Hoje continuaremos nossa viagem sobre a obra de Peterson destacando as seis últimas regras destacadas por ele. Confira!
- Regra 7: Busque o que é significativo. Não o que é conveniente.
Fazer apenas o que dá prazer e o que é gostoso é o mesmo que seguir os impulsos mais baixos – mentir, trair, furtar, manipular e etc. Muitas coisas que consideramos convenientes são passageiras e quanto maior o sacrifício, maior tende a ser o ganho. Por isso é preciso aprender a adiar o prazer.
De acordo com Peterson o maior exemplo de sacrifício por um bem é o de Jesus Cristo. Ele foi aquele que enfrentou o mal de forma consciente e voluntária – determinado a assumir a responsabilidade pela total depravação do ser humano – dando sua própria vida. Melhor mesmo é usar o tempo, o trabalho e o sacrifício – para deixar as coisas melhores no futuro.
- Regra 8: Diga a verdade ou pelo menos, não minta.
Mentir é uma forma clássica de manipular o mundo para obter o que se quer. A mentira é uma estratégia de manipular a realidade pela percepção ou pelo pensamento. O intuito da mentira é garantir um resultado pré-definido, mas mentiras evoluem para o orgulho e o indivíduo termina acreditando – realmente – na própria mentira. Ideólogos fazem isso, culpam governos, migrações, o capitalismo e o patriarcado, por exemplo. Mentem porque querem explicar tudo por meio da ideologia, uma ótica fechada.
De acordo com Peterson, indivíduos desonestos são os precursores do totalitarismo. Os cidadãos soviéticos, por exemplo, negaram o sofrimento que o Estado estava impondo. Para ele, o exemplo comunista extremo – é não reconhecerem a impossibilidade de fazerem um paraíso terrestre – conduziu milhares à morte. Vidas foram sacrificadas por um coletivo e uma utopia. Mas o que salva é ter disposição para aprender o que não se sabe, ao invés de mentir fingindo saber.
Movimentos totalitários tentaram criar o sistema perfeito e não foram verdadeiros, negando os erros evidentes. Neste ponto, Peterson nos lembra que: “NUNCA SUBESTIME O PODER DESTRUTIVO DO PECADO DE OMISSÃO.”
Enfim, a parte mais importante de não mentir – é não mentir para si mesmo. Mentir gera vergonha e por causa a vergonha, as pessoas tendem a distorcer o pensamento para encobrir as consequências de suas ações. As consequências da mentira são severas e não dizer a verdade enfraquece o caráter.
- Regra 9: Presuma que a pessoa com quem está conversando possa saber algo que você não sabe.
Ouvir é prestar atenção. Jordan Peterson relata que é impressionante o que as pessoas dizem quando encontram alguém que está disposta a ouvi-las. Diante de ouvidos atentos, dizem até o que há de errado com elas. E o próximo passo é dizerem como querem se corrigir e só o fato de falarem, ajuda a corrigir mesmo.
Peterson relata também que psicoterapeutas enviesados mau deixam os pacientes falarem e já tem na ponta da língua o nome de algum transtorno. O problema é que os fatos da vida das pessoas são ajustados para se enquadrar nas teorias que esses psicoterapeutas criaram. Como exemplo, muitos freudianos convenceram os pacientes de que sofreram abuso sexual e precisam se recordar. Curiosamente, não é raro uma pessoa criar uma memória lembrando-se de algo, que nem mesmo existiu.
Peterson expressa o desejo de que pacientes saiam do escritório sem carregar a ideologia do seu psicólogo, psiquiatra ou seu psicoterapeuta. O MAIS DIFÍCIL E TAMBÉM IMPORTANTE É APRENDER A PENSAR. Pensar envolve conflito interno, trocar ideias, mudar primícias e ajustar pensamentos e percepções de mundo. Para quem verbaliza o que pensa, encontrar um ouvinte é como encontrar um colaborador e um oponente.
- Regra 10: Seja preciso no que diz.
Segundo Peterson, o caos emerge pouco a pouco nos lares. As coisas desordenadas vão sendo escondidas e as pessoas fingem que nada está acontecendo. É difícil admitir emoções negativas. Maridos, esposas, pais e filhos – vão criando uma névoa para esconder o que não querem ver. Eis aí o problema: NÃO CONFRONTAR O CAOS E PERMITIR QUE ELE SE DESENVOLVA, CAUSANDO MAIS DANOS. SE UM PROBLEMA SURGE, ELE PRECISA SER ADMITIDO.
Pense em uma doença que se tornou fatal por não ser tratada desde o início – assim é em nossas casas e com cada um de nós – se não formos precisos em nossas palavras. Assim que o erro aparecer, fale e corrija o quanto antes.
- Regra 11: Não incomode as crianças quando estão andando de skate.
Coisas perigosas vão acontecer na vida de todos. A superproteção nos atrapalha porque nos desprepara para a vida. O homem, especialmente, é a força que organiza o caos, no lugar do desconhecido.
Contraditoriamente, Peterson nota que os jovens do sexo masculino têm sido atacados, considerados herdeiros do patriarcado e privilegiados. Segundo ele, os meninos são mais competitivos e assumem mais riscos, são mais desobedientes e gostam do que é desafiador e provocativo. Na sociedade moderna, isso é visto de forma negativa e os meninos são incentivados a serem menos homens.
Hoje em dia, ATACAR O SER MASCULINO E DIZER QUE MULHER É UMA INVENÇÃO DE HOMENS DOMINADORES – REVELA A INTENÇÃO DE ANULAR AS DIFERENÇAS NATURAIS DE CADA SEXO.
- Regra 12: Acaricie um gato ao encontrar um na rua.
A vida não é fácil pra ninguém e quando você menos esperar, algo ruim pode acontecer. Um dos sofrimentos mais difíceis de aceitar é o de ver um filho doente. Jordan Peterson passou por isso com sua filha, que teve problemas de saúde seríssimos durante muitos anos. Ela teve Artrite Reumatoide Juvenil. A partir do seu próprio exemplo de dor com o sofrimento da filha, Peterson ensinou que devemos estar preparados para os momentos ruins, a vida é frágil e as pessoas são limitadas.
Odiar a vida por causa do sofrimento, a torna pior e esse não pode ser o caminho. Mesmo diante da dor, as responsabilidades não deixam de existir. Mesmo com uma catástrofe em nossa vida, precisamos dar continuidade as nossas tarefas cotidianas.
Jordan Peterson encerra seu livro convidando a todos a acariciar gatos. Não é literal. É uma forma de dizer a nós que podemos nos maravilhar com o que está ao nosso redor. Em um dia ruim, coisas boas podem acontecer.