Jesus assinalou que o amor e a compaixão são as marcas dos verdadeiros discípulos Dele (João 13.35; 1 João 2.9-11). Mas será que, como cristãos, temos demonstrado amor e compaixão à multidão de pecadores
perdidos, ou estamos preocupados apenas com a nossa própria vida e o nosso bem-estar?
Como reagimos quando uma pessoa necessitada vem até nós na igreja? Damos-lhe atenção? Tentamos ajudá-la? Temos sempre uma palavra de ânimo, ou nos mostramos indiferentes, aconselhando-a a procurar o auxílio do pastor, em vez de fazermos algo que esteja ao nosso alcance?
E com relação a alguém com quem trabalhamos ou estudamos todos os dias? O que fazemos ao saber que tal pessoa está passando por uma crise, problema ou enfermidade? Colocamo-nos no seu lugar e compartilhamos com ela o amor de Deus e o evangelho de Jesus? Ou nos comportamos como
“agentes secretos” do Reino, permanecendo infrutíferos, para que ninguém nos exija algo ou nos confronte? Somos solidários ou indiferentes à dor alheia?
Estamos imitando o nosso Mestre e tendo compaixão uns dos outros e dos aflitos? Ou estamos tão envolvidos com os nossos problemas e dilemas que já nem nos damos mais conta daquele que sofre ao nosso lado, sem liberarmos uma palavra de ânimo e solidariedade?
Você se lembra do que inicialmente fizeram os discípulos de Jesus quando o Mestre indagou acerca da necessidade da multidão? Sendo tarde, eles se aproximaram do Mestre e disseram: O lugar é deserto, e a hora é já avançada; despede a multidão, para que vão pelas aldeias e comprem comida para si (Mateus 14.15).
Os discípulos atentaram para as circunstâncias e ignoraram o propósito do ministério do Messias e o grande poder de Deus, que é capaz de suprir necessidades extremas e realizar milagres inimagináveis. Isso aconteceu porque eles não estavam tão preocupados assim com a multidão que, até aquela hora, havia se disposto a permanecer com Jesus para ouvir Seus ensinamentos. Eles não queriam ver as pessoas desmaiando de fome, mas também não desejavam para si a responsabilidade de alimentá-la.
Jesus, contudo, tinha outra coisa em mente. Ele já havia demonstrado Sua compaixão, falando-lhes do amor de Deus por elas, do plano de salvação, do Reino dos céus e curando os doentes no corpo e na alma. Com a multiplicação dos pães e peixes, Ele continuaria a demonstrar àquelas pessoas a misericórdia e o poder de Deus, que o fazem interferir nas circunstâncias e prover o que o homem necessita.
Então, Jesus ordenou a Seus discípulos: Não é mister que vão; dai-lhes vós de comer (Mateus 14.16). Eles questionaram: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes (v. 17).
Sabe o que os discípulos estavam dizendo para Jesus? Em outras palavras: “Não podemos fazer nada. Não podemos resolver o problema dessa multidão. O que temos é muito pouco até para nós”.
O Mestre apresentou a solução: Trazei-mos aqui (v. 18). Eles obedeceram e, tendo organizado a multidão em grupos, Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, e, erguendo os olhos ao céu, os abençoou e, partindo-os, deu-os aos discípulos, e os discípulos, à multidão (v. 19). O que aconteceu? E comeram todos e saciaram-se, e levantaram dos pedaços que sobejaram doze cestos cheios (v. 20).
Que lições podemos tirar desse episódio registrado nos evangelhos? Entre outras coisas, que nós, os discípulos de Jesus de hoje, devemos ter compaixão de nosso próximo, obedecer integralmente ao Senhor, alimentar a alma aflita das pessoas com o pão vivo da Palavra de Deus e fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para minimizar o sofrimento alheio, promovendo a verdade, a justiça, a salvação e impedindo que muitos passem a eternidade longe do Pai.
Em alguns momentos, demonstrar compaixão implicará mais do que ouvir o que a pessoa tem a dizer, aconselhá-la e falar-lhe do amor de Deus. Tudo isso é fundamental, mas, se ela estiver enferma ou passando por necessidades financeiras, sem poder alimentar-se, comprar um botijão de gás ou pagar uma conta de luz, será necessário ajudá-la de modo mais concreto, oferecendo-lhe uma cesta básica, pagando uma conta ou dando alguma contribuição para que esta seja paga.
O Espírito Santo nos exorta: Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade (1 João 3.18). Amor requer atitudes concretas. Deus não amou só de palavra, Ele enviou o Seu próprio Filho para nos resgatar. Você entregaria seu único filho para morrer no lugar de malfeitores? O Senhor fez isso. Foi um preço caríssimo! Mas Ele investiu muito para nossa salvação. Como disse João, nós o amamos porque Ele nos amou primeiro (1 João 4.19).
Tudo o que somos e que temos vem de Deus. Ele nos tem dado recursos espirituais, intelectuais e financeiros, e espera que os utilizemos para investir em pessoas, para a salvação de almas e o engrandecimento do Seu Reino aqui na terra.
E para você, quanto vale uma alma? Você tem demonstrado compaixão?
*Este texto é parte da obra “Aprendendo com Jesus ”.
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