INTRODUÇÃO
O que venha a ser política? Que influência ela traz sobre a vida do cidadão cristão? E por que o cristão deve participar ativamente da política? Teceremos algumas considerações que ajudaram a elucidar essas indagações.
O termo clássico de política, que se expandiu graças à influência de Aristóteles. Filósofo que categorizava funções e divisão do Estado e as várias formas de Governo, com o significado mais comum de arte ou ciência do Governo.
Na época moderna, o termo perdeu seu significado original, substituído pouco a pouco por outras expressões como ciência do Estado, doutrina do Estado, ciência política, filosofia política, passando a ser comumente usados para indicar a atividade ou conjunto de atividades que, de alguma maneira, têm como termo de referência a pólis, ou seja, o Estado (Wikipédia).
Segundo os gregos, a política é a arte de convencer, a arte de governar. Política tem a ver com organização de um estado, de um feudo, de um clã, de uma tribo e possivelmente da Pólis do grego, πόλις1 – cidade e Hir do Hebraicoִ, עִירִ – da cidade. Quem cunha esses termos como nós temos hoje são os gregos. Logo o termo política2 deriva do Grego politikos, “relativo ao cidadão ou ao Estado”, de polites, “cidadão”, derivado de pólis, “cidade” (Wikipédia).
Por muito tempo permaneceu uma máxima entre os cristãos, principalmente os neopentecostais, de que a religião e a política não se misturavam. Lideranças chegavam ao extremo de dizer que política é coisa do diabo. São assuntos terrenos que não deviam se misturar com o divino. Todavia, esqueciam ou não compreendiam o Deus que serviam. Não é possível esquivar-se ou mesmo ignorar que não se trata apenas de uma temática. A política na vida cristã é uma realidade. Temos dupla cidadania, portanto urge que saibamos transitar sob as duas estratégico, prudente e sabiamente para não incorrer em maculação, conflito e anulação de ambas.
Criação do homem – engajamento político na história.
Vejamos na história como a política sempre foi necessária. Conhecemos que Deus é um ser extremamente político desde o planejar e estabelecer Adão e Eva no Jardim do Éden (Gn 1.24-30).
O primeiro princípio é de que o homem não foi criado para viver sozinho, ele não é uma ilha, convive, se relaciona com outros semelhantes, com seres vivos e o meio ambiente numa escala mais ampla (Gn 2.18-24). Para isso, Deus transmitiu a eles regras e normas para que tudo funcionasse ordeiramente. Estabeleceu que eles dariam os nomes aos animais, que poderiam se alimentar do que era produzido no Jardim do Éden (Gn 2.4-17).
Assim foram estabelecidos os deveres e as obrigações: propagar a raça e sujeitar a terra (Gn 1.28); alimentar-se de ervas e frutas (Gn 1.29,30; 2.16), nomear os animais (Gn 2.19-20); manter comunhão e conversar com Deus na “viração do dia” (Gn 3.8a); manter-se obedientes; de forma alguma deveriam comer dos frutos da árvore do “conhecimento do bem e do mal” (Gn 2.9, 16-17; 3.11); a penalidade pela desobediência – a morte (Gn 2.17b). Então isso foi o primeiro princípio de organização política antes mesmo de Deus estabelecer o seu povo como nação – Aliança Edênica e Aliança Adâmica3.
No entanto, Adão e Eva e seus os descendentes foram expulsos daquela organização primária que era o Jardim do Éden, onde tinham Deus como seu legislador, provedor como o seu maior gestor e único líder. Era aquele que provia, organizava, como se fosse uma constituição com os direitos e deveres daqueles que habitavam ali no Éden.
Certamente a prole de Adão e Eva deveria desfrutar dessa mesma organização. No entanto, por causa da desobediência de seus primeiros habitantes em observar e respeitar essas normas acabaram perdendo seus privilégios e expulsos. Sendo privados de viverem eternamente no bem-estar do Jardim, comendo do fruto da “árvore da vida” (Gn 3).
Todavia, a história continua demonstrando que o senso de organização, e de política estava presente ali no ser humano desde o início como um gene advindo do próprio DNA de Deus. Porque segundo a palavra em Gênesis o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26a, 27). Por conseguinte, herdou de Deus essas características, privilégios e modus operandi.
Portanto, logo no início vemos ali os homens se organizando desde que Deus ordena a Noé que construa uma arca. Ele tem um princípio, o de preservação, de livramento que determina o tipo de povo, de humanidade que Deus gostaria que povoasse a terra. Ele estabelece regras, todas as medidas para construção e a quantidade de pessoas que estariam nessa arca. Assim também, a quantidade de seres vivos que dependiam do ar para respirar sem estarem debaixo da água. No desdobramento do porquê Deus estabeleceu isso, o povo se organizou, ora em tribos, outras vezes em cidades4 que são citadas nos textos bíblicos do Antigo5 e Novo Testamento6.
Mas, Ninrode e outros tornaram-se caçadores e líderes de tribos, clãs e de cidades inteiras. Inclusive a organização que Deus reconheceu ao ter o povo uma só língua, um só entendimento e aquilo que estabelecia como liderar, os outros seguiram. A exemplo, foi a própria construção da Torre de Babel que demonstrou como o homem era e continua capaz de se organizar politicamente para ter domínio, força e se desenvolver.
