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Um olhar sobre o Conservadorismo

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“Assim diz o Senhor: “Ponham-se nas encruzilhadas e olhem; perguntem pelos caminhos antigos, perguntem pelo bom caminho. Sigam-no e acharão descanso.” (Jeremias 6.16)

         Nos últimos tempos temos visto um avanço sem precedentes de uma ideologia “progressista” sobre aquelas que consideramos como as mais importantes instituições para a formação de uma sociedade sadia, a saber: a igreja, a pátria e, sobretudo, a família. Estamos assistindo uma intervenção desse dito “progressismo”, eivado de ideologias perversas, sobre praticamente tudo o que diz respeito à organização social (leia-se nossas vidas): Basta visitar os livros de história e os noticiários jornalísticos (honestos e fidedignos) sobre a nefasta ideologia de esquerda, que, mais recentemente, tem vitimado países vizinhos ao nosso, como Venezuela e Argentina.

         Os governos destes países têm promovido mudanças radicais (e, infelizmente, por vezes, vêm obtendo êxito) em pautas sensíveis à sociedade, fomentando ações sobre a mudança do número dos gêneros, aborto, implantação do sistema de “cotas” (ao criar novos critérios de admissão em universidades e empresas), direito à propriedade e à legítima defesa, mudança “idiote” para a chamada “linguagem neutra”, e, até mesmo (pasmem!), ao uso de banheiros e vestiários.

         Em seus gritos de ordem, esse “progressismo” tem avançado também sobre direitos inalienáveis (e garantidos pela Constituição Brasileira) de todas as formas de expressão que se oponham as suas ideologias, ao censurar o que consideram como “politicamente incorreto”. Isso tolhe o direito individual de pensar livremente e de expressar seus próprios pensamentos.

         Como se já não bastasse, esses ditos “progressistas”, sob o pretexto da pandemia do COVID-19, foram os mesmos que apregoaram a ideia de que o Estado é quem deve decidir se você deve ou não ficar trancado em casa, ou se você pode (e quando pode) trabalhar, voltar a estudar ou abrir o seu próprio negócio. Até mesmo o direito da prática do culto à Deus foi suprimido.

         O que assistimos, estupefatos, em algumas situações que se multiplicaram pelos estados e municípios brasileiros, foi o surgimento de alguns “tiranetes” que promulgaram, por exemplo, o fechamento de templos e a criminalização do trabalho (impedindo que cidadãos particulares cuidem do seu negócio), sob o pretexto do “Fique em casa. A economia a gente vê depois”. A reboque dessa situação, no período pandêmico, esse “progressismo”, “pseudo” defensor dos direitos humanos, criou mecanismos para a soltura de mais de quarenta mil presos: criminosos postos em liberdade, em que estes tiram a sua liberdade, em nome da “saúde”.

         Na última edição da Copa América de futebol, realizada aqui no Brasil, vimos esses ditos “progressistas” quererem impor a escolha de números para as camisas dos jogadores de futebol. Talvez, você seja alguém que diga: Mas o que eu tenho a ver com isso? Eu sigo tocando a minha vida e essas coisas (pelo menos penso assim), não afetam a minha liberdade… Bem, deixa eu te dizer uma coisa, aliás, eu vou parafrasear o pastor batista estadunidense Martin Luther King: “Quem aceita o mal sem protestar, coopera com ele.”

         Se você ainda não está convencido do perigo que essas “ideologias progressistas” representam, vamos apresentar uma passagem escrita pelo pastor luterano Martin Niemöller, durante o período inicial da implantação do nazismo na Alemanha. Niemöller, argumentava que o povo alemão (incluindo as igrejas protestantes) se tornou cúmplice do sistema ao silenciar sobre as arbitrariedades exercidas naquele tempo, onde o sistema promoveu prisões, perseguições e o assassinato de milhões de pessoas:

Quando os nazistas vieram buscar os comunistas, eu fiquei em silêncio; eu não era comunista.  Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu fiquei em silêncio; eu não era um social-democrata.  Quando eles vieram buscar os sindicalistas, eu não disse nada; eu não era um sindicalista.  Quando eles buscaram os judeus, eu fiquei em silêncio; eu não era um judeu.  Quando eles me vieram buscar, já não havia ninguém que pudesse protestar (United States Holocaust Memorial Museum, 2019).

