As evidências internas do livro apontam que o autor é João (Ap 1.1,4,9; 22.8). De acordo com esses relatos, João escreveu este livro por ordem de Jesus. Além das evidências internas, é possível destacar diversas evidências externas, identificando o João como sendo o apóstolo João, filho de Zebedeu, que trabalhou durante muitos anos em Éfeso (na Ásia Menor, região onde ficavam as sete igrejas mencionadas nos capítulos 2 e 3).
João, foi exilado pelo imperador romano Domiciano na ilha de Patmos, onde escreveu as visões que o Senhor lhe concedeu. Posteriormente, voltou a Éfeso, onde morreu em idade bastante avançada. Justino Mártir, Ireneu, Tertuliano, Hipólito, Clemente de Alexandria e Orígenes atribuem o livro ao apóstolo João. Mais recentemente, foi encontrado no Egito um livro chamado Apócrifo de João, datado de 150 d.C., que também atribui o livro de Apocalipse a João, irmão de Tiago. Historicamente, a primeira objeção à autoria apostólica foi levantada por Dionísio de Alexandria porque ele não queria reconhecer a autoria de João, uma vez que se opunha ao milênio, descrito em Apocalipse 20.
Não obstante, muitos estudiosos modernos de perspectiva mais liberal também rejeitam o apóstolo João como autor. Na história da Igreja, as únicas evidências da existência de um indivíduo chamado de “Presbítero João” se encontram em 2 e 3 João. Essas duas cartas foram escritas no mesmo estilo
que 1 João e apresentam várias semelhanças com o Evangelho de João quanto ao vocabulário e simplicidade de estilo.
Alguns críticos defendem que o autor do Evangelho e do Apocalipse não poderia ser o mesmo porque há diferenças de estilo e vocabulário entre o Evangelho e Apocalipse. Contudo, uma explicação óbvia é que os livros possuem gêneros literários diferentes. O argumento dos críticos é falacioso e equivale a dizer que um músico que toca jazz, não seria capaz de tocar sertanejo. Cada estilo possui uma linguagem própria. Portanto, é possível concluir que a autoria de João, filho de Zebedeu e irmão de Tiago, tem base
histórica firme e que os problemas levantados pela crítica podem ser explicados sem rejeitar a tradição cristã.
Quanto à data de composição do livro, alguns estudiosos modernos preferem datas entre o final da década de 50 ou de 60 d.C. No entanto, os pais da Igreja indicam especificamente o final do reinado de Domiciano, o que ocorreu por volta de 96 d.C, coincidindo com o período de exílio de João na ilha de Patmos, onde recebeu a revelação. Então, com base nessas informações acredita-se que tenha sido escrito em 96 d.C.
O livro de Apocalipse pode ser sumarizado considerando a tríplice divisão temporal, isto é, textos que tratam do passado, do presente e do futuro. De acordo com o texto de Apocalipse 1.19, João deveria registrar as coisas que tinha visto (passado), as coisas que são (presente) e as coisas que hão de
acontecer (futuro).

Este artigo é uma pequena porção da obra: Apocalipse: Fonte de Medo ou Esperança? Edição do Kindle.
