Do Egito à Páscoa
Quando ainda estava na Mesopotâmia (Atos 7.2), Abraão recebe uma orientação do único e verdadeiro Deus: “Então o SENHOR disse a Abrão: ‘Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei’.” (Gênesis 12.1)
Certamente, é preciso fé para deixar o conforto e tudo o que se conhece para seguir o plano que Deus. Abraão, pela fé, obedeceu e chegou à Canaã, a terra que Deus lhe mostrou, onde viveu em tendas, assim como o fizeram seu filho Isaque e, depois, seu neto Jacó (Hebreus 11.9). Por volta do ano 1876 a.C., quando já era Jacó o líder do povo de Deus, uma grande fome acometeu a Terra prometida. Jacó, então, decidiu deixar Canaã e se dirigir ao Egito, em busca de suprimento, já que um de seus filhos, José, exercia posição de autoridade neste lugar. Talvez fosse melhor ter continuado onde Deus o havia colocado e crido na provisão do Senhor.
Jacó leva adiante o seu próprio plano e, juntamente com cerca de setenta pessoas, chegam ao Egito, onde são recebidos como hóspedes, mas depois de algum tempo serão escravizados. Ali, no tratamento dado pelos egípcios ao povo de Deus é que se inaugura o que hoje chamamos de antissemitismo. Aquelas 70 pessoas que lá chegaram, apesar da opressão, exploração e humilhação que enfrentavam, se tornariam dois milhões de pessoas em um período de quatro séculos, tempo em que Deus permaneceu em silêncio. No ano de 1447 a.C., contudo, algo extraordinário aconteceu: Deus, na forma de um arbusto flamejante, escolheu Moisés para voltar a falar com o seu povo.
No diálogo com Moisés, Deus faz quatro promessas. Nós as identificamos na instrução que Deus deu a Moisés, dizendo-o que comunicasse aos israelitas o seguinte:
“Por isso, diga aos israelitas: Eu sou o SENHOR. Eu os livrarei do trabalho imposto pelos egípcios. Eu os libertarei da escravidão e os resgatarei com braço forte e com poderosos atos de juízo. Eu os farei meu povo e serei o Deus de vocês. Então vocês saberão que eu sou o SENHOR, o seu Deus, que os livra do trabalho imposto pelos egípcios.” (Êxodo 6.6-7, NVI).
Veja que a retirada do povo da opressão envolve quatro promessas. Voltaremos a falar sobre isso. Por agora, lembremo-nos que o Faraó não concordaria com a determinação de Deus, conforme Deus mesmo o previu (Êxodo 3.19), de maneira que Deus haveria de julgar a maldade no Egito por meio de utilização de dez pragas, cada uma voltada a uma característica de um deus egípcio, de modo a convencer o Faraó e os egípcios que o Deus dos hebreus era maior do que todos falsos deuses, já que era o Deus dos hebreus é o único e verdadeiro Deus.
A última e decisiva praga consistia na morte de todos os primogênitos que que estivessem no Egito (Êxodo 11.4-5), fossem do palácio ou fossem escravos. Ocorre que no julgamento que Deus da maldade do mundo, Ele sempre nos dá a saída para não sermos destruídos juntamente com a destruição da maldade. A instrução que Deus dá a Moisés, para que ele a proclame a todos os que queiram ouvir, é a seguinte: as pessoas que cressem na mensagem deveriam colocar o sangue de um cordeiro sobre a porta da casa. O julgamento de Deus passaria por cima dos que estivessem cobertos pelo sangue do cordeiro (Êxodo12.13). É preciso estar coberto pelo sangue do cordeiro para ser salvo! Deus assim procede e o Faraó, não mais suportando o peso do julgamento de Deus, libera os israelitas da escravidão (Êxodo 12.31).
