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Razão versus Fé?

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“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.

Rm 12.1-2 ARC

Paulo, quando escreveu essa epístola para a comunidade de Roma, sabia que não era a mesma coisa que escrever para Jerusalém. Roma era a capital do império, o centro nevrálgico da economia, cultura e política.

Concordo com o grande pregador galês, D.D Martyn Lloyd Jones ao afirmar que a epístola aos Romanos é o Pico Everest do pensamento Paulino. Nesse escrito, estão inseridas as principais doutrinas que darão base para o crescimento e sustentação do cristianismo. A intelectualidade do apóstolo unida a sua espiritualidade, são o ponto de equilíbrio dessa carta.

No capítulo 12 e nos versículos um e dois da epístola aos Romanos, Paulo inicia a sua prédica demonstrando a importância da união entre razão e fé, e que uma não pode viver sem a outra. Ser pregador e estudar teologia em nosso tempo é uma tarefa difícil.

Muitos dos nossos líderes e algumas igrejas, infelizmente, ainda acham que o fato de você estudar e dedicar-se à teologia, te transformam numa caricatura do tipo “GELADÃO”.

É muito triste ver que alguns dos meus irmãos que possuem título de bacharel, mestrado ou doutorado, estão sofrendo com a falta de ajuda de suas respectivas igrejas, pois para esses líderes, “a letra mata”. Nesse contexto, a IGNORÂNCIA MATA. Alguns acham que FÉ e RAZÃO são uma espécie de vestimenta, que dependendo do ambiente, usa-se uma em detrimento da outra e vice-versa.

Até chegam ao extremo do pensamento reducionista: a RAZÃO não faz parte do culto à Deus, somente a FÉ.

Existe uma espécie de anti-intelectualismo cultural, vivido em algumas de nossas mais estimadas denominações. Essa crescente aversão é a tudo que seja intelectualmente mais elaborado. Não que isso seja um fenômeno geral; porém esta oposição ao que não se compreende, ou não se quer compreender porque é de difícil entendimento (2Pe 3.15-16), parece estar aumentando no Brasil. O anti-intelectual é um improvisador de crenças mal elaboradas e vendidas como verdadeiras.

Trata-se de um falso HERMENEUTA sem compromisso ético com a construção de saberes científicos ou religiosos coletivos. Sua meta é frequentemente a busca por poder, enriquecimento, ou simplesmente, para preencher um vazio EXISTENCIAL. O maior perigo disso é que os nossos jovens que almejam o episcopado (1Tm 3.1), acham que estudar não é importante e muito menos cultivar o hábito da leitura. Desse modo, uma geração inteira mergulha na ignorância bíblica e doutrinária, pois não consegue responder às perguntas concernentes a fé (1Pe 3.15).

Não obstante, muitos desses jovens estão sendo engolidos pelas pautas progressistas e estão se tornando arautos do modelo de vida secular e levando esse estilo para dentro de nossas igrejas e muitas das vezes pregando isso em nossos púlpitos, como se fossem verdades insofismáveis. Acredito que já passa da hora de nossos líderes acordarem e perceberem que, a FÉ e a RAZÃO andam juntas. Não se pode separar aquilo que Deus uniu. Esse tipo de posição distanciou o evangelho da política, artes, universidades, mídia e ciência. A igreja durante muito tempo, só se preocupou com ela mesma e a família, e com isso, o diabo ocupou as outras áreas. Ainda há tempo, para que os nossos líderes possam incentivar e apoiar aqueles que estão cursando, ou estão desejando aprender a boa teologia (Os 6.3a).

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