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Tecnologias digitais no ensino de Escola Bíblica Dominical (EBD)

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“Quem ensina, esmere-se em fazê-lo.”

Romanos 12.7

Antes de qualquer discussão sobre ensino no contexto cristão, é preciso ter em mente que ensinar é um dom de Deus (Rm 12.6), e aquele que ensina, precisa fazê-lo com esmero e dedicação, como ordena a Bíblia.

No que diz respeito à inserção de novas tecnologias no processo ensino-aprendizagem no ambiente educacional, bem como em nossas salas de EBD, é preciso levar em consideração a importância e o papel dos elementos envolvidos no processo: O aluno, o professor, o saber e o recurso digital.

Em primeiro lugar, deve-se reforçar a ideia de que ‘a maior tecnologia que existe é a mente humana, superior em complexidade ao melhor computador, porque pensa, relaciona, sente, intui e pode surpreender sentidos, emoções e razões’  (MORAN, 1995).

Em segundo lugar, é preciso ter consciência de que a tecnologia por si só não pode melhorar ou piorar nada, mas sim a maneira como ela é utilizada. O poder da mudança está nas mãos de quem a manipula.

Por último, entender que ‘não se trata aqui do uso da tecnologia a qualquer custo, mas o que existe é uma necessidade de acompanhar consciente e deliberadamente uma mudança de civilização’(LÉVY, 1999).

Sendo assim, o que propomos aqui é uma breve reflexão sobre o papel de cada elemento envolvido no processo ensino-aprendizagem, com ênfase na Educação Cristã, voltada para o público adolescente.

Passemos a uma breve análise sobre o papel de cada elemento envolvido no processo ensino-aprendizagem.

1) O aluno

Quem é esse aluno adolescente ?

Da metade dos anos 90 até o ano de 2010, nascia a Geração Z, também conhecida como iGeneration. Eles não conheceram o mundo sem internet, não imaginam a vida offline.

“O exponencial aumento no uso de computadores visto nas últimas décadas deu origem a uma nova geração multitarefa, imediatista e falante da “linguagem digital”. Essa geração tem sido referenciada como a “Geração Z”. O Z vem do inglês “zapping” e se refere a mudar canais rapidamente quando assistimos à TV, ignorando os que não nos interessam. Essa troca constante de “canais” – de informação – é normalmente observada nessa geração” (TOLEDO; ALBUQUERQUE; MAGALHÃES, 2012).

Esses jovens têm acesso a um mundo de informações ao simples toque na tela. São nativos digitais, usam internet, celulares, ipads, ipods, smartphones, jogos eletrônicos. Estão conectados nas redes sociais e são apaixonados por tecnologia.

Por isso, dentre as muitas vantagens que os recursos digitais podem ter, apontamos aqui duas que dialogam mais de  perto com essa conexão entre os adolescentes e as novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs): primeiro, o uso dos recursos digitais cria um vínculo maior de empatia entre aluno e professor, uma vez que esse aluno se sente acolhido e reconhecido quando lhe é proposta uma atividade numa linguagem que seja natural e atrativa para ele, o que nos direciona imediatamente para o segundo argumento: ao inserir o aluno num ambiente que lhe é familiar, o digital impulsiona um maior engajamento por parte desse público, já que eles se envolvem mais com um tipo de linguagem dominada por eles, proporcionando um ambiente de segurança, por onde eles podem transitar com muita naturalidade.

Vale também ressaltar o aspecto multisensorial do digital. Essa geração Z é multitarefa e ter um recurso que estimule mais de um sentido ao mesmo tempo, como é o caso das ferramentas digitais, atrai o seu interesse imediato e a resposta deles a esse tipo de proposta geralmente é rápida e satisfatória.

2) O professor

No que diz respeito ao conhecimento da Palavra de Deus, não há o que discutir: é obrigação ler, meditar, conhecer e principalmente praticar os ensinamentos da Bíblia. O professor não pode ensinar o que não sabe e nem ser exemplo do que não faz.

Quanto ao uso das novas tecnologias em suas aulas, é desejável que o professor de EBD para adolescentes esteja pelo menos disponível a tentar inserir alguma atividade digital em suas práticas. O digital não é obrigatório; ele é apenas um recurso e, como tal, não substitui o conhecimento da Palavra de Deus. O recurso não deve ser o centro do processo ensino-aprendizagem em si, ele é um meio e não o fim.

No entanto, o professor que consegue fazer bom uso dos recursos digitais tende a alcançar maior aceitação de suas propostas e um interesse maior em se envolver com elas por parte desse adolescente.

