Cada pessoa neste mundo alimenta desejos escondidos de coisas realmente novas. A rotina é entediante e pode conduzir à mediocridade. Sonhamos permanentemente com renovação. Quando isto deixa de acontecer, eis que começamos a definhar. Mais na alma, que no corpo.
A vontade de singrar novos mares mantém exuberante a esperança e serve de combustível para realimentar todos os sonhos. De ontem e de hoje.
Os personagens verdadeiramente extraordinários das Escrituras foram pessoas inconformadas com o vulgar e o repetitivo.
Jesus jamais incorporou ao Seu currículo a mesmice dos fatos. Foi um inovador extraordinário, pois contava com o substrato de uma divindade que a ninguém era visível, mas jamais deixou de ser autêntica.
A sabedoria do Espírito ao dirigir a Igreja tem este enfoque singular: a capacidade de manter o antigo que é permanente e a ele associar o novo que lhe é indispensável.
Vejamos um simples exemplo.
Mais que por uma razão semântica ou filológica, o velho Saulo cedeu lugar ao novo Paulo, At 7.58; 13.13: um novo nome.
O avalista de homicídios entre os cristãos se torna disposto a morrer pelo Cristo que antes combatia: uma nova natureza, At 9.8-12,17,18; Gl 2.20, etc.
O perseguidor de “hereges” converte-se no maior apóstolo da “nova seita”, At 9.15,16: uma nova missão.
Depois de fazer das sinagogas um centro comunicador de ódio anticristão, passar a utilizar as mesmas sinagogas para mostrar ser Jesus o Filho de Deus, At 9.20: uma nova paixão. Admira-nos profundamente hoje o fato de tanta gente entrar na Igreja e nela permanecer sem que se percebam sinais claros de coisas novas em sua vida.
Servir a Jesus significa abandonar o velho caminho de trevas e começar a andar pela trilha da luz, algo inteiramente novo. Que as decisões na Casa de Deus não sejam fruto de um emocionalismo vazio ou pressão circunstancial.
Que cada pessoa que chega às águas do batismo possa repetir, em alto e bom som. Com Paulo e como Paulo: “Eis que tudo se fez novo”. II Co 5.17.
Texto original disponível em: http://prgeziel.blogspot.com/2008/01/eis-que-tudo-se-fez-novo.html