Vamos entender agora como surge a páscoa. Veja que no passar por cima do julgamento de Deus dos que estão cobertos pelo sangue do cordeiro é que exatamente temos a etimologia da palavra Páscoa. Aliás, Páscoa, em hebraico, é “Pesach“, que quer dizer ‘passar por cima’, o mesmo sentido do termo em outras línguas, a exemplo de “Passover”, da língua inglesa. A Páscoa é, portanto, a comemoração da libertação da escravidão, que é até hoje celebrada pelos judeus com quatro pequenos cálices de vinho. Vale dizer que esta tradição, presente até hoje, encontra-se em fontes antigas rabínicas, a exemplo da coleção Mishná, mais especificamente no livro Pesaim (10:1), que instrui que a celebração seja feita com os referidos quatro cálices.
Os Quatro Cálices
Você deve estar se perguntando o por que de serem exatamente quatro cálices. Ora, lembra-se que falamos das quatro promessas referentes à libertação do povo da opressão do Egito, promessas essas que estão no livro de Êxodo (6.6-7)? Cada cálice corresponde a uma das promessas. Os quatro cálices representam a razão de ser da primeira Páscoa da história. Mas o que dizer da última ceia pascoal, que marcou os últimos momentos de Jesus Cristo, o próprio Deus, aqui na Terra?
O que iremos ver aqui é que, em verdade, as promessas feitas em Êxodo (6.6-7), embora cumpridas na libertação do povo de Egito, apenas encontram o seu sentido mais perfeito e profundo quinze séculos após, na última ceia, com Jesus Cristo.
Releiamos Êxodo (6.6-7):
“Por isso, diga aos israelitas: Eu sou o SENHOR. Eu os livrarei do trabalho imposto pelos egípcios. Eu os libertarei da escravidão e os resgatarei com braço forte e com poderosos atos de juízo. Eu os farei meu povo e serei o Deus de vocês. Então vocês saberão que eu sou o SENHOR, o seu Deus, que os livra do trabalho imposto pelos egípcios.” (Êxodo 6.6-7, NVI)
Deixe-me colocar forma mais didática as quatro promessas mencionadas:
- Promessa 1: “Eu os livrarei do trabalho imposto pelos egípcios” (Ex 6.6a, NVI).
- Promessa 2: “Eu os libertarei da escravidão” (Ex 6.6b, NVI).
- Promessa 3: “Eu os resgatarei com braço forte e com poderosos atos de juízo” (Ex 6.6c, NVI).
- Promessa 4: “Eu os farei meu povo e serei o Deus de vocês” (Ex 6.7a, NVI).
Voltaremos a essas promessas, verificando a participação de Jesus em cada cálice. Por agora, é importante que saibamos que é um erro teológico dizer que Jesus Cristo é uma promessa. Jesus não é uma promessa, mas sim, aquele em quem as promessas se cumprem. Todo o Antigo Testamento aponta para Cristo e nele se realiza. Por isso, Jesus em seus últimos momentos aqui na Terra elevou a um nível de inimaginável beleza e profundidade a celebração dos quatro cálices. É o que veremos.
A última Páscoa
Na preparação para a própria morte, nos últimos momentos de sua passagem aqui pela Terra, Jesus Cristo priorizou duas atividades: faria a ceia de páscoa com seus discípulos e depois iria orar sozinho no jardim de Getsêmani. O Evangelho de Lucas nos dá uma dimensão da significância daquela ceia de Páscoa, pois Jesus esclarece o interesse de Jesus naquele evento, a vinculação com o serramento de seu sangue (sofrimento) e que até que se cumpra por completo o Reino de Deus, não voltaria a comer da Páscoa: “E lhes disse: ‘Desejei ansiosamente comer esta Páscoa com vocês antes de sofrer. Pois eu lhes digo: Não comerei dela novamente até que se cumpra no Reino de Deus’.” (Lucas 22.15-16, NVI)
Na última Páscoa, Jesus não só celebraria a libertação da escravidão do Egito, nas quatro promessas de Êxodo (6.6-7), mas principalmente celebraria a libertação da escravidão do pecado. Assim como para cada uma das quatro promessas, os judeus por séculos haviam celebrado com os quatro cálices, Jesus agora faria o mesmo, só que de forma muito mais perfeita. Você deve estar se perguntando sobre onde as Escrituras falam dos quatro cálices na última ceia de Jesus com os discípulos. É o que passaremos a ver a partir de agora.
