“Já podeis da Pátria, filhos, ver contente a mãe gentil, já raiou a liberdade, no horizonte do Brasil…” (versos do Hino da Independência do Brasil)
Em minha época de escola, lembro-me que todo o dia 7 de setembro, hasteávamos a bandeira do Brasil e cantávamos o Hino da Independência do Brasil e o Hino Nacional Brasileiro. Lembro-me também, que nessa mesma época, meus pais me ensinaram o que era acreditar em um Deus vivo através da fé cristã. De forma que, hoje entendo perfeitamente a ligação que há entre o cristianismo, a política e o patriotismo. A fé cristã não se trata de uma experiência inerte, longínqua e que “do nada” ela acontece – mas sim, é dinâmica, e vivenciada concretamente no tempo e lugar que Deus assim nos colocou.
Não concordo, em hipótese alguma, com a ideia de que o cristão não deve exercer seus direitos e deveres no que diz respeito a todos os aspectos que compõem uma sociedade. Pois quando leio o que está escrito em Salmos 33:12 “Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor”, observo que o salmista está dizendo que o Senhor será Deus da nação com tudo que nela há, ou seja, seus aspectos políticos, sociais, econômicos, religiosos, culturais, educacionais e etc. Em seu livro “Fé Bíblica e Ética Social” o professor E. Clinton Garder descreve: “Nos países em que os cidadãos têm a oportunidade de participar do processo de governo, a obediência a Deus não é a mesma coisa que submissão pura e simples àqueles que estão constituídos em autoridade e poder numa determinada época. Pelo contrário: isso envolve a responsabilidade de colaborar com as autoridades na realização de suas tarefas pelo apoio dado a elas, pela crítica de seus atos e pelas providências para substituí-las quando for evidente tal necessidade no interesse de melhor governo.”
Entendo que a base primária do interesse do cristão pela ordem política é agir de forma transformadora por meio dos nossos valores e princípios transcendentes. Veja bem, não estou fazendo uma alusão ao favorecimento por parte do Estado à quebra da laicidade do mesmo, todavia, devemos usar a liberdade que o Estado laico nos garante para ratificar os preceitos sobre os quais fomos estabelecidos. Preceitos estes que são os oriundos da cultura judaico-cristã e são “valores e princípios inegociáveis”
Sabemos que a ausência do espírito ativo patriota produz nas pessoas sentimentos pessimistas cada vez mais latentes e, devido a isso, suas próprias ações sabotam seus princípios e valores, antes inabaláveis. A imutabilidade, ou seja, os valores e princípios que são inegociáveis é a segurança de que precisamos – uma vez que os ditos progressistas possuem “valores” e “princípios” incertos e transitórios, que atendem somente determinado tipo de “demanda” ou “agenda política”.Se os valores morais e éticos pelos quais conduzimos adequadamente nossas ações não forem bem alicerçados, todo sistema moral de uma nação e sua história posterior estarão fadados ao caos e ao fracasso, impedindo a existência de uma sociedade coesa.
Trago a memória uma frase de Machado de Assis que diz: “O presente que se ignora, vale o futuro.” E infelizmente, nossa sociedade vivencia um momento que, além do caos político, econômico, social e de valores intrínsecos ao ser humano, vive um caos espiritual.Por tudo isso é que estou convicta de que ser patriota abarca a preocupação e o cuidado no que diz respeito à educação, à saúde, à segurança e as demais áreas correlatas da nossa sociedade. Entretanto, minha maior luta e preocupação é com o rumo político para o qual nosso país não pode caminhar.
Patriotas lutam para que uma ideologia autoritária repleta de falácias ideológicas não se instale em nossa nação. Por fim, o verdadeiro patriota gera bons frutos através das suas ações. Ele nos faz entender e assumir o nosso papel na guerra que está acontecendo em solo brasileiro. Termino meu texto com um dos versículos bíblicos gravados em minha mente e coração: Não fui eu que ordenei a você? Seja forte e corajoso! Não se apavore nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar (Josué 1:9).