmo e sua busca pelo monoteísmo.
Aos 25 anos, casou-se com sua sobrinha Iscá (também conhecida como Sarai, e mais tarde, Sara). Nessa época, Ninrode começou a construir a Torre de Babel. A construção da torre foi um empreendimento gigantesco, no qual participou a maior parte da humanidade, e durou muitos anos. O Midrash explica que, no seu ponto mais alto, a torre era tão alta que demorava um ano para chegar até o topo. Naquele ponto, um tijolo era mais precioso aos olhos dos construtores do que um ser humano; se um homem caísse e morresse, ninguém dava atenção, mas se caísse um tijolo, eles choravam, pois demoraria um ano para substituí-lo.
Significado dos Nomes
Abrão: Significa “pai exaltado” – “pai da altura” – “pai elevado”.
Abraão: Significa “pai de uma multidão” ou “pai de muitos”.
Ur dos Caldeus: A cidade de Abraão
A Mesopotâmia, abrangendo regiões do atual Iraque, é frequentemente referida como o “berço da civilização” devido à sua contribuição para o desenvolvimento inicial de tecnologias e sistemas sociais que moldaram o curso da história humana. A história e os avanços realizados nessa região são fundamentais para entender as origens da civilização como a conhecemos hoje.
Ur dos Caldeus foi uma das cidades-estados mais ricas já desenterradas das culturas mais antigas do vale da Mesopotâmia.
A morada de Abraão está tradicionalmente localizada na antiga cidade de Ur, que se encontra no atual território do Iraque. Ur era uma importante cidade-estado suméria e é frequentemente considerada um dos berços da civilização humana.
1. Invenção da Roda: A roda é uma das mais significativas invenções da humanidade.
2. Desenvolvimento da Escrita: A escrita cuneiforme, uma das primeiras formas de escrita.
3. Matemática: Desenvolveram um sistema matemático avançado
4. Política e Cidades-Estado: Este modelo influenciou o desenvolvimento das futuras civilizações.
5. Cerâmica: A produção de cerâmica não apenas foi essencial para o armazenamento e transporte de alimentos…, mas também evoluiu para formas de arte que transmitiam significados culturais e religiosos.
O Chamado de Abraão:
Gn 12:1 Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.
A conquista onde existe apenas dois personagens, sem objetos, sem mais nada: Você e Deus. É a conquista que parte de dentro para fora, a motivação é interna.
Lech-Lecha… “Vai para ti mesmo” – “deixe por si mesmo”:” Sai de sua terra, de tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.
Rashi comenta: Vá para sua própria satisfação e benefício.
Uma Prova dentro de Uma Prova
Não implica em apenas a construção de uma vida completamente nova, longe de toda segurança e dos primeiros apegos emocionais, ou a disposição de mergulhar sem saber onde aonde isso iria levar, mas uma resposta para algo a mais.
As Promessas :
Progênie – Te farei uma grande nação.
A seção final, de (Gn 16:1) até o final, fala sobre o nascimento de Ismael e anuncia o próximo nascimento de Isaque. Aqui o nome de Abraão é alterado para Abraão em referência a progênie futura.
Riqueza
A primeira seção (Gn 12:10-13:18), detalha a fome que força Abraão ir de Canaã para o Egito, e termina com uma gíria contemporânea para riqueza, visto que Abraão estava excessivamente carregado com gado, prata e ouro (13:2).
Fama
E a segunda seção (Gn 14:11-24), descreve a guerra na qual Abraão derrota os exércitos combinados de quatro dos maiores poderes do mundo. Termina com reconhecimento mundial e a proclamação histórica de Malkizedek de que Abrão é abençoado ao Deus Altíssimo.
Simbolismo:
O chamado divino contém sete elementos (i.e., o número simbólico de completude):
(1) “Farei de você uma grande nação”;
(2) “o abençoarei”;
(3) “tornarei seu nome grande”;
(4) “você será uma bênção”;
(5) “abençoarei os que o abençoarem”;
(6) “amaldiçoarei quem o amaldiçoar”;
(7) como clímax, na sétima posição favorecida, “todos os povos da terra serão abençoados através de você”.