O Primeiro e o Segundo Cálices
Primeiramente, vejamos que embora os evangelhos de Mateus e Marcos só discorram sobre apenas um cálice, o evangelho de Lucas fala este e mais outro. Vejamos:
“17 Recebendo um cálice, ele deu graças e disse: ‘Tomem isto e partilhem uns com os outros.
18 Pois eu digo que não beberei outra vez do fruto da videira até que venha o Reino de Deus’.
19 Tomando o pão, deu graças, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: ‘Isto é o meu corpo dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim’.
20 Da mesma forma, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: ‘Este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vocês’.” (Lucas 22:17-20, NVI)
Conforme vimos, os dois primeiros cálices se referem às duas primeiras promessas de Êxodo (6.6-7, NVI):
- Promessa 1: “Eu os livrarei do trabalho imposto pelos egípcios” (Êxodo 6.6a, NVI).
- Promessa 2: “Eu os libertarei da escravidão” (Êxodo 6.6b, NVI).
Em outras palavras, com o primeiro cálice, Jesus celebra a realização mais perfeita da promessa 1: a sua morte, o seu sofrimento, nos livrará do jugo, da opressão, da imposição promovidos pelo pecado, pelo mal.
Com o segundo cálice, Jesus celebra a libertação da escravidão do pecado, que é a condição que nos tornava submissos, sujeitos, dominados pela opressão do mal. É, portanto, a celebração de uma nova aliança, por meio da qual deixamos de ser escravos do pecado e passamos a ser livres.
Se retomarmos o Evangelho de Lucas, relendo o último verso que apresentamos aqui (Lucas 22.20), veremos a referência a nova aliança:
“20 Da mesma forma, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: ‘Este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vocês’.” (Lucas 22:17-20, NVI)
Passaremos agora a ver como Jesus participa do terceiro cálice.
O Terceiro Cálice
O terceiro cálice, conforme vimos, é o que se refere à terceira promessa que Deus faz em Êxodo (6.6-7). Vamos relembrar a terceira promessa:
· Promessa 3: “Eu os resgatarei com braço forte e com poderosos atos de juízo” (Êxodo 6.6c, NVI).
Permita-me fazer uma breve observação aqui. Até então, temos utilizado a tradução NVI, a qual traduz o hebraico נטה (natah) por “forte”. Parece-me que esta não é a melhor tradução do termo. A forma mais adequada de traduzir נטה (natah) é por “estendido” ou “esticado”. Ou seja, em vez de “braço forte”, “braço estendido”. Esta é, inclusive, a forma que a tradução ARA (Almeida Revista e Atualizada) apresenta. Senão, vejamos:
“6 Portanto, dize aos filhos de Israel: eu sou o SENHOR, e vos tirarei de debaixo das cargas do Egito, e vos livrarei da sua servidão, e vos resgatarei com braço estendido e com grandes manifestações de julgamento.” (Êxodo 6.6c, ARA))
- Promessa 3: “vos resgatarei com braço estendido e com grandes manifestações de julgamento” (Êxodo 6.6c, ARA).
A promessa de Deus é de nos resgatar. O verbo “resgatar”, do original hebraico גאל (ga’al), talvez traga uma das semânticas mais relevantes em todo o Antigo Testamento. Sua utilização ordinária representa o ato de comprar de volta a terra que está sendo alienada o outrem, conforme se vê, por exemplo, nos livros de Levítico (25.26) ou de Rute (4.3-4). Em um sentido mais profundo, que vemos em Êxodo (6.6c), a promessa de Deus é a de pagar o preço que for preciso para comprar de volta para si a humanidade.
