Menu

Gênesis 4: “O Pecado à Porta”

Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no telegram
Compartilhar no facebook
Compartilhar no email

“Adão teve relações com Eva, sua mu­lher, e ela engravidou e deu à luz Caim. Disse ela: “Com o auxílio do Senhor tive um filho ho­mem“.Gênesis 4.1

Na narrativa de Caim e Abel, a tentação é descrita pelo autor com as seguintes palavras: “Se agires bem, não é certo que serás aceito? Mas, se não agires bem, eis que o pecado jaz à porta; ele espreita você, mas você pode dominá-lo” (Gn 4:7). Essa expressão se origina de uma superstição dos povos mesopotâmicos que evitavam pisar sobre a soleira da porta, pulando por cima dela, acreditando que demônios estariam escondidos ali, prontos para saltar sobre eles.

Aqui, o pecado é comparado à serpente que tenta em Gênesis 3: uma força maléfica, dissimulada, pronta para se lançar sobre a pessoa e dominá-la. A tentação é vista como um tipo de engrenagem na qual podemos entrar. Esse mal interior, representado pela inveja e ódio em Caim, torna-se mais forte quando ele mata Abel. Ocorre o exemplo mais aberrante: matar seu próprio irmão.

Caim que mata Abel é a representação do que ocorre até hoje: a cada dia, os homens matam. O pecado está sempre à nossa porta como uma fera escondida, pronta para nos dominar.

A súplica na oração de Jesus tem o mesmo direcionamento: “Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do Mal” (e não: “Não nos submetas à tentação” Mt 6:13), como se o próprio Deus fosse o tentador. Jesus, antevendo sua própria morte, evoca a figura de Abel, que representa todos os justos perseguidos e mortos (Mt 23:35). Abel anuncia Cristo, também vítima do ódio dos homens, esse mal interior presente na humanidade desde o princípio.

  • Gênesis 6-9: “O Coração Malvado”

Na narrativa do dilúvio, a perspectiva é universal: a violência e a maldade estão por toda a terra. De onde vem este mal? O autor responde: “A maldade do homem era grande na terra, e todo o desígnio do seu coração era continuamente mau” (Gn 6:5). O grande mal é interior: o coração do homem está corrompido.

Jesus retoma essa afirmação: “Porque é de dentro, do coração dos homens, que saem os maus pensamentos” (Mc 7:21). Ele interpreta a narrativa do dilúvio como uma descrição da situação predominante até o fim dos tempos: “Como nos dias de Noé, será a vinda do Filho do Homem. Como naqueles dias que precederam o dilúvio, estavam comendo, bebendo (…) e não perceberam nada até que veio o dilúvio e os levou a todos” (Mt 24:37-39).

Gênesis 6-9 desempenha bem seu papel de narrativa mítica, descrevendo o homem de todos os tempos. Estamos “nos dias que precedem o dilúvio”: a corrupção e a violência estão por toda a terra. Um dia o fim virá, bem como uma nova ordem mundial. Nesse ínterim, podemos escolher permanecer fiéis a Deus, como Noé, ou continuar no mal. Esse quadro descreve não só a história passada e a atual, mas também anuncia nosso futuro.

Com Noé, apresentado como fiel a Deus, vemos que o bem existe na humanidade, mesmo fora de Israel. Noé é uma prefiguração de Cristo, que será salvo do mundo atual para ingressar em uma nova criação. A arca de Noé simboliza a Igreja, sacudida pelas forças malignas, mas protegida por Cristo.

O arco-íris, aparecendo após o dilúvio, é um símbolo de paz. No Apocalipse, ele aparece numa visão do céu (Ap 4:3), indicando que um dia o mal terá fim e uma nova ordem mundial será inaugurada.

  • Gênesis 11: “Querer Atravessar os Céus”

No relato da Torre de Babel, a humanidade falava uma só língua e pretendia construir uma torre que chegasse aos céus para fazer um nome para si (Gn 11:1, 4). Esse desejo de “penetrar os céus” significa querer ser como deuses, alcançar a plenitude sem Deus.

Hoje, o projeto de uma sociedade unificada, representada pela “globalização” ou “nova ordem mundial”, se apresenta com a máscara da fraternidade e unidade, mas pode resultar na escravização da humanidade. O autor do Apocalipse descreve o mundo atual como a Grande Babilônia, governada pela besta (Ap 13:18). Satanás, oferecendo os reinos do mundo a Jesus (Lc 4:5-7), simboliza esse domínio maligno.

O relato de Babel descreve uma sociedade que busca se realizar sem Deus, resultando em divisão e incompreensão (Gn 11:7-9). O inverso de Babel é Pentecostes, onde todos entendem os apóstolos em suas próprias línguas (At 2:7). Pelo Espírito Santo, a humanidade se reencontra e se respeita em suas diferenças.

