1. A depressão e os distúrbios emocionais
Por muito tempo a depressão ou distúrbios emocionais foram tabus no meio evangélico, pois acreditava-se que esses transtornos eram apenas de cunho espiritual. Todo cristão que apresentava sintomas relacionados à depressão ou outro transtorno, era julgado como alguém que não tinha um relacionamento profundo com Deus.
Não devemos anular que o mundo espiritual tem força e atuação sobre a mente de qualquer ser humano, mas precisamos entender que alguns transtornos não são meramente espirituais, como também não devemos julgar alguns comportamentos apenas como tristezas transitórias.
2. Os distúrbios emocionais na adolescência
A adolescência é uma fase de transição da infância para a juventude/fase adulta, onde muitas alterações acontecem, tanto físicas, como mentais e sociais. Muitos descobrimentos e vontades se estabelecem nessa fase. Além do mais, muitos adolescentes enfrentam situações para as quais não foram preparados, como divórcio dos pais, traições no meio familiar, agressões, rejeição por alguma parte, etc. Dificilmente adultos consideram as situações citadas como um fator determinante na saúde mental dos adolescentes.
É muito importante que conheçamos nossos alunos não só pelo nome, mas que saibamos um pouco de suas histórias!
Não somos apenas resultados de nossa genética, mas da história que vivemos, com quem nos relacionamos e no que acreditamos. É de suma importância que levemos a sério o ensino da palavra de Deus e que não desprezemos as vidas que estão sob nossos cuidados.
3. Como podemos ajudar?
Como professores, precisamos utilizar ferramentas que estão a nosso favor, pois nessa fase os adolescentes costumam se fechar mais sobre suas queixas e temores, especialmente com adultos.
Nem todos temos expertise e formação para diagnosticar doenças psicológicas, mas enquanto professores, podemos observar os comportamentos e falas de nossos alunos.
Costumamos julgar que adolescentes gostam de chamar a atenção para si, mas até que ponto devemos ignorar esse pedido implícito? Alguns realmente não têm atenção dentro de seus lares e buscam uma forma de serem vistos. Como professores, podemos começar quebrando esse paradigma de ignorar os sinais que eles emitem mesmo sem perceber. Seu aluno pode estar querendo sua atenção como um socorro que ele não sabe pedir!
Fique atento a alguns sinais que podem ser vistos em aula:
• Falta de entusiasmo, energia ou motivação;
• Afastamento ou isolamento de atividades;
• Confusão ou dificuldade em tomar decisões;
• Baixa autoestima ou sensação de culpa;
• Ansiedade ou medos;
• Inquietação ou irritabilidade
Para observar os sinais acima, a aula precisa ser dinâmica, contar com a participação de todos, de forma construtivista. Se os alunos apenas ouvirem, dificilmente você conseguirá notar algo diferente. Elabore dinâmicas em grupo, mas que possuam um fundamento, uma razão. Crie um ambiente participativo e alegre. Fique atento aos alunos que se opuserem à prática de qualquer atividade em sala.
Com uma aula mais dinâmica, você conseguirá perceber qualquer uma dessas características citadas e poderá atuar junto aos líderes, pais e profissionais especializados com o intuito de ajudar o aluno que está sofrendo um distúrbio emocional.
Faça a diferença! Fique atento aos sinais! Não despreze a dor do outro, por menos que lhe pareça.
Uma dica que considero muito importante nessa fase, é a de validar seus alunos. Pontue sempre os adjetivos deles, elogie quando fizerem algo em sala que contribua com a aula. Reforce positivamente a forma como você os enxerga, sem excessos ou bajulação, claro, pois nessa fase eles distinguem com muita clareza quando alguém não está sendo verdadeiro.
Referências:
Sinais de depressão e distúrbios emocionais:
Fonte:
https://www.pfizer.com.br/sua-saude/sistema-nervoso-central/depressao/depress%C3%A3o-e-adolescente