No livro do Êxodo, Deus também promete que este resgate será feito “com grandes manifestações de julgamento”, na tradução ARA, ou, dito de outra forma, “com poderosos atos de juízo”, conforme se lê na tradução NVI. Além disso, Deus promete fazer isso com braço estendido, de maneira que no cumprimento perfeito da promessa, Jesus deve participar do terceiro cálice com braço estendido, esticado. Anteriormente, já dissemos aqui que Jesus priorizou duas atividades para os últimos momentos aqui na Terra. Primeiro, a ceia páscoa com os discípulos, e depois a ida ao Jardim Getsêmani, no Monte das Oliveiras, para orar sozinho. Este momento de oração individual era necessário porque logo mais Jesus experienciaria o maior evento de julgamento já registrado na história da humanidade. Sobre Jesus, todos os pecados da humanidade seriam colocados, e Ele seria julgado na cruz, para pagar o preço pelo nosso resgate. Você consegue ver a relação com o cumprimento da terceira promessa, a promessa celebrada com o terceiro cálice?
O terceiro cálice é o cálice da agonia do Deus encarnado, o cálice da paixão de Cristo, do sofrimento inimaginável de nosso Senhor e Salvador. É o cálice que representa Deus, que não tem pecados, suportando todo o pecado do mundo.
Vejamos o peso desse cálice na forma como Jesus ora no jardim:
“39 Como de costume, Jesus foi para o monte das Oliveiras, e os seus discípulos o seguiram.
40 Chegando ao lugar, ele lhes disse: ‘Orem para que vocês não caiam em tentação’.
41 Ele se afastou deles a uma pequena distância, ajoelhou-se e começou a orar:
42 ‘Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua‘.
43 Apareceu-lhe então um anjo do céu que o fortalecia.
44 Estando angustiado, ele orou ainda mais intensamente; e o seu suor era como gotas de sangue que caíam no chão.”
(Lucas 22.39-44, NVI)
Com o entendimento do terceiro cálice é que podemos ver a profundidade da oração, em especial do que se registra no verso 42:
“Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua”. (Lucas22.42)
Em outras palavras, a oração foi: “Pai, se queres, afasta de mim o sofrimento inimaginável de quem nunca pecou pagar o preço pelos pecados da humanidade; contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua.” Consegue ver a profunda beleza disso?
Já vimos que o terceiro cálice se realizaria em grande manifestação de julgamento, mas em que momento Jesus participaria dele, e como o faria de braço estendido? Como alguém poderia levar à boca o vinho, se tem de estar com braço estendido?
Vejamos algo impressionante aqui. Depois da oração, com Jesus já capturado e pregado na cruz, já prestes a entregar a sua vida, ele profere palavras que seriam muito difíceis de entender se não considerarmos o contexto do cumprimento da promessa com o terceiro cálice.
Entre as últimas palavras de Jesus, estão as registradas por João em seu evangelho. Vejamos:
“Mais tarde, sabendo então que tudo estava concluído, para que a Escritura se cumprisse, Jesus disse: ‘Tenho sede’.” (João 19.28, NVI).
Por que Jesus, na iminência de sua morte, diria que tem sede para que a Escritura se cumprisse? Você nunca se perguntou qual é a relação de se ter sede para que a Escritura se cumprisse? Vejamos o quão belas são as Escrituras. Leiamos a novamente o verso 28 e, depois, o 29 e 30:
“28 Mais tarde, sabendo então que tudo estava concluído, para que a Escritura se cumprisse, Jesus disse: ‘Tenho sede’.
29 Estava ali uma vasilha cheia de vinagre. Então embeberam uma esponja nela, colocaram a esponja na ponta de um caniço de hissopo e a ergueram até os lábios de Jesus.
30 Tendo-o provado, Jesus disse: ‘Está consumado!’ Com isso, curvou a cabeça e entregou o espírito.”
(João 19.28-30, NVI)
Lembra-se da promessa do Terceiro Cálice?
• Promessa 3: “vos resgatarei com braço estendido e com grandes manifestações de julgamento” (Êxodo 6.6c, ARA).
A promessa do terceiro cálice, do resgate da humanidade, não só é consumada, cumprida, ali na cruz, como Jesus também participa do terceiro cálice de braços estendidos — estavam pregados na cruz —, já que o vinagre lhe foi levado aos seus lábios.
