Temos que cuidar das nossas ações à luz da Palavra, dos nossos relacionamentos e da nossa espiritualidade, pois é plenamente possível o crente cair em tentação e perder a salvaçãoi. Digo mais: o crente pode pecar e perder-se para sempre, em que seu relacionamento e aliança com Deus podem ser rompidos, dando lugar ao pecado e a transgressãoii. O livro de Ezequiel deixa claro que o juízo de Deus atingirá aqueles que se afastam de sua Justiça. Portanto, subjazemos ao Reino de Deus e Sua Justiça, para que sejamos lembrados e abençoadosiii.
No mundo natural, assim como no espiritual, somos seres limitados e sem astúcia diante do Poder de Deus. Eu e você precisamos reconhecer quão insignificantes nós somos. Necessitamos mais e mais do poder vivificante do Consolador por meio da Sua presença. Somente Ele pode findar o seu inverno e permitir a primavera entrar na sua vida! Devemos buscar Sua Presença a cada dia, usando a fé como instrumento inseparável de batalha. A fé em Cristo Jesus é imputada e atribuída por Deus ao pecador, como justiça. Por meio da Justiça de Deus percebemos como Ele é justo. É essa Justiça, do Deus justo, que justifica os pecadores!
Para que nossos pecados sejam justificados, primeiro, precisamos reconhecê-los e decidir não os praticar maisiv. Quem faz isso, rejeita o pecado em sua vida e reconhece que necessita de Jesus para ser salvo. O Espírito Santo nos conduz ao verdadeiro arrependimento e nos leva a mudança real de vida. Falando nisso: Você já se arrependeu dos seus pecados hoje?
Se nós não nos arrependermos dos nossos pecados e não os abandonar, podemos morrer neles, e teremos como resultado a segunda morte, a morte eternav. Por isso, precisamos cuidar para não naufragar na fé e perecer eternamentevi. Na epístola paulina para Timóteo o naufrágio na fé assume necessariamente o significado de irreversibilidade, de derrota final. Que não naufraguemos nas águas profundas da morte!vii
Mas aquele que crê não será salvo? Sim, quem crer será salvo!viii Mas, o significado total da passagem de Marcos 16.16 é de que aquele que crer e perseverar na fé será salvo, e, aquele que perseverar na incredulidade será condenado. Não temos o controle do nosso tempo de vida. Por isso, devemos lutar diariamente contra o pecado e reconhecer e adotar os fundamentos bíblicos como um estilo de vida, integrando-os em nossas vidas como nossos próprios fundamentos. Vemos isso na primeira carta de Paulo aos Coríntios: Se aquilo que alguém edificar sobre os fundamentos permanecer, esse receberá recompensaix.
Nossos fundamentos são como sandálias que trajamos. As sandálias são um artefato que usamos para percorrer os terrenos do nosso dia comum, algo que seja aderente à realidade do homem. Nesta analogia, quero dizer que as sandálias são amarradas pelas correias da realidade puramente humana, incluindo sua natureza pecaminosax.
Para reconhecermos nossos pecados, precisamos retirar nossas “sandálias” e aceitar integralmente o Cristo. Precisamos anular e esquecer nossos fundamentos caídos, como nossas emoções, desejos carnais e pensamentos perversos. Quando Deus pede para Moisés retirar suas sandáliasxi; quando Deus pede para Josué descalçar suas sandáliasxii; e quando João Batista diz que não é digno de desamarrar as sandálias de Jesusxiii, Ele quer dizer, nos dois primeiros momentos citados, que, para acessar o terreno de Deus e assumir um real relacionamento com o Eterno, precisamos abandonar nossos próprios fundamentos. Quando João Batista diz que não é digno de desamarrar as correias das sandálias de Jesus, ele reconhece que os fundamentos de Deus são inabaláveis e permanentes. Retire suas “sandálias” e adentre ao terreno de Deus, integralmente!xiv
i Colossenses 2.8
ii Ezequiel 18.24
iii Mateus 6.33
iv Atos dos Apóstolos 3.19
v Salmo 89.30-35
vi 1 Timóteo 1.18,19
vii Salmo 69.14
viii Marcos 16.16
ix 1 Coríntios 3.14
x Romanos 5.12
xi Êxodo 3.5
xii Josué 5.15
xiii Lucas 3.16
xiv Apocalipse 3.16