A sequência dos fatos narrados do Antigo Testamento relata que Deus mesmo é quem estabelece e chama para si um líder e deixa ele se empoderar sob uma promessa de formar uma grande nação grandiosamente como a areia das praias e as estrelas dos céus. Pois, diz que em Abraão seriam benditas todas as nações da terra (Gn 12.1-3; 22.17).
Então Deus já previa que os homens, mesmo debaixo ou não dessa palavra, do seu governo, se estabeleceriam, organizariam e se fortaleceriam. Haveria provisão e crescimento porque se organizariam politicamente. Deus institui regras futuras para a organização do povo escolhido e separado para ser a representação divina, uma nação que o adoraria. Estes teriam as suas regras e instruções e testificariam de YHWH (Jeová, Javé ou Yahweh) diante dos outros povos. Podemos dizer que Deus estabeleceu a constituição do povo de Israel, os Hebreus, povo de Sião. Eles vão mudando de nome a cada período, a cada época. Mas, as bases estruturais e políticas foram estabelecidas por Deus:
- Leis antes do Sinai.
- Lei da Páscoa (Êx 12:1-3).
- Os Dez Mandamentos (Dt 5.6-22). Este pacto tornou-se um instrumento para que Israel se tornasse uma nação ímpar, diferente de todas as outras.
- O Livro do Pacto.
- Regulamentações para o Tabernáculo e estabelecimento do Sacerdócio.
- O Decálogo Ritual.
- Lei civil ou judicial – tinha o objetivo de regulamentar de forma específica a vida em sociedade do povo de Israel.
Os Dez mandamentos (SALES, 2015)7 eram o maior elemento isolado da lei, um código de ética humana, mostrando os deveres do homem para com Deus e para com seus semelhantes humanos. A lei foi dada para trazer a vida (Dt 4.1; 5.33; 6. 2; Ez 20.11).
Após a conquista de Canaã Ele distribuiu a terra a cada tribo e designou o que deveria ser observado e cumprido (cf. Êx. 34:1–32; Nm 1; Lv, Dt 3; 4 e 5 e Js 11.23 e cap. 14). Quais seriam os deveres dos homens, das mulheres e das crianças, o papel do sacerdócio e dos profetas. Como se relacionariam entre si, com os outros povos e para com o próprio Deus.
Quando os israelitas desejaram e pediram para ter um rei como tinham os outros povos em outros países, tribos ou cidades. Deus contrariado, porém, permitiu que o seu povo experimentasse essa forma de organização política (1 Sm 8). Contudo, Deus ordena a Samuel a adverti-los sobre as consequências e o desdobramento da escolha de terem um rei os governando:
“Agora atenda-os; mas advirta-os solenemente e diga-lhes quais direitos reivindicará o rei que os governará”. Samuel transmitiu todas as palavras do Senhor ao povo, que estava lhe pedindo um rei, dizendo: “Isto é o que o rei que reinará sobre vocês reivindicará como seu direito: ele tomará os filhos de vocês para servi-lo em seus carros de guerra e em sua cavalaria, e para correr à frente dos seus carros de guerra. Colocará alguns como comandantes de mil e outros como comandantes de cinqüenta. Ele os fará arar as terras dele, fazer a colheita, e fabricar armas de guerra e equipamentos para os seus carros de guerra. Tomará as filhas de vocês para serem perfumistas, cozinheiras e padeiras. Tomará de vocês o melhor das plantações, das vinhas e dos olivais, e o dará aos criados dele. Tomará um décimo dos cereais e da colheita das uvas e o dará a seus oficiais e a seus criados. Também tomará de vocês para seu uso particular os servos e as servas, o melhor do gado e dos jumentos. E tomará de vocês um décimo dos rebanhos, e vocês mesmos se tornarão escravos dele. Naquele dia, vocês clamarão por causa do rei que vocês mesmos escolheram, e o Senhor não os ouvirá”. Todavia, o povo recusou-se a ouvir Samuel, e disseram: “Não! Queremos ter um rei. Seremos como todas as outras nações; um rei nos governará, e sairá à nossa frente para combater em nossas batalhas”. Depois de ter ouvido tudo o que o povo disse, Samuel o repetiu perante o Senhor. E o Senhor respondeu: “Atenda-os e dê-lhes um rei”. Então Samuel disse aos homens de Israel: “Volte cada um para sua cidade” (1 Sm 8.9-22 NVI).
E conhecendo essa história dos reis em 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis e 1 e 2 Crônicas e nos profetas, percebe-se que não foi um sucesso, pois mesmo aqueles reis que em tese eram obedientes à Deus falharam em princípios básicos que Deus estabeleceu como organização para que tudo pudesse lograr em êxito. Pois, os reis também estavam subordinados à Lei, como quaisquer outros e eram advertidos pelos profetas (2 Sm 12.1-14). Em Deuteronômio 17.14-20 (ACF) Deus estabeleceu as regras sobre a eleição e os deveres de um rei ao ser ungido. Os versículos 18 a 20 mencionam a obrigação pessoal do rei no que deveria guardar consigo e proceder , ou seja, deveria observar e cumprir fielmente durante toda a sua vida como garantia de êxito e longevidade no seu reinado:
“Será também que, quando se assentar sobre o trono do seu reino, então escreverá para si num livro, um traslado desta lei, do original que está diante dos sacerdotes levitas. E o terá consigo, e nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer ao Senhor seu Deus, para guardar todas as palavras desta lei, e estes estatutos, para cumpri-los; Para que o seu coração não se levante sobre os seus irmãos, e não se aparte do mandamento, nem para a direita nem para a esquerda; para que prolongue os seus dias no seu reino, ele e seus filhos no meio de Israel”.
