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Ourives, marceneiro e perfumista

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Sempre fiquei impressionada com o poder de Deus para criar. Aliás, é assim que Ele se apresenta no início da revelação bíblica: o Criador. Mas Bezalel me ensina que Ele tem prazer em nos capacitar com sua criatividade. Não sabemos muito sobre Bezalel antes do tabernáculo, mas quando ele desponta no cenário bíblico, conhecemos um homem, a quem o próprio Espírito de Deus encheu de toda habilidade, inteligência e conhecimento. Agora ele elabora desenhos, trabalha com ouro, prata, bronze e pedras preciosas. Mas a diversidade do dom é tão grande, que ele também é hábil com madeira e como se não bastasse, sabe harmonizar aromas e produzir perfume!

A capacitação divina é perfeita: o fogo do ourives que molda o ouro e a prata também pode queimar a madeira na mão do marceneiro. É preciso dominar o processo para cada tipo de material: os mais resistentes são moldados e purificados pelo fogo, enquanto os mais frágeis podem ser consumidos por ele. É aí que entra a destreza do artista. Bezalel está apto a forjar, mas também sabe lixar. A mão firme e forte que molda o metal e corta a madeira, também tem a delicadeza para lidar com as ervas aromáticas para o óleo do incenso e da unção. Ele sabe que existe um método e uma ferramenta para cada tipo de material. Os mais fortes passam pelo fogo. Os mais frágeis não podem suportá-lo. Outros, precisam dele para ativar o seu propósito. Essa é a beleza da diversidade de dons com que foi presenteado. Quantas habilidades! Que diversidade de dons!

Ao ler a história de Bezalel, sinto que há uma realização divina em nos presentear com criatividade. Deus gosta que sejamos criativos. Tanta diversidade dada pelo próprio Espírito, o mesmo que se movia sobre a face das águas quando tudo ainda era caos, não pode ser menosprezada.

Mas Bezalel não trabalha sozinho, porque o dono dos dons, que distribui a cada um, segundo o seu querer, Ele sabe o valor da cooperatividade: junto com Bezalel, a Bíblia também nos apresenta Aoliabe, bordador, desenhista e costureiro. A arte de um complementa a do outro. Elas não brigam entre si, mas se completam. Além disso, eles foram capacitados a ensinar a outros aquilo que aprenderam. E aí ganhamos mais uma lição: de nada vale a arte sem humildade, antes, é preciso compartilhar o conhecimento com quem possa dar continuidade ao processo criativo. E antes que alguém pense em qualquer tipo de predileção divina, o texto diz que o ‘Senhor deu sabedoria a todo homem hábil, cujo coração o impeliu a se chegar à obra para fazê-la’ (Êx.36.2). A fonte da inspiração divina é inesgotável e Ele presenteia com habilidade e inteligência todo aquele que se move em direção a sua obra para a fazer.

Sejamos criativos! Deixemos aperfeiçoar em nós todo o dom que Ele nos dá! É interesse do Céu nos presentear com criatividade e que a usemos em prol do seu reino. Existe beleza na criação!  Que essa beleza seja manifesta na obra das nossas mãos.

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