Menu

Reafirmando o Nosso Credo

Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no telegram
Compartilhar no facebook
Compartilhar no email

Um credo ou uma confissão de fé é uma declaração das crenças compartilhadas por uma comunidade, religiosa muitas vezes, na forma de uma fórmula fixa que resume os princípios fundamentais e basilares da fé coletiva.

O Credo estabelecido como a confissão de fé do cristão, ao longo dos séculos, reafirma a praticidade do estudo e da compreensão da pessoa de Cristo, do ponto de vista histórico, a partir das Escrituras Sagradas, embora seja complexo do ponto de vista teológico. A história de vida, que vai do nascimento à morte, incluindo a ressurreição e a ascensão, abrange um curto período de 33 anos; porém, a complexidade que envolve a humanidade do Logos, a união hipostática, a deidade, o ministério messiânico, a mensagem de chagada do Reino, o poder, a morte, a ressurreição e a perpetuação de Sua mensagem e o senhorio por meio da Igreja requerem mais do que um estudo biográfico ou simplesmente histórico.1

Diante de constantes ataques à revelação das verdades fundamentais que sustentam a fé cristã, o primeiro debate teológico que a Igreja enfrentou foi justamente sobre a questão da pessoa de Jesus Cristo.2 Dessa forma, a confissão de fé mais utilizada na adoração pública da Igreja Cristã Ocidental põe em relevo doutrinas centrais como: a Trindade divina e a Encarnação de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Destacam-se na história da Igreja o Credo de Niceia e o Credo dos Apóstolos.

Um dos credos mais amplamente usados no Cristianismo é o Credo de Niceia, formulado pela primeira vez em 325 d.C., no Primeiro Concílio de Niceia. Foi baseado no entendimento cristão dos Evangelhos Canônicos, nas cartas do Novo Testamento e, em menor grau, no Antigo Testamento. A afirmação deste credo, que descreve a Trindade, é geralmente tomada como um teste fundamental da ortodoxia para a maioria das denominações cristãs. O Credo Niceno reflete as preocupações do Primeiro Concílio, que tinham como principal objetivo estabelecer em que os cristãos acreditavam como regra de fé.

Embora seja rejeitado por algumas denominações cristãs e por outros grupos, o Credo dos Apóstolos (em latim: Symbolum Apostolorum ou Symbolum Apostolicum) também é amplamente aceito pela maioria das denominações cristãs para propósitos litúrgicos e catequéticos. Como instrumento pedagógico desenvolvido pela igreja entre os séculos II e VII, esse Credo resume o conteúdo central da fé cristã, com o intuito de instruir os iniciantes na fé e defender essa mesma fé das heresias, como o gnosticismo, o arianismo e o unitarismo, que assolaram, e assolam ainda hoje, a igreja de Cristo na terra.

Nesse tempo de pluralismo religioso, busca pelo ecumenismo e difusão do liberalismo teológico, a apologética é essencialmente conservadora em sua busca por preservar os credos da Igreja frente a tentativas liberais de despojar o cristianismo de elementos sobrenaturais e alegações universais da verdade, bem como das tentativas de substituir o Cristo da fé por um Jesus histórico desprovido dos aspectos divinos.3

Desde o período que compreende a Igreja primitiva, tem-se feito uso contínuo do Credo Apostólico na instrução dos candidatos ao batismo e também na celebração dominical da morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo.

É importante ressaltar que o Credo é um excelente servo, mas um péssimo mestre na educação cristã. Ele não serve como substituto para o estudo das Escrituras Sagradas – a regra final de fé e prática da Igreja – mas sim como auxílio na compreensão do Deus revelado nos escritos dos profetas e apóstolos.

A versão oficial do Credo adotada e afirmada por nossa Igreja estabelece que:4

1. Cremos que as Escrituras Sagradas, compostas do Antigo e Novo Testamentos, são inteiramente inspiradas por Deus, infalíveis na sua composição original e completamente dignas de confiança em quaisquer áreas que venham a expressar-se, sendo também a autoridade final e suprema de fé e conduta;

2. Cremos que há um só Deus eterno, Todo-poderoso e perfeito, distinto em Sua trindade: Pai, Filho e Espírito Santo;

3. Cremos que Jesus Cristo nasceu do Espírito Santo e da Virgem Maria, sendo verdadeiro Deus e verdadeiro Homem e o único mediador entre Deus e o homem. Somente Ele foi perfeito em natureza, ensino e obediência;

4. Cremos que o Espírito Santo é o regenerador e santificador dos redimidos, o doador dos dons e do fruto espiritual, o Consolador permanente e Mestre da Igreja;

5. Cremos que em Adão, a humanidade foi criada à imagem e semelhança de Deus. Devido à queda de Adão, a humanidade tornou-se radicalmente corrupta e distanciada de Deus. O essencial para o homem é a restauração de sua comunhão com Deus, a qual o homem é incapaz de operar por si mesmo;

6. Cremos que a salvação eterna, dom de Deus, tem sido providenciada para o homem unicamente pela graça do Senhor e pela morte vicária de Cristo Jesus. Fé é o meio pelo qual o crente apropria-se dos benefícios da salvação;

7. Cremos que Jesus Cristo ressuscitou fisicamente dentre os mortos ao terceiro dia, ascendeu aos céus e está assentado à destra de Deus Pai, Todo-Poderoso, de onde há de vir na consumação dos séculos para julgar os vivos e os mortos;

8. Cremos que a punição eterna, incluindo a separação e perda da comunhão com Deus, é o destino final do homem não regenerado e Satanás com todos os seus anjos;

9. Cremos que a Igreja Cristã, universal, o corpo e a noiva de Cristo, é consagrada à adoração e ao serviço de Deus por meio da proclamação fiel da Sua Palavra, a prática de boas obras e observância do Batismo e da Ceia do Senhor;

10. Cremos que a tarefa da Igreja é ensinar a todas as nações, fazendo com que o Evangelho produza frutos em cada aspecto da vida e do pensamento. A missão suprema da Igreja é a salvação das almas. Deus transforma a natureza humana, tornando-se isto, então, o meio para a redenção da sociedade. Amém.

NOTAS

1. BRUNELLI, Walter. Teologia para Pentecostais: Uma Teologia Sistemática Expandida – Volume 2: Cristologia – Estudo sobre o passado de Cristo. Rio de Janeiro, RJ: Editora Central Gospel, 2016, p. 15.

2. NUNES, Elton de O. Teologia das Religiões: Modelos em Teologia das Religiões (TR). São Paulo, SP: Cruzeiro do Sul Virtual, EaD, 2019, p. 10.

3. MARKOS, Louis. Apologética Cristã para o Século XXI. Rio de Janeiro, RJ: Central Gospel, 2013, p. 21.

4. Defesa da Fé. Revista de Apologética do Instituto Cristão de Pesquisas. Ano 10 – Nº 81, p. 8.

Publicações Relacionadas

Outras Publicações

Teologia
Antônio Orestes

O coxo de Atos 3

Pedro e João subiam ao templo para orar à hora nona (às 3h da tarde). Os judeus tinham alguns horários nos quais eles oravam no

Leia mais
Devocional
Renata Santana

A árvore dentro da semente

Quando a gente encontra alguém que topa sonhar os nossos sonhos, tudo parece fluir melhor. Temos mais energia, mais ideias brotando, mais condições de chegar

Leia mais