         Hoje, estamos vendo uma desqualificação sistemática dos valores e ideias que defendam as instituições chamadas “conservadoras”, como o são a família, a igreja e a Pátria. Essa reação se revela tão hostil em determinadas situações, ao ponto de hoje ser praticamente uma transgressão alguém se apresentar como evangélico, à favor da família tradicional, ou anti-aborto. Ao defender esses posicionamentos você simplesmente é acusado e apontado como um criminoso, sendo que a acusação, por si só, já é a prova de culpa, e a pena é ser excluído da sociedade, redes sociais, ambientes acadêmicos, locais de trabalho ou, o que é pior, ser intimado a comparecer à “justiça” (assim mesmo, com “j” minúsculo, para responder por crimes de intolerância, preconceito e homofobia. Lembremos do recente caso do Pr. Jorge Linhares, que teve que comparecer ao Ministério Público, para responder a um inquérito sobre um vídeo postado nas suas redes sociais criticando a identidade de gênero.

         Não precisa ser muito inteligente para percebermos que o cerco “está se fechando”. É notório o fato de que, em inúmeras situações, seja nas redes sociais, nas universidades, ou em qualquer outro local onde se discuta um determinado assunto, o fato de você adotar um posicionamento divergente da “minoria” dita “progressista”, logo atrai os xingamentos de “fascista”, “nazista”, “reacionário”, “extrema-direita” e etc. E, o interessante neste caso, é que quem ofende ou pronuncia ofensivamente estes termos nem sabe o que fala, apenas reverbera o que é imposto pela sua “bolha”. Este estigma se fortalece ainda mais quando pessoas “progressistas”, pseudointelectuais e, (no nosso caso, até mesmo cristãos evangélicos, que deveriam ser, pelo menos pensamos assim, supostamente conservadoras) também passam a usar essas expressões de forma totalmente equivocada. Se você é cristão e quer agradar a homens e não a Deus, algo está errado na sua conduta (veja Gálatas 1.10).

         Por conta de situações como essa do Pr. Jorge Linhares, acima relatada, surgiu a ideia da criação de um grupo de estudos que pudesse explorar e manifestar nossas inquietações e contrariedades sobre assuntos contemporâneos que permeiam nossa sociedade atual, e “municiar” o povo evangélico com argumentos que defendam nossos costumes, valores e, sobretudo, nossa fé. E, por acreditar nisso, entendemos que precisamos hoje, mais do que nunca, ampliar nossas mentes para o ensino da defesa dos verdadeiros valores da humanidade, que só poderemos encontrar em uma filosofia conservadora.

         A cultura do repúdio contra aqueles que são contra o “politicamente correto”, tem se expandido, em que cristãos são queimados na fogueira por suas opiniões. Isso vai de encontro com o que disse Roger Scruton, em seu livro Como ser um Conservador: “Estamos vivendo uma época em que as pessoas não são mais queimadas na fogueira por suas opiniões: hoje, simplesmente perdem o emprego ou, se forem alunos, são reprovados nos exames do curso” (SCRUTON, 2015, p.138-139).

         E por que a criação desse núcleo de estudos? Porque acreditamos que essa é a única corrente de pensamento que, hoje, como apregoa o teórico político americano Russell Kirk (1918 – 1994), “pensa na política como um meio de preservar a ordem, a justiça e a liberdade.”

Referências

SCRUTON, R. Como Ser Um Conservador – 1ª edição. Rio de Janeiro: Editora Record, 2015.         

UNITED STATES HOLOCAUST MEMORIAL MUSEUM. Martin Niemöller: “Primeiro, eles vieram buscar os socialistas…”. Enciclopédia do Holocausto. Washington: United States Holocaust Memorial Museum, 2019. Acessado em: 23 ago. 2021. Disponível em: https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/martin-niemoeller-first-they-came-for-the-socialists#a-citação-1 .

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