Os opostos se atraem.
Com certeza, você já ouviu essa frase inúmeras vezes. Apesar de haver muita verdade na mesma, precisamos esclarecer que nem sempre os opostos se atraem.
Quando se busca alguém com qualidades diferentes das suas, com bons atributos que possam ser somados aos seus, essa frase, então, faz sentido.
Por exemplo: buscar uma pessoa que tem o que você não tem, para que, assim, você possa ser acrescentado(a) e, a partir daí, começar a aprimorar essa área de sua vida, tudo bem. Aquela pessoa é mais madura do que você nessa área e, certamente, tem algo para oferecer.
O psicoterapeuta Flávio Givokate fez uma boa colocação acerca desse assunto, baseado em mais de 26 anos de experiência: O resultado desse tipo de união (entre os opostos) não é obrigatoriamente um sucesso.
Pessoas muito diferentes vivem brigando e irritando-se umas com as outras. Temperamentos e gostos antagônicos dificultam a vida em comum. Durante o período de namoro, os obstáculos existem, mas não são tão importantes, uma vez que são raras as coisas práticas compartilhadas.
Após o casamento, porém, as divergências infernizam o cotidiano. Na prática, ocorre o seguinte: os opostos se atraem, mas, na rotina da vida em comum, as contradições acirram-se.
Começa, então, a tarefa de cada um tentar modificar o outro. O marido quer moldar a mulher de acordo com o seu modo de ser; a mulher deseja que o marido a compreenda e aproxime-se de seus pontos de vista.
A principal causa do magnetismo entre opostos é, sem dúvida alguma, a falta ou diminuição da autoestima. Quando não estou satisfeita com o meu modo de ser, procuro alguém que seja completamente diferente.
Se eu for introvertido e tímido, a tendência será apaixonar-me por uma pessoa extrovertida e sem inibição. Com o tempo, o que suscitava minha admiração era uma “qualidade” que se tornava fonte de irritação, mas, no início, ficava encantado. Ao “ter” o outro, “tenho” a extroversão que me faltava. Sinto-me mais completo. Tudo muito lógico na teoria.
Na prática, as diferenças desagradam-nos, dificultam nossa vida, criam barreiras e resistências cada vez maiores.
Qual seria, então, o aspecto negativo da frase “os opostos se atraem”? É exatamente com esses aspectos que você deve tomar cuidado.
Relaciono alguns deles a seguir:
1. Pessoas que estão querendo namorar para curar alguma ferida em sua vida. Por serem tristes, buscam uma pessoa alegre. Tiveram um namoro frustrado e agora querem sarar a frustração com outro namoro diferente. Estão buscando o “oposto”. Você não pode “usar” a outra pessoa como curativo para suas feridas.
2. O problema da preguiça. Há pessoas que procuram um namoro que supra a sua área de carência, resultado da preguiça que as impede de não querer esforçar-se para mudar e melhorar. Buscam um lugar de “conforto” e querem que a outra pessoa faça o que elas mesmas deveriam fazer.
3. A falta de confiança em si mesmo(a). Quando você coloca uma dependência exagerada no “oposto”, inibe sua capacidade de desenvolver-se em determinada área de sua vida.
Em suma, você deve tomar cuidado para que as diferenças entre vocês não sejam gigantescas. Uma das grandes causas de divórcio, pelo menos nos Estados Unidos, são as “diferenças irreconciliáveis”. É isso mesmo. O casal tem tantas diferenças, que julga impossível reconciliá-las.
Portanto, tenham cuidado, porque nem sempre os opostos se atraem.
Ore: “Senhor, que eu tenha sabedoria do alto para discernir e entender as diferenças entre mim e a pessoa que desejo namorar. Quero ser guiado(a) pelo teu Espírito Santo. Amém!”