“Depois disso, José de Arimateia pediu a Pilatos o corpo de Jesus […] Com a permissão de Pilatos, veio e levou embora o corpo. Ele estava acompanhado de Nicodemos, aquele que antes tinha visitado Jesus à noite. Nicodemos levou cerca de trinta e quatro quilos de uma mistura de mirra e aloés. Tomando o corpo de Jesus, os dois o envolveram em faixas de linho com as especiarias, de acordo com os costumes judaicos de sepultamento.” (João 19.38-40).
Jesus já estava morto. O propósito do Gólgota havia se cumprido.
Grande parte de nós sabe o que isso representa dentro do Plano da Salvação, mas esse não é o foco deste texto.
O que me chama atenção é que, agora, Jesus é apenas um corpo morto.
Não se trata mais do Messias que operava milagres, do Cristo que atraía multidões com suas palavras. O que Ele poderia oferecer naquele momento?
É diante desse cenário que José de Arimateia e Nicodemos aparecem.
A intenção deles não era tirar vantagem. Usaram a influência e o acesso que possuíam para cuidar do corpo de Jesus e, em seguida, providenciar o sepultamento.
E aquilo que poderia ter sido usado em tantas outras coisas, eles escolheram investir em um corpo morto — em algo que não lhes traria nenhum retorno.
Foram os que entraram em cena quando “os de perto” haviam desaparecido.
Investir em “histórias” vivas é o que mais vemos. Dedicar-se a quem pode nos dar algum retorno é algo comum.
Acreditar nas pessoas apenas quando estão em suas melhores versões? Isso já lhes é oferecido. Isso não é honra, é interesse.
Algumas pessoas não estão como um dia as conhecemos.
E quem sabe não seja exatamente agora, quando menos “merecem”, que mais precisam ser amadas.
Algumas “alianças” não passam da mesa.
Alguns “fechamentos” só permanecem firmes até antes dos pregos nas mãos.
“Corpos mortos” nos ensinam que nem sempre quem veio conosco até aqui seguirá conosco até o fim.
Olhe ao seu redor!
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A sua série pode esperar.
Há muitas histórias “mortas” em seus calvários esperando alguém disposto a investir nelas, sem interesse.
Uns serão lembrados por abrir feridas.
Outros serão lembrados por limpá-las.