A parte dos laços familiares de Abraão (11.27-32), o narrador deixa em branco os primeiros setenta e cinco anos da vida de Abraão e lança um véu sobre a morosidade de Abraão em crer. Aliás, o narrador focaliza o chamado divino de Abraão.
Gênesis 11:31-32 (NVI):”Terá tomou seu filho Abrão, seu neto Ló, filho de Harã, e sua nora Sarai, mulher de seu filho Abrão, e juntos partiram de Ur dos caldeus para ir a Canaã. Mas, ao chegarem a Harã, estabeleceram-se ali.
Transição de Localização: A mudança de Ur para Harã e, eventualmente, para Canaã, é parte do plano de Deus para Abraão e seus descendentes. Obediência e Fé: A decisão de Abraão de continuar a jornada até Canaã, seguindo o chamado de Deus, é um ato de obediência e fé que é central na narrativa bíblica.
O narrador também omite a razão que Tera levantou acampamento e partiu para Harã (Gn 11:31-32), e os grandes centros religiosos e econômicos pelos quais Abraão, indubitavelmente, passou em sua jornada, pois esta migração e estes centros apenas distrairiam o propósito do narrador.
A Paternidade de Abrão :
A preocupação e revelação de Deus à desafiadora mulher egípcia, Agar, antecipa a maneira de Jesus tratar a pecadora mulher samaritana (Jo 4). Ambas são mulheres pecadoras, não obstante, o Senhor chega a ambas com profunda compaixão.
Agar é a única mulher na literatura do antigo Oriente Próximo (Antigo Testamento) a ser chamada pelo nome por uma deidade, e ela é a única pessoa no Antigo Testamento que confere a Deus um nome. Esse nome, “El Roi” “Aquele Que Me Vê” e “Aquele Que Eu Vejo”, sintetiza sua relação especial.
(Gn 16:8) E disse: Agar, serva de Sarai, donde vens, e para onde vais? E ela disse: Venho fugida da face de Sarai minha senhora.
(Gn: 16:13) E ela chamou o nome do Senhor, que com ela falava: Tu és Deus que me vê; porque disse: Não olhei eu também para aquele que me vê?
Proteção Física e Segurança:
Resgate de Ló: Em Gênesis 14, Abraão demonstra ser um protetor ao liderar uma expedição para resgatar seu sobrinho Ló, que havia sido capturado por reis inimigos. Esse ato mostra sua coragem e disposição em proteger sua família.
Cuidado com Ismael: Mesmo após a expulsão de Agar e Ismael (Gênesis 21:14), Abraão é assegurado por Deus que cuidará deles. Isso indica a preocupação contínua de Abraão com o bem-estar de seu filho, mesmo quando ele precisa tomar decisões difíceis.
Um Pai Orientador:
Ensino e Instrução Espiritual:
Instrução da Fé: Gênesis 18:19 destaca que Abraão é escolhido para ensinar seus filhos a guardarem o caminho do Senhor, praticando justiça e retidão. Ele é um modelo de fé e obediência a Deus, passando esses valores para seus filhos.
Exemplo de Vida Justa: Abraão vive uma vida que exemplifica confiança em Deus.
Transmissão de Valores e Tradições:
Envolvimento na Aliança: Abraão assegura que Isaque entende e continua a aliança com Deus, que é central para a identidade e a fé de seu povo. (Gênesis 24).
Cumprimento dos Deveres Paternos:
Circuncisão de Isaque: Abraão circuncida Isaque ao oitavo dia, conforme ordenado por Deus (Gênesis 21:4).
Provisão para Todos os Filhos: Antes de morrer, Abraão dá presentes aos filhos de suas concubinas e os envia para o leste, garantindo que a herança principal vá para Isaque, mas cuidando de todos os seus descendentes (Gênesis 25:5-6).
Abraão vivia atento à voz de Deus. Ele dependia do Senhor em cada aspecto de sua vida e, por esse motivo, tinha todas as suas necessidades supridas. Nós precisamos fazer o mesmo se quisermos cultivar uma comunhão profunda com o Pai.
Deus deseja ser nosso amigo, como foi de Abraão. A melhor forma de conquistarmos isso ´r seguindo o exemplo do patriarca, que cofiou nas promessas do Senhor, esperou nele e foi obediente à Sua Palavra.