Mannheimer (2013) em seu artigo: “A Torah como fonte de legislação – sua influência até os dias de hoje no Direito brasileiro”, afirma: Tal disposição revela uma clara limitação aos poderes dos reis e sua obrigação de respeitar as leis. Trata-se de uma autêntica norma de Direito Constitucional, precursora de outras que vieram posteriormente, limitando os poderes dos governantes. Não se encontra nas disposições legais contidas no Pentateuco a sistemática dos modernos códigos, não há uma sequência organizada, as normas de conduta se apresentam entremeadas com preceitos – religiosos, morais, éticos e ritualísticos – sem qualquer distinção hierárquica entre eles. Entretanto, examinando o seu texto, podem-se identificar facilmente princípios dos direitos Constitucional, Penal, Civil, Comercial, Trabalhista e Processual, muitos dos quais se incorporaram à legislação laica atual. Quase todos os Estados atuais possuem uma Constituição contendo, além de normas sobre a organização política do Estado, uma relação de direitos e garantias fundamentais, as chamadas “cláusulas pétreas”, que não podem ser modificadas por leis posteriores e, nem mesmo, por Emendas Constitucionais, mas somente por uma nova Constituição. Isso ocorre na Torah com o Decálogo, os Dez Mandamentos (Êxodo, 20/2-17), segundo a tradição, inscritos nas duas Tábuas da Lei, entregues a Moisés no Monte Sinai, representando o pacto celebrado entre Deus e as 12 tribos de Israel.
É perceptível nos textos bíblicos e na literatura secular como as outras nações que não serviam a Deus estavam organizadas e eram fortes. A questão da mão de obra para trabalhar eram muitas vezes escravas por séculos e milênios, era uma forma inclusive permitida no tempo dos escritos bíblicos mesmo entre o povo de Deus, os hebreus. Queremos dizer que não existe a organização política sem uma finalidade de subsistência, sobrevivência, de se empoderar para se perpetuar.
Todavia, a história mostra que houve cidades inclusive com organização militar para se proteger. Desde a organização estrutural na cidade, os muros, as fortalezas, isso fica evidente ao longo do relato bíblico e secular o quanto as cidades foram fortalecidas e guarnecidas. Como foi colocado torres de vigia ao longo dos territórios para que pudesse avisar sobre invasores e possíveis ataques.
A própria construção de uma das sete maravilhas do mundo, a Muralha da China, evidencia e denuncia este comportamento ou necessidade, de como o homem precisava se proteger. Porque a ganância pelo poder e dominação acabou subindo a cabeça do homem e os povos começaram a guerrear e querer conquistar mais territórios, obter mais riquezas e poder. Contexto que demonstra a eminente necessidade de organização política.
Então vemos que o conceito e prática do cidadão em relação a política evoluiu. Passou-se a designar os representantes e os deveres do povo. Cada nação foi estabelecendo seus marcos, tratados, regras e leis constitucionais.
Via de regra, hoje, temos praticamente como uma máxima, num ordenamento jurídico onde não se prevê rei, presidente ou a figura do primeiro-ministro, sempre haverá a figuração de um líder estabelecido democrática, consanguínea, na hereditariedade ou tomada a força por uma tirania.
Todavia as formas de governo e organização política são as mais diversas. No entanto, faz parte da mesma premissa, a necessidade do povo de se organizar para se perpetuar. Seja como povo, tribo, clã, ou ainda como família. Essa é uma máxima posta desde a célula mater originaria no Éden. A óbvia necessidade do povo se organizar politicamente.
Organização política no contexto do Velho e do Novo Testamento
Os exemplos bíblicos demonstram uma necessidade gritante e real da organização e participação do povo de Deus na política. É perceptível nas narrativas no Antigo e depois no Novo Testamento, na condição de Igreja.
No antigo testamento é notório citarmos a iniciativa de Deus a salvaguardar um povo que seria chamado seu.
Ele estabelece Noé para que seja esse primeiro clã familiar e depois se torne um povo. Após a multiplicação, os herdeiros e o crescimento. Novamente se restabeleceria a comunhão com Deus. Isso é um primeiro momento que vemos Deus intervendo para que politicamente, organicamente o povo subsistisse e sobrevivesse.
Mais à frente, diante de outras crises mundiais, crises, naturais percebe-se a providência divina quando permite que José nascido ali entre doze dos filhos do patriarca Jacó, venha a ser escravo e receba uma função muito importante quando Deus o eleva a condição de governador, tornando o segundo no Egito. Então, há uma evidente necessidade de se colocar politicamente como uma liderança, um instrumento pelo qual Deus proveu os meios para que, em especial, o seu povo sobrevivesse a devastadora fome que perpetuou por sete anos (Gn 41.38-57).
Já falamos do estabelecimento dos reis e das responsabilidades que tinha como uma liderança principal, a ordenação dos sacerdotes, a constituição dos profetas para cuidar da parte espiritual.
Assim, vemos também o juízo e a providência de Deus quando seus estatutos era desobedecido e o povo levado cativo, tanto Israel, o reino do norte (Cativeiro Assírio 722 a.C.), como Judá, o reino do sul (Cativeiro Babilônico
587 a.C.).
