“E o rei Herodes, ouvindo isto, perturbou-se, e toda Jerusalém com ele.”Mateus 2:3
É notório que, segundo o relato do Evangelho (Mt 2.1-16), o NATAL de Jesus causou muito ódio e rancor aos poderosos da época, à ponto de trazer perturbações em toda cidade de Jerusalém (Mt 2.3) e uma trágica chacina infantil na cidade de Belém (Mt 2.16-18).
O que me causa estranheza é em pleno século XXI, apesar do relato do evangelho sobre o ódio satânico e mortal acerca do nascimento de Jesus, após séculos de conhecimento adquirido, ensinado e proclamado a respeito do valor da encarnação e ressurreição de Jesus, alguns pseudos cristãos insistirem na ideia de criticar ou depreciar a festa do natal sob várias alegações.
Não suporto mais ser questionado sobre a legitimidade do Natal. Estou farto destes que se apresentam como apologistas da verdade, defensores da fé autêntica, mas na verdade não passam de uma tropé de legalistas, “letristas”, “virgulistas”, xiitas fundamentalistas belicosos, que com o medíocre propósito de esvaziar o sentido, o significado e a significação do NATAL, passam o tempo todo usando expressões negativas e radicais: festa pagã, mercantilista, data errada, Jesus não é criancinha de manjedoura, árvore de Natal é ídolo, luzes coloridas é pecado e por aí vai…
Convido a estes legalistas belicosos, que precisam tanto das letras e tão pouco do Espírito, a consultarem o texto de 1Jo 4.2,3. Mas, como dificilmente consultarão faço questão de postar aqui “Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo.”
Digo sem titubeio que os que os que rotulam, esvaziam, rejeitam, ou entregam o significado do Natal para satanás, são “anticristos” e cometem o mesmo pecado dos imperialista, capitalistas e mercenários que fazem o mesmo. Aos contrários, quer queiram ou não, digo: o Natal é decerto um testemunho público e notório de que Jesus nasceu neste mundo conturbado, ou seja, que veio em carne, para viver uma vida extraordinária e realizar uma eterna salvação para toda a humanidade que crê em Seu nome. No meu entendimento não há sentido e nem coerência celebrar a morte e a ressurreição de Jesus, sem, contudo, dar igual valor ao Seu nascimento, que chamamos carinhosamente de Natal!
Também não sou inocente ou romântico para defender que tudo seja perfeito, que toda a celebração tenha o aval divino, que não haja excessos, ou mesmo desvios. Mas não vamos jogar fora a criança junto com água suja usada para banhá-la.
Como Teólogo, Educador e sobretudo Ministro do Evangelho não posso e não devo desperdiçar ou desconsiderar os benefícios do Natal e todos os bons sentimentos e emoções salutares que o mesmo produz nas pessoas e em toda a sociedade, por causa de pequenas diferenças de interpretação, ou por suposto purismo bíblico, “letrista”, “virgulista”, fundamentalista, ou pela falta de densidade teológica, é semelhante a matar o trigo por causa do joio.
Devemos sim aproveitar os ensejo das comemorações de Natal e o seu contexto, para reafirmar o valor da cultura Cristã e aproveitar a oportunidade para anunciar que tudo aquilo que diz respeito a Jesus tem a ver conosco, Seus seguidores, que o amamos e o servimos. Devemos, sim, ser feliz, festejar, aproveitar o ensejo em que todos (incluindo os que dizem não crer em Jesus) falam Nele, cantam, dão presentes, ceiam, vão às igrejas, transformando o Natal, o nascimento de Jesus, na maior e mais feliz celebração do mundo.
Não deixemos, portanto, que as diferenças em pequenas coisas (que na sua maioria são exatamente isso: pequenas!) nos separem definitivamente da gratidão devida ao Senhor por ter nascido entre nós, ou mesmo de celebrarmos efusivamente tão fenomenal momento. Não deixemos de celebrar o que é certo porque alguns celebram erradamente. Não deixemos de celebrar pelos motivos corretos porque alguns o fazem pelos motivos errados.
Ora, consideremos o seguinte: Se Jesus é esquecido por alguns, está sendo lembrado por milhões. Nossos exemplos de felicidade e apego a Jesus ajudam a despertar os que o esquecem.
Aos legalistas digo: não me convidem para depreciar o Natal. Não sou inimigo da Cruz de Cristo, nem da sua encarnação, muito menos de sua ressurreição. Sou inimigo da religião, da ignorância e de toda e qualquer forma de alienação. Não promovo a religiosidade e sim a espiritualidade, principalmente a de Cristo. Portanto, Vamos, pois, aproveitar e celebrar também com todo o nosso vigor, de todo o nosso coração e entendimento.