Não custa lembrar que vinagre é vinho azedo, até mesmo pela etimologia da palavra: o termo “vinagre”, deriva do francês “vinaigre”, quer dizer vinho agre, ou seja, vinho azedo. Sim, vinho azedo, pois era o cálice do sofrimento, da paixão de Cristo. Assim, as Escrituras foram cumpridas, a terceira promessa atingiu o seu sentido mais perfeito, nobre e profundo, e fomos resgatados. Vimos que após isso, Jesus entregou o seu Espírito. Resta-nos, pois, questionar sobre o quarto cálice. É o que agora veremos.
O Quarto Cálice
Para pensarmos sobre o quarto cálice, vamos nos lembrar da quarta promessa, associada a ele:
- Promessa 4: “Eu os farei meu povo e serei o Deus de vocês” (Êxodo 6.7a, NVI).
Lembremo-nos que Jesus havia dito aos discípulos que só voltaria à Ceia de Páscoa quando viesse o Reino de Deus. É o que já lemos em Lucas (22.16, 18), que tomo a liberdade de colocar novamente aqui:
“Pois eu digo: Não comerei dela novamente até que se cumpra no Reino de Deus (…) Pois eu digo que não beberei outra vez do fruto da videira até que venha o Reino de Deus”. (Lucas 22.16, 18, NVI).
Isso nos informa que Jesus aguarda o evento do estabelecimento completo do Reino de Deus para retomar a última ceia e beber o último cálice, celebrando o cumprimento mais profundo e perfeito da quarta promessa. Resta-nos perguntar quando isso se dará. Notemos que, oito séculos antes da vinda de Jesus Cristo, Deus, por meio do profeta Isaias (25.6-9), já menciona um evento futuro em que haverá uma ceia cuja celebração será a de que o Senhor é o nosso Deus. Vejamos:
“6 Neste monte o SENHOR dos Exércitos preparará um farto banquete para todos os povos, um banquete de vinho envelhecido, com carnes suculentas e o melhor vinho.
7 Neste monte ele destruirá o véu que envolve todos os povos, a cortina que cobre todas as nações;
8 destruirá a morte para sempre. O Soberano, o SENHOR, enxugará as lágrimas de todo rosto e retirará de toda a terra a zombaria do seu povo. Foi o SENHOR quem o disse!
9 Naquele dia, dirão: ‘Este é o nosso Deus; nós confiamos nele, e ele nos salvou. Este é o SENHOR, nós confiamos nele; exultemos e alegremo-nos, pois ele nos salvou’.”
(Isaías 25.6-9, NVI)
É a este evento que Lucas (13.29) e Mateus (8.11) também se referem:
“Pessoas virão do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e ocuparão os seus lugares à mesa no Reino de Deus.” (Lucas 13.29, NVI).
e
“Eu digo que muitos virão do oriente e do ocidente e se sentarão à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no Reino dos céus.”
(Mateus 8.11, NVI)
Este evento, que ainda acontecerá, é o das Bodas do Cordeiro. Jesus espera por cada um de nós, que entregamos nossa vida a Ele, assim como os que ainda farão isso, para todos juntos completarmos a celebração do quarto cálice: quando o Reino de Deus estiver consumado e haverá um povo que é dele e Ele será o nosso Deus.
Aliás, a união perfeita se dará no casamento de Jesus com sua igreja, ao qual João se refere no Livro de Apocalipse:
“E o anjo me disse: ‘Escreva: Felizes os convidados para o banquete do casamento do Cordeiro!’ E acrescentou: ‘Estas são as palavras verdadeiras de Deus’.” (Apocalipse 19.9, NVI)
Neste dia, Jesus continuará a última ceia, participando do último cálice em celebração ao cumprimento da promessa que Deus fez em Êxodo 6.7: “Eu os farei meu povo e serei o Deus de vocês.”
Por fim, devemos trazer isso para a dimensão pessoal, individual, e ter a convicção de que o Criador do Universo espera para que cada uma possa aceitar o convite para das Bodas do Cordeiro. O que precisava ser feito por Deus, já foi feito — cabe a nós, agora, abrirmos nosso coração para aceitar o convite do Senhor para participarmos da finalização da última ceia, da ceia pascoal na presença dos santos e do próprio Deus.