Durante e após esses cativeiros há uma continuidade da necessidade de uma intervenção política. Neste sentido Deus permite, por exemplo, que na Babilônia os príncipes dos israelitas, juntamente com Daniel ficassem em posição política estratégica de liderança. E mais uma vez, como ocorreu com José no Egito, Daniel na Babilônia se torna o segundo ali abaixo somente do monarca. E ele realmente faz a diferença. O contexto subsequente mostra que chega a um ponto que é permitido a este povo, após se concertarem e entrar em obediência, alinhar-se com Deus novamente, ser autorizado retornarem do cativeiro para reconstruir novamente a cidade, o estado, a nação e restaurar a própria identidade.
É claro que Deus tentou no início com juízes. Depois, com os reis e mais a frente com os homens sábios e os próprios sacerdotes que após o cativeiro é quem passaram a ter essa preeminência de liderar o povo anos à frente até se estabelecer novamente Israel como estado, uma nação.
Nesse interim, o tipo de liderança principal foi reestabelecida. Todavia é necessário destacar alguns pontos ainda dentro do retorno do cativeiro (séc V a VII). A narrativa histórica vista em Esdras e Neemias (governador e sacerdote) passando por outros contemporâneos e profetas. O próprio livro de Ester (3.6-15; 6 – 7.1-6, 9-10; 8.1-8,11,17; 9 – 10) e o de Daniel ( 3; 4.1 – 5.16) demonstram como foi imprescindível compreender sobre ordenamento jurídico, político e de como Deus se preocupou e permitiu que a liderança espiritual e estadista se levantasse para representar o povo nos reinados de Xerxes, Nabucodonosor, Belsazar, Dario, Ciro, o grande (Dn 5. 2, 28, 31; 6.1, 2, 28) nas sucessivas conquistas e transições dos impérios babilônicos, assírios, medo-persas. Estratégia com viés espiritual e politicamente necessário para executar ações no sentido de garantir a preservação, retorno, restabelecimento, reestruturação, reconstrução do muro, do templo, a reorganização cível e religiosa do povo com resgate da sua fé, confiança e obediência a Deus. Daniel ao ler Jeremias (cap. 21; 37 – 44) compreendeu que toda a desolação duraria setenta anos. Então orou confessando os pecados, as transgressões, afastamento das leis e mandamentos pelas maldades do coração de si e de todo Israel e depois de anos recebeu a resposta (Dn 9.1-26).
Os relatos demonstram como foi necessário a intervenção de políticas (Neemias 1 e 2). Deus desperta o rei para perceber que estava triste o seu copeiro e ali permite que ele falasse abertamente do que o afligia e houve o relato da necessidade do seu povo escravizado voltar a sua cidade destruída, ao culto praticamente dificultado para que pudesse ocorrer naturalmente. A urgência em restaurar a identidade do povo que ia se perdendo, assim como a língua, os ensinos das Leis de Deus, a mesma, que estava escrito para que eles pudessem obedecer, estava se perdendo. O que pode ser visto nos relatos do livro de Esdras, conforme discorre Horvath (2019)8
O capítulo 2 de Esdras traz a linhagem dos judeus que voltaram a Jerusalém do cativeiro babilônico assim que o rei Ciro da Pérsia decretou o edito da liberação da volta e da ordem de reconstrução do templo (Esdras 1). Esse primeiro retorno foi sob a liderança de Zorobabel, com a finalidade principal de reconstruir o templo de Jerusalém. A volta de um segundo grupo, sob a liderança de Esdras, visava a reconstrução da condição espiritual do povo (Esdras 7 e 8), já no reinado de Artaxerxes.
A soberania e os atributos de Deus não permitiriam o extermínio dos seus escolhidos sem propor um escape e providências para garantia de ações exitosas até a vitória.
Deste modo, Deus permite o regresso dos cativeiros. E é quando inicia toda uma intervenção política. E se escreve, se edita decreto onde é garantido os termos em que ocorreria o retorno do povo para reconstrução dos muros do templo e da própria Jerusalém. Bem como a reconstrução da identidade do povo. Então, se estabelece nos decretos as providências e as provisões. Na verdade, o rei deu garantias de que não faltasse nada, tudo que os israelitas precisassem para voltar e restauras suas vidas, cultura, propriedades e a condição digna como cidadãos foi selado no reinado de Assuero9.
Todavia, também houve uma provisão da parte Deus, uma ação política, através de uma órfã. Ela é elevada a condição de rainha para fazer a intervenção no tempo certo. Ficar na dispensação, numa posição política de influência. Para vermos isso passando, toda a história, os relatos do livro histórico de Ester foi de suma importância. Assim como a liderança de Mardoqueu. Ele já tendo o conhecimento de como se organizava a corte na Pérsia e na Média, bem como os príncipes portavam ali. Certa noite, foi ouvido, sobre o que Mardoqueu fizera para salvar o rei. Porque, isso estava também registrado nas crônicas, nos documentos oficiais do reino. Então, essa organização política passa por esse entendimento de que se precisa estabelecer as premissas, o modelo de como seus súditos irá se portar. Também, os seus líderes precisam ter a justiça/legislação organizada.
Vemos Esdras e Neemias agindo semelhantemente, organizando os termos de como o povo se portaria. Então uma constituição, a parte do delineamento legislativo. Isso tudo a vemos claramente sendo restabelecido, reorganizado após esse retorno. E essa máxima vai permear todos os povos. O ordenamento jurídico para todas as áreas: economia, social, política, guerra, educação, saúde, etc. Tudo isso é estabelecido de comum acordo. É celebrado entre os povos que habitam em determinado estado, clã, ou região.