  • As Forças do Mal

As expressões simbólicas:

1. Ser como deuses (Gn 3)

2. O pecado à porta (Gn 4)

3. O coração perverso (Gn 6)

4. Penetrar os céus (Gn 11)

Esses quadros representam o mal observável e interior, mostrando que somos como o homem e a mulher indiferentes a Deus, sofrendo e morrendo. Somos Caim, que espreita o pecado à porta e mata. Somos os homens corruptos e violentos de antes do dilúvio. Somos os homens de Babel, querendo alcançar a plenitude sem Deus, resultando em divisão e incompreensão.

Para explicar por que a humanidade permanece fechada a Deus, o escritor revela a presença das forças do mal, começando com a figura da serpente em Gênesis 3, vista como mentirosa e sedutora, mas sob o domínio de Deus.

  • Compreender o Antigo Testamento

As Ofertas de Caim e Abel

A Natureza das Ofertas:

Abel trouxe de suas primícias, as melhores e mais puras de suas ovelhas, enquanto Caim trouxe dos frutos da terra, que não eram de primeira qualidade. Esta distinção não é apenas sobre o valor material das ofertas, mas sim sobre a espiritualidade e a intenção por trás delas. Abel ofereceu com um coração puro e intenção sincera, buscando elevar sua alma e se conectar com Deus. Caim, por outro lado, trouxe uma oferta que simbolizava um esforço mínimo e uma conexão superficial com o divino.

Simbolismo das Ofertas

As ofertas de Caim e Abel também têm um simbolismo espiritual. Caim, sendo agricultor, representa o lado material e a terra, enquanto Abel, como pastor, simboliza a dimensão espiritual e celestial. As ofertas refletem essas diferentes naturezas: a oferta de Caim é da terra, o reino do mundano, enquanto a oferta de Abel é do rebanho, simbolizando um sacrifício espiritual mais elevado. A aceitação da oferta de Abel e a rejeição da oferta de Caim indicam a preferência divina pela pureza e sinceridade espiritual sobre o mero cumprimento material das obrigações.

A Reação de Caim

A inveja e o ressentimento de Caim são vistos como forças negativas que se apoderaram dele. Essa inveja é uma manifestação do mal que Caim não conseguiu dominar, apesar do aviso de Deus. É enfatizado a importância de dominar essas forças internas negativas para alcançar a verdadeira conexão com Deus. Caim falhou em fazer isso, e sua incapacidade de lidar com seu ressentimento e inveja levou ao fratricídio.

Consequências Espirituais

O assassinato de Abel não é apenas um crime físico, mas uma violação espiritual que afeta a harmonia do universo. Abel é visto como uma alma justa que foi injustamente tirada deste mundo, e seu sangue clama por justiça. A maldição de Caim, que se torna um errante na terra, é uma metáfora para a desconexão espiritual e a alienação de Deus.

Redenção e Reparação

A jornada de Caim como um errante é uma oportunidade para ele refletir sobre suas ações e buscar um caminho de retorno à graça divina. É destacado que mesmo aqueles que cometeram grandes erros têm a oportunidade de se arrepender e restaurar sua conexão com o divino.

Importante assimilarmos que as intenções por trás de nossas ações são cruciais e que devemos sempre buscar a pureza espiritual e a sinceridade em nossa relação com Deus. A história também serve como um lembrete das consequências de permitir que forças negativas, como a inveja e o ressentimento, governem nossas vidas, e da importância do arrependimento e da busca contínua pela reconexão espiritual.

Publicações Relacionadas

Outras Publicações

Our Faith
Verônica de Souza

The Key To Overcome Every Fear You Face

Fear is a tool the devil uses against us to make us miserable and destroy our lives. It begins as a thought and then creates emotions that can rule us. It often becomes a strong, intense feeling that tries to move us to make a foolish action or tries to prevent us from doing something that would be good for us. Simply put, fear is the opposite of faith. God wants us to walk by faith, and Satan wants us to walk by fear. When we learn to live by faith and not let fear rule our life, we can live a fulfilling, satisfying, peaceful and joyful life in Christ.

Leia mais
Pregador Bem-Sucedido
Geziel Gomes

Por que devemos estudar a Bíblia?

Devemos estudar a Bíblia porque ela é a Palavra dada por Deus para a nossa edificação espiritual. Devemos estudar a Bíblia porque ela é a

Leia mais
Devocional
Déborah Freire

Davi

Enquanto um exército, eu disse EXÉRCITO, se esconde diante de um único inimigo, alguns dos irmãos de Davi aparecem na história apenas para prová-lo. Estes

Leia mais