Cabe ainda ressaltar que essa geração precisa fazer um caminho de volta: atividades ‘analógicas’ que os tirem um pouco dessa realidade virtual na qual estão naturalmente inseridos, são sempre bem-vindas e até mesmo necessárias. Entretanto, o uso do digital traz para dentro da EBD a naturalização da aprendizagem tal qual já é vivenciada por eles em outras situações do dia a dia, dentro e fora da escola.

3) O saber

Com o advento da era digital, o saber mudou e a relação com esses novos saberes também precisa ser repensada.

As novas relações com o saber na era digital.

  • O saber estático X o saber flutuante

O saber não está mais agarrado a uma folha de papel dentro de um livro ou uma enciclopédia. Ele agora é flutuante, tangível em tempo real. A velocidade com que a informação circula faz com que a novidade do momento seja obsoleta em minutos. Se tem um público que acessa esse incontável número de informações, esse público é o de adolescentes. É fundamental que o professor esteja inserido nesse universo de curiosidade e busca pela informação.

  • O saber centralizado X o saber descentralizado

O saber agora não está mais centralizado na figura do professor. O acesso à informação na rede provocou o que Pierre Lévy chama de ‘desterritorialização’ do saber. A Internet desfez as barreiras de tempo e espaço tornando as informações que permitem a construção do conhecimento acessíveis a qualquer um, a qualquer hora e em qualquer lugar.

  • O saber isolado X o saber colaborativo

Na internet é possível construir um saber colaborativo. O saber isolado vai perdendo espaço para a grande rede de construção de uma inteligência coletiva. Além disso, o texto em hiperlink, nos permite formar uma teia de pensamentos: ao conectarmos as várias informações espalhadas pela rede, selecionarmos as que nos interessam e a partir das relações que estabelecemos entre elas, formarmos nosso conhecimento sobre determinado saber. É desejável que o professor de EBD estimule seus alunos à pesquisa e à investigação, promova o debate, faça com que os alunos procurem respostas e orientações à luz da Bíblia para os mais diversos assuntos que lhes trazem dúvida e inquietação. Reunir as informações que eles trazem e construir com eles, coletivamente, o caminho do conhecimento, é enriquecedor demais e torna a aprendizagem mais significativa.

  • O saber passivo X o saber participativo

Não, o saber não é mais passivo. Não cabe mais em  nossa sala de aula espaço para aquele aluno que ouve e absorve tudo o que o professor fala, sem esboçar qualquer tipo de reação. O adolescente de hoje é conectado com o que acontece no mundo, é questionador e está cada vez mais ativo e participativo dentro do processo ensino-aprendizagem.

Tornar o aluno protagonista da ação e conduzi-lo à autoria do seu próprio aprendizado é o desafio do professor de EBD nesse tempo.

4) O recurso digital

Quais as vantagens do uso das novas tecnologias de comunicação no processo ensino-aprendizagem?

  • O aspecto multissensorial da máquina envolve mais de um sentido ao mesmo tempo em uma atividade, estimulando a produção e a criatividade. Também proporciona uma maior autonomia do aluno;
  • As informações chegam em velocidade e quantidade infinitamente superiores, facilitando a pesquisa e instigando a curiosidade;
  • A internet rompe as barreiras de tempo e distância, o que otimiza a comunicação e coloca o mundo inteiro ao alcance da ponta dos dedos;
  • Os recursos digitais já estão naturalmente incorporados ao dia a dia desses alunos, por isso incluí-los em nossa prática de sala de aula desperta o interesse e facilita a aprendizagem.

Vale ressaltar que a realidade das nossas igrejas é a de uma Escola Dominical, em que o ensino da Palavra se dá pelo tradicional modo expositivo, e que muitas ainda não dispõem nem de recursos multimídia nem de pessoal capacitado para usá-los. O que se propõe é uma reflexão sobre o possível uso destes recursos como otimizadores ou dinamizadores do ensino, respeitando bem os limites que há entre o que seria ideal e o que é real.

Com o objetivo de encurtar essa distância entre o real e o ideal, propomos em nosso portal algumas atividades interativas, online e de fácil acesso e compartilhamento.

Para conhecer e usar nossas atividades, clique aqui.

Esse é um espaço em constante construção. Se você deseja contribuir com a elaboração de conteúdos digitais para as salas de aula da EBD, entre em contato conosco e seja um colaborador.

REFERÊNCIAS

LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo. Editora 34. 1999.

MORAN, J. M. Novas tecnologias e o reencantamento do mundo. Revista Tecnologia Educacional, v.23, n.126, p.24-26, 1995.

TOLEDO, P. B. F.; ALBUQUERQUE, R. A. F.; MAGALHÃES, A. R. O Comportamento da Geração Z e a Influência nas Atitudes dos Professores. In: IX SIMPÓSIO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO E TECNOLOGIA – SEGeT, 2012, Rio de Janeiro. Anais… Rio de Janeiro: AEDB, 2012.

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