Há regras, se bem pensarmos no seu cerne, para o menor núcleo que existe – a família. Ela tem as suas regras, mesmo que seja dentro do Estado sobre outras legislações principais, hoje nós chamamos de Carta Magna, que é a Constituição de um país extremamente importante. E aí dentro dessa organização de um estado laico, existem as obrigações e deveres do cidadão. Há as obrigações legais, políticas, sociais, e as responsabilidades – os deveres. Assim como têm os direitos individuais e coletivos, há também as obrigações e os deveres coletivos e individuais.
Israel manteve sua soberania por longos anos, permanecendo como Deus havia o organizado. Após as sucessivas incursões e campanhas dos impérios terem dominado o mundo. Então intercalando essa dominação de um estado poderoso a um país poderoso, de uma nação poderosa para outra. O que compreendemos como a preparação de Deus ao advento do envio do seu Filho. É quando Jesus vem como Messias, na plenitude dos tempos, estava o império romano dominando o mundo de uma forma avassaladora.
Ao conquistar dos gregos eles aprenderam e herdaram toda uma maneira de se organizar melhor e de como conquistar os seus inimigos além da força. Também é bem verdade que os gregos conseguiram subjugar os seus algozes, seus dominadores, no caso os romanos com o conhecimento. Eles acabaram se submetendo ao saber, a cultura grega. Daí a contribuição helenística.
Segundo os relatos da história foi uma forma dos gregos sobressaírem a sua grande derrota. Portanto, a grande contribuição helênica para o mundo permaneceu pela biblioteca de Alexandria e outros centros culturais que foram estabelecido na Grécia e que os povos utilizaram como fonte do pensamento organizado. Lá havia literatura disposta em diversas áreas: medicina, educação, economia, arte da guerra, etc. Mas, quem inventou o direito foram os romanos.
Percebe-se que o ato de se organizar é fruto deste contexto. Quem soube utilizar a experiência de outros povos e criar a sua própria forma – estratégias de defesa, política, e social na integração econômica e militar. Estes termos estabeleceram nações fortes e prósperas. Independente do modelo político estabelecido, os princípios basicamente são os mesmos. Sempre haverá a necessidade de uma estrutura política.
Percebemos nessas narrativas a consolidação de Israel como nação. Com o advento do Novo Testamento percebe-se o surgimento, o nascimento de um novo povo, uma nação espiritual chamada igreja. E como se estabeleceram? Vemos toda a preocupação de Jesus dando ensinamentos, instruções e orientações de como os súditos se portariam (Mt 4.23; 5.3; 7,21). Afirmava que seríamos uma nação, um reino eleito. Não o Israel concreto, povo, nação. Mas, povo enxertado, fruto de uma adoção (Rm 11.17; Jo 1.12; Ef 1.5). Faríamos parte de um Israel espiritual. Então a igreja, ela tem a sua organização prevista por Deus com a sua função e seu papel. E esse Israel espiritual, povo designado igreja, são os servos de Deus escolhidos para realizar uma grande intervenção no mundo. Não como um estado, uma nação única como é Israel (Fp 3.20). Mas, com prerrogativas e credenciais diplomáticas de serem os grandes embaixadores do Reino dos Céus, do Reino de Deus à todas as nações para todos os povos e línguas (2 Co 5.20; Mt 5.10; 20.28; 28.19, 20).
Por isso é evidente que há uma chamada, uma necessidade, um dever do cristão de se envolver de forma justa, honesta, vigilantes para não perder a sua essência e nem ficar em desobediência, em desacordo com a constituição, com as regras, com os ensinos e os mandamentos do Reino. Mas, ao mesmo tempo fazer a interferência e intervenção nesse mundo diante dos homens grandes e pequenos porque assim e para isso nos constituiu e nos credenciou Deus em Cristo Jesus:
Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. Antes vocês nem sequer eram povo, mas agora são povo de Deus; não haviam recebido misericórdia, mas agora a receberam (1 Pe 2.9,10 NVI).
O próprio Deus disse não vos preocupeis. Vejamos os exemplos de Paulo de quando fez missões e o de todos os outros servos de Deus, os pais da igreja, os missionários ao longo dos séculos como eles fizeram essa intervenção, usados por Deus com todos os dons espirituais, ousadia, perspicácia, determinação e muita propriedade com todo poder que Deus lhes concedia, não só para testemunhar pela oratória. Mas, a capacidade de elaborar, de construir estruturas textuais de leis e de ensino capazes de produzir lideranças, de organizar povos, ações e comportamentos. Tudo isso é extremamente importante, porque percebemos como Deus inteligentemente, um Deus político preza pela organização:
Quando vos levarem forçados às sinagogas e perante governantes e autoridades, não vos preocupeis quanto à maneira que deveis responder, nem tampouco quanto ao que tiverdes de falar. Porquanto, naquele momento, o Espírito Santo vos ministrará tudo o que for necessário dizer” (Lc 12.11,12 KJA).
