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Conservadorismo e a influência judaico-cristã

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Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão. (Gálatas 5.1)

Pois o Senhor é o nosso juiz, o Senhor é o nosso legislador, o Senhor é o nosso rei; é ele que nos vai salvar. (Isaías 33.22)

         Roger Scruton, em seu livro Como ser um Conservador, busca apresentar o conservadorismo como um pensamento político que defende a manutenção das instituições sociais tradicionais. Simplificando: os principais aspectos para um conservador são: a liberdade, a propriedade privada, a família, a religião, a comunidade local, a autoridade, a prudência, obediência, além dos usos, costumes, tradições e convenções.

         Para Scruton, “conservadorismo é a filosofia do vínculo afetivo. Estamos sentimentalmente ligados às coisas que amamos e que desejamos proteger contra a decadência” (SCRUTON, 2020, p.53).

         As tradições políticas e religiosas que cada sociedade desenvolve ao longo de sua história, podem ser consideradas o farol e o tesouro de todo conservador: Para Russel Kirk, filósofo-político e historiador, considerado um dos expoentes do conservadorismo norte-americano, o adágio francês “conservai o que viram vossos pais” é o lema a ser seguido.

         No Brasil, o pensamento conservador teve como precursor, o intelectual mineiro João Camilo de Oliveira Torres. Camilo Torres se empenhou para desenvolver um pensamento conservador que não se encarcerava num escopo puramente político. Foi ele quem afirmou que “Não pode haver conservadorismo brasileiro desvinculado, ignorante ou indiferente em relação à Igreja.”

         À proporção que a religião, seus símbolos e valores vão sendo banidos da esfera da vida pública, a família, base e a fonte dos vínculos afetivos fundamentais, torna-se alvo prioritário do ódio da extrema esquerda, podendo ser considerada, o último bastião contra os avanços do progressismo. Scruton, chega a dizer que “como instituição, a família antiga, formada por pai e mãe, está cada vez mais sob ameaça, já que as pessoas tentam encontrar novas formas de viver juntas e outras maneiras de educar seus filhos” (SCRUTON, 2020, p. 213).

         Entendemos que a sociedade – e os valores que a permeia – está construída sobre a influência dos princípios morais e éticos, fundamentados na cultura judaico-cristã. Sendo assim, torna-se necessário e de suma importância conservar e perpetuar esse legado, para que gerações futuras desfrutem da sabedoria que advém da prática dos princípios e valores bíblicos.

         A influência da cultura judaico-cristã em nosso ordenamento jurídico, possui raízes no Direito Romano, que por sua vez, são derivadas do Pentateuco – os cinco primeiros livros da Bíblia – que chamamos de Lei Mosaica. Os valores jurídicos existentes e o caminho histórico – jusfilosófico – dos princípios morais e éticos, percorreram e influenciaram as instituições e a cultura até chegar ao direito contemporâneo e à visão sociológica a qual pertencemos. Na Lei Mosaica observamos os princípios fundamentais para a existência da sociedade Ocidental. Princípios como a dignidade da pessoa humana (da qual derivam os direitos humanos), o dever da boa-fé nas relações interpessoais (o valor de segurança jurídica) e o valor de igualdade na condição humana, são alguns dos principais eixos basilares do nosso sistema normativo.

         Observe que, está mais do que provado – através de evidências e fatos históricos – a influência judaico-cristã na sociedade ocidental. Nesse sentido, uma nação que desenvolve e aprimora o bom senso, mantendo viva sua cultura através da sua crença religiosa ao longo do tempo, deve ser respeitada e não ter suas liberdades extirpadas.

As comunidades devem ser preservadas, respeitando a verdadeira origem de suas obrigações, respeitando as instituições civis, o funcionamento da lei, a rotina da boa vizinhança e o bom governo. Não podemos marginalizar os costumes e crenças da sociedade ocidental em nome de um “multiculturalismo”, com uma desculpa “cosmética” para uma sociedade “inclusiva”. Este é o argumento utilizado e incitado em nome do “politicamente correto”. Para sermos considerados “inclusivos” somos forçados a renegar e denegrir aquilo que sentimos como nosso. Temos sido forçados a engolir a pauta progressista “goela abaixo”, com todas as coisas usadas para destruir nossos ideais, valores, posicionamentos e, sobre tudo, a nossa fé.

         Uma vez que distinguimos a nossa cultura e os nossos direitos, podemos fortalecer a experiência fundamental da comunidade, partilhando de uma cultura cívica comum, incluindo o respeito pela soberania e liberdade de cada pessoa. Devemos cultivar as comunidades, procurando fazer com que os bens do espírito e os bens materiais sejam comunicados. Mas, pela comunidade, não pelo comunismo. Nós temos o direito de conservar um modo de vida legítimo, com um conjunto de princípios invