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Uma benção chamada sinceridade

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Uma das mais encantadoras experiências da vida é privar da amizade de uma pessoa sincera. Sinceridade era uma das marcas do caráter do patriarca Abraão. Deus mesmo disto deu testemunho, Gn 20.4-6.

Qual será o verdadeiro motivo da escassez de pessoas sinceras, em nossos dias? Ao formular esta pergunta, recordo as palavras de Rochefoucauld: “A sinceridade é uma abertura do coração. Encontramo-la em muito poucas pessoas, e essa que vulgarmente por aí se vê não passa de uma astuta dissimulação para atrair a confiança alheia“.

O sagrado Ministério do Evangelho exige que dele façam parte pessoas sinceras. Ser desprovido de sinceridade é ser incapaz de exercer as nobres responsabilidades atinentes ao exercício regular do Ministério designado pelo Senhor Jesus.

Mas a sinceridade não deve ser uma virtude exclusiva ou privativa das autoridades eclesiásticas, senão de todo o povo de Deus, tal como ouvimos dos lábios do grande líder e guerreiro Josué: “Agora, pois, temei ao Senhor, e servi-o com sinceridade e com verdade”. Js 24.14.

A sinceridade revela a natureza da pessoa que a possui, a ponto de tornar-se transparente, diante de qualquer situação. Os não-sinceros nunca podem ser devidamente avaliados, visto que oscilam no que dizem e no que fazem, demonstrando uma ridícula fraqueza, uma legítima anemia moral.

Por tal motivo, não se toma muito tempo para identificar o homem sincero, ao passo que se erra bastante quando se lida com a pessoa insincera. Como disse o Marquês de Maricá, “agrada-nos o homem sincero, porque nos poupa o trabalho de o estudarmos para o conhecermos”.

Precisamos de mais sinceridade nos púlpitos, nos hinos, nas orações, nas ações e nas intenções.

Como é lindo recordar a declaração do rei Davi: “Na sinceridade de meu coração voluntariamente ofereci todas estas coisas” I Cr 29.17.

Quando a demagogia, a hipocrisia e a malícia tomam o lugar da sinceridade, não se pode esperar um verdadeiro sucesso na Obra de Deus. A sinceridade se relaciona intimamente com o estado do coração, de sorte que ela permeia toda a integridade que se aloja dentro do ser humano. Jó declarou: “As minhas palavras declaram a integridade do meu coração, e os meus lábios falam com sinceridade o que sabem”. Jó 33.3.

  Na teologia paulina aprendemos que a sinceridade se contrapõe à malícia, assim como a verdade à corrupção, “Pelo que celebremos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da malícia e da corrupção, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade”. I Co 5.8.

É repulsivo ouvir uma declaração de um líder, quando não é sincera. É abominável seguir alguém que estabelece sua liderança sobre os escombros da falsidade, vindo a tornar-se um falsificador da Palavra de Deus, II Co 2.17. Amemos a verdade – e pratiquemos a sinceridade. Essa é a grande meta da vida cristã, proposta pelo apóstolo, Fp 2.15. 

Para atingi-la, é preciso determinação. É mister perseverança. Requer paciência e firmeza, mas é possível obtê-la. O único que precisamos considerar é que ser sincero é muito mais do que parecer sincero. Como escreveu André Gide, “não se pode, ao mesmo tempo, ser sincero e parecê-lo“.

Que Deus nos conceda um grandioso e genuino Avivamento, com maravilhosos ventos de poder que se façam acompanhar de bênçãos múltiplas. Dentre elas, não nos falte uma bênção chamada sinceridade.

Texto original disponível em http://prgeziel.blogspot.com/2009/02/

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