Faço aqui um parêntese. Na intenção de Deus estabelecer um povo para chamar de seu, ser exemplo. O povo que faria Yahweh ser conhecido em meio a todas as nações que se estabeleceriam na terra. Então Deus constitui um líder logo no Egito antes da saída, da libertação do povo da escravidão. Levanta-o, aquele que foste salvo de uma maneira extraordinária – Moisés se tornaria ali um príncipe do Egito, um membro da realeza adotado e é ensinado em todas as ciências e em todo conhecimento que havia na época no Egito. É assim a forma da propagação do poder. Aqueles que são líderes precisam saber liderar. Tem a obrigação de aprender os conceitos da guerra, da construção, da gestão social, da econômica, da diplomacia, etc. Precisam conhecer a legislação da qual ele liderará. Logo, é esse o dever de todo Cristão: estudar, conhecer e agir com firmeza e propriedade.
O nosso Pastor Silas tem relatado que o pai dele desde ele bem novo, ainda adolescente ensinou a estudar a bíblia, a ler os jornais sobre política, sobretudo o que acontecia no Brasil e no mundo tanto no contexto político como no econômico. Neste sentido se ressalta o quanto é importante entender como as coisas funcionam, quais são as verdadeiras intenções dos povos, dos grupos políticos e as suas agremiações.
Compreender como se elabora e estabelece tais termos ou aquela lei. Ou ainda, sobre as intensões futuras dos candidatos em eleições majoritárias e proporcionais é salutar. Precisamos ressaltar que o fenômeno do aumento da participação dos cristãos brasileiros na política tem sido decisivo em eleições. E tornado objeto de estudo científico nas universidades nacionais (ver CONRADO, 2000, VALLE, 2013 E FERREIRA, 2019) e internacionais. Destaque para o posicionamento do Pastor Silas Malafaia, Presidente da Assembleia de Deus Vitória Cristo em defesa da família e os valores cristãos chamando os fiéis ao “voto moral” e à defesa da fé cristã (VALLE, 2013, p. 42, 100-103).
Deste modo, isso é muito importante tanto no tempo de José no Egito quando ele teve que obter conhecimento da legislação, Ester na Babilônia ali com os persas, no tempo dos medos, com o próprio Daniel, ambos precisaram conhecer porque os decretos eram a favor e às vezes desfavorável aos seus patrícios.
Assim, ocorre nesse tempo, onde a igreja no século 21, no terceiro milênio, a legislação hora é a favor e hora ela é contra. Na maioria das vezes os poderes conspiram contra os cristãos. São a favor do aborto, da vida promíscua, são favoráveis inclusive hoje, a tentativa de tipos de relacionamentos totalmente antagônicos à vontade de Deus. A própria vontade de ter um país liberal com toda a libertinagem, inclusive não colocando o roubo como uma coisa ruim dependendo do nível e da necessidade dos que roubam se é para alimentar-se ou não. Fato é que há toda a tentativa de transformar o estado, um país ou uma nação que tem princípios cristãos em uma anarquia. Se tenta de todas as formas subjugar a organização, a identidade do povo que precisa conviver de forma plural dentro da nação.
E fica evidente quando o cristão se omite. Quando ele está negligente, não fala, só se submete a todas as tentativas e leis. Portanto, é obvio que o espaço vai diminuindo e que a opressão vai aumentando. Isso é bem notório desde o Egito, assim como na Babilônia. Desde José na primeira vez, de Daniel depois ali com Ester. Depois de todos esses exemplos do mundo antigo temos semelhanças nos relatos do mundo moderno. Como Hitler se estabeleceu numa liderança forte na Alemanha e se fortaleceu político, militar, economicamente e tentou subjugar os povos e criar uma raça ariana, pura e branca. Para tanto, começaram a perseguir os negros, os judeus, principalmente porque certamente Satanás estava por trás desse desejo de exterminação do povo que representava realmente Deus na Terra.
E é obvio que a primeira guerra mundial e depois a segunda trouxeram sérias consequências mostrando que há um eixo do mal e um do bem na terra. Onde o do bem está sob as regras e os princípios divinos e o eixo do mal sob a égide, a organização satânica. Isso fica bem evidente. Haja a vista, que esses poderes estarão sempre em luta resistindo à vontade, organização de Deus. Os poderes do mal para desfazer as obras de Deus. Começa no céu com a queda do anjo, do querubim ungido e ele se torna aqui na terra o grande algoz dos servos de Deus.
As escrituras é clara na advertência quanto a omissão e negligência dos justos:
Os justos abençoam a cidade por meio das bênçãos que recebem, mas pela boca dos perversos é destruída” (Pv 11.11 KJA). Tu, cujos olhos são puros e imaculados, que não suportam ver o mal; que não podes tolerar a malignidade. Então, por que tens paciência com os perversos? Por que ficas em silêncio enquanto os ímpios devoram os que são mais justos que eles?(Hc 1.13 KJA). Pensem nisto, pois: Quem sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado (Tg 4.17 NVI).
Corroborando com este entendimento credita-se a Martin Luther King a magnífica frase: “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”. Outra frase que endossa essa advertência é de Edmund Burke10: “O mal triunfa sempre… Que os bons não fazem nada.” “Para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada.”
A organização e a participação do cristão na política é uma necessidade tanto temporal por sobrevivência quanto do ponto de vista espiritual por ser uma demanda diária. Precisamos manter-nos ligados ao nosso criador, permanecer alinhados à vontade de Deus para que todas as suas benevolências sejam conosco. De sorte que todas as suas promessas e seus cuidados nos alcance.
E ao mesmo tempo precisamos fazer a interferência positiva diligentemente nesse mundo, de forma pacífica, ordeira junto às instituições. Seja na educacional, hospitalar, direito, tribunais, etc. Seja qual for o órgão, instituição, o cristão precisa fazer a intervenção e se posicionar. Principalmente se tratando de organismo que organiza o país, onde houver a política, não somente através dos períodos das eleições. Mas, permanentemente diante dos debates e enfrentamentos junto ao ordenamento jurídico-político é necessário que tenhamos pessoas capazes de influenciar e de não permitir que todo mal, toda a forma de depreciação, de esvaziamento do poder, cooptação da verdade prevaleça.
Por isso é extremamente importante em anos de polarização que o cristão saiba de que lado está. Se do lado daqueles que pregam a mentira, são contra os princípios cristãos, dos que querem desmontar a sociedade organizada a partir dos princípios morais e da ética baseada no modelo judaico cristão aqui no ocidente. Se querem apoiar justamente quem tem essas intenções. Ou ficarão do lado daqueles que querem fazer a manutenção e a preservação ainda que não seja o ideal para cada um de nós, nem mesmo a nossa escolha ideológica. Todavia, sabemos que não iremos encontrar essa perfeição. Nem com rei segundo o coração de Deus, tão pouco no tempo dos reis que foram bons diante de Deus na monarquia Israelita isso foi perfeito.
Assim, sabemos que mesmo os homens em posição de eminência não são perfeitos. Contudo, Deus usa quem quer, a hora que quer, do jeito que quer para fazer justiça no intuito de cuidar do seu povo.
E baseado nessa premissa nosso exercício dentro do ordenamento político-jurídico é fazer as escolhas certas, exercer a cidadania, empenhar a nossa força. E muitas vezes é através do voto. Depois de votar precisa-se acompanhar, fiscalizar, criticar, se preparar para dizer que não está certo, que não está sendo bem atendido, o povo não se sente contemplado. E que os cristãos não aceitam aquilo que está sendo submetido a força, empurrado goela abaixo.
Contra aquilo que é prejudicial e pernicioso para o cristão ele precisa se posicionar. Neste sentido, nós ficamos na posição de conservadores mesmo. Hoje em dia há uma massificação do que é politicamente correto. Dizendo que o indivíduo para ser bem-quisto na sociedade precisa ser socialista, progressista comunista, ativistas de várias causas: ecológicas, sociais, até das “anti”, as fobias e fóbicas.
Por isso, existem os vários posicionamentos ideológicos que tentam prevalecer ou já se constituíram militância LGBTQIAP+, da área da homossexualidade, de outras áreas inclusive do apoio às drogas e as milícias. Atualmente no mundo inteiro, os grupos terroristas, paramilitares, narcotráfico, organizados do PCC e outros se constituem em grupos criminosos, roubam, assaltam sequestram, fazem todo tipo de atrocidade dentro do país. Muitas vezes funcionando em certas comunidades como poder paralelo.
Qual seria a maneira de evitar tudo isso? Do que o povo precisa saber e fazer? Fato é que nós, o povo de Deus precisamos nos posicionar para que as políticas sejam cada vez mais sérias, mais abrangentes, atenda realmente a necessidade de toda uma nação sem prejuízo de outros. Não se pode permitir que em detrimento de uma minoria seja subjugada toda uma maioria. Entra-se num consenso, respeita-se as minorias nos seus direitos constitucionais e básicos. Mas, aquilo que que é uma intenção de afronta ao direito do outro, a identidade de um grupo majoritário precisa ser repensado.
E é exatamente aí onde entra o nosso posicionamento. Há uma necessidade de haver a tolerância. Mas, ao mesmo tempo precisa se respeitar aquilo que é a decisão da maioria. No que tange a organização de uma sociedade do ponto de vista do bem-estar de todos. Principalmente dessa maioria desde que as minorias não sejam rebuscadas ou feridas nos seus direitos. Os direitos e deveres comuns, individuais e coletivos conforme preconiza a carta magma da nação.
Então ser cidadão do céu e ter uma mente de cidadão do céu não nos descredibiliza ou desresponsabiliza da participação nos atos temporais. Nós sabemos que a influência é quem determina o nosso presente e o nosso futuro. Tudo está bem nítido na história. Se todas as vezes que houvera um iminente plano de extermínio ao povo de Deus na terra não existisse essa manifestação, a iniciativa divina. Sem a intervenção de Deus materializada nas ações de homens e mulheres levantadas politicamente por Ele. Certamente o seu povo já teria sido exterminado da face da terra.
Assim afirmou o grande sábio estadista Salomão: “Quando os justos governam, o povo se alegra; quando os perversos estão no poder, o povo geme” (Pv 29.2 NVT). Contudo, o propósito de Deus não pode ser frustrado. E Deus jamais perdeu e perderá uma guerra. Ele até permite a subjugação do seu povo por causa do seu juízo, em função da desobediência. Porém, o restabelece e lhes restituem tudo, após se arrependerem e confessarem seus erros, falhas e pecados.
E esse é um tempo em que a igreja de Deus no Brasil, a igreja de Deus na Terra precisa se guarnecer, marcar sua posição, estabelecer os seus marcos e para ser respeitada como uma instituição poderosa que segue à vontade e tem as primícias das bençãos de Deus.
Ela está firmada numa estrutura de princípios, mandamentos e ensinos aos quais submete-se voluntariamente ao soberano e criador, ao Deus onipotente, onisciente, onipresente. E na sua soberania está o controle de todas as coisas. Deus está no controle de tudo e nada que acontece no céu ou na terra, embaixo da terra, ocorre sem a permissão de dEle, não esteja submetido à sua vontade permissiva e à sua vontade soberana.
1 Pólis significa cidade-estado. Na Grécia Antiga, a pólis era um pequeno território localizado geograficamente no ponto mais alto da região, e cujas características eram equivalentes a uma cidade. O surgimento da pólis foi um dos mais importantes aspectos no desenvolvimento da civilização grega. As pólis foram criadas a partir da desagregação da sociedade homérica, que era constituída pelos genos – comunidades compostas por pessoas com antepassado comum e chefiadas por um pater (chefe patriarca de cada comunidade). As pólis se encontravam já nas primeiras comunidades urbanas da Mesopotâmia e, à medida que aumentavam, podiam chegar a constituir nações ou impérios. O agrupamento das tribos dá início à formação das pólis, que se desenvolvem a partir do século VIII a.C., no Período Arcaico (Significado de pólis em https://www.significados.com.br/polis/.).
2 Política (do Grego: πολιτικός / politikos, significa ” algo relacionado com grupos sociais que integram a Pólis “), algo que tem a ver com a organização, direção e administração de nações ou Estados. O termo política é derivado do grego antigo πολιτεία (politeía), que indicava todos os procedimentos relativos à Pólis, ou cidade-Estado grega. Por extensão, poderia significar tanto cidade-Estado quanto sociedade, comunidade, coletividade e outras definições referentes à vida urbana (Wikipédia em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica#:~:text=.
3 Ver mais sobre Aliança Edênica e Aliança Adâmica em: https://revistaimpacto.com.br/wp-content/uploads/2014/11/AS-7-ALIAN%C3%87AS-PARTE-2.pdf. Ver também sobre as sete alianças parte 1 e 2 em: https://revistaimpacto.com.br/wp-content/uploads/2014/11/AS-7-ALIAN%C3%87AS-PARTE-1.pdf e https://revistaimpacto.com.br/wp-content/uploads/20 14/11/AS-7-ALIAN%C3%87AS-PARTE-2.pdf.
4 Cidade no Hebraico (עִיר – Hir ) e no Grego (πόλη – póli). Consultando a Bíblia em Português de João Ferreira de Almeida Revista e Atualizada, encontramos nos livros do Antigo Testamento 1087 vezes a palavra cidade e no Novo Testamento encontramos168 vezes, perfazendo um total de 1255 vezes. (aBíblia.org).
5 Cidades citadas no AT: Javã, nome hebreu da Grécia, Babel, Ur (Ur dos Caldeus), Canaã, Harã, Siquém, Hebrom, Salém, Bersebá, Betel, Jericó, Uz, etc. (Gn 10.4; 11. 8, 9, 28, 31; 12.1, 2; 13.18; 14.18, 26.23-25; 29.15-30; Js 6.2, Jó 1.1).
6 Cidades citadas no NT: Judeia, Jerusalém, Ramá, Betânia ou Betabara, Iduméia, Tiro, Sídon, Cafarnaum, Caná, Belém, Betsaida, Gadara, Nazaré, Galileia, Lida, Sarona, Damasco, Jope, Sarepta, Emaús, Roma, Tarso, Alexandria, Siracusa, Patmos, Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sárdis , Filadélfia, Laodiceia, etc. (Mc 1.5,9; 3.7, 8; Mt 2.1, 6, 8, 16,18, 22, 23; Jo 1.19, 28, 43-46; 2.1, 11-13, 23; Lc 2.4,15, 38, 39; 4.16, 23, 26, 31; 6.16, 17; 24.6, 13, 18, 33, 50; At 9.2, 38, 10, 11, 30, 31, 35, 42, 43; 28.11,12; Ap 1.9,11).
7 Sales, Teofanes. As leis civis e cerimoniais contidas no antigo testamento em especial êxodo e levítico. 16/01/2015. Disponível em: https://juridicocerto.com/p/teofanesjr/artigos/as-leis-civis-e-cerimoniais-contidas-no-antigo-testamento-em-especial-exodo-e-levitico-1045. Acesso em 20, maio, 2023.
8 HORVATH, Miguel.ESDRAS E NEEMIAS: QUEM É QUEM – ESDRAS 2.1-70. 08/07/2019. Disponível em: https://ibvm.org.br/esdras-e-neemias-quem-e-quem-esdras-2-1-70/ Acesso em 20, maio, 2023.
9 Assuero, tradicionalmente identificado como Xerxes I , nome grego, pelo qual ele é mais conhecido e aparece em relatos extrabíblicos. O rei Assuero foi o governante da Pérsia entre 486 e 465 a.C. Foi filho de Dario I, neto de Ciro e o pai de Artaxerxes I, o mesmo Artaxerxes que aparece no contexto de Esdras e Neemias (Ed 7:1; Ne 2:1). Acha-se mencionado em Ester 1; Esdras 4:6-23 e Daniel 11.2. Disponível em: https://www.personagembiblico.com.br/2016/12/ rei-assuero-historia-de-xerxes.html. Acesso em 20, maio, 2023.
10 Edmund Burke, no Século XX, foi amplamente reconhecido como o fundador do conservadorismo moderno. Sobre Conservadorismo político, Burke definiu a política como um exercício em que é preciso respeitar “um princípio seguro de conservação e um princípio seguro de transmissão, sem excluir um princípio de melhoria”. Conservação, transmissão e melhoria, portanto, seguiriam uma ordem lógica, e não arbitrária. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Edmund_Burke#. Acesso em: 24, maio, 2023.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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