Certa ocasião Jesus precisou entrar num barco ancorado. Ele não teria problema algum em alcançar um barco em movimento – sabemos que ele é bom nisso. Porém, o alvo dessa vez foi aquele que estava com seu barco, aparentemente, imóvel. A última pesca foi insucesso. Aqueles homens estavam limpando suas redes que, pela “lógica”, não estavam sujas. Era costume estar ali, era um caminho já trilhado, já sabido por um pescador. Limpar a rede mesmo se as horas trabalhadas não tivessem dado peixe suficiente. Limpar a rede mesmo quando o mar onde se pescou não foi bom para a pesca. Então vamos pausar Pedro. Vamos lavar as redes. Nem sempre as redes pegam apenas peixes, podem carregar lixo de certos mares.
Enquanto você age assim, o céu está querendo utilizar seu barco para falar as multidões. Jesus não gosta de ser pressionado. E, por não se permitir, Ele se desloca a lugares onde se sinta confortável em prosseguir com seus ensinamentos. Enquanto ele discursa à multidão no interior do seu barco você começa a ser transformado. O trabalho rotineiro fica pausado, porém, o barco volta ao seu movimento natural. Não só natural, agora vem experimentando o sobrenatural. Céus, o que está acontecendo? Ao lugar onde Jesus está se movendo estamos também sendo movidos!
Hei, Pedro, o céu quer que você veja que Jesus pode usar teu barco e ainda fazer sobejar na tua rede. Que maravilha! Mas, talvez, a abundância de peixes não seja a prioridade dele para a sua história (embora para alguns seja, lembra dos outros barcos?).
Pois é. Como está mesmo teu celeiro, tua conta bancária, Pedro? Bom, a pesca de ontem não foi boa. E, agora? Agora, os peixes sobejaram de tal maneira que encheu outros barcos! Pois bem, Pedro, é justamente agora que quero fazer de você um pescador de homens…
– Oi? Como?
O peixe era a maneira indireta de você lidar com os homens. Agora é a hora de você alimentá-los diretamente. O peixe saciou os ventres, agora vá e sacie as suas almas!
Jesus não delegou um novo ofício, Pedro permaneceria como pescador. Afinal, ele era “bom” nisso. Mas, de agora em diante, os destinatários mudam. Se muda o destino, o sentido das coisas também é alterado.
(Baseado em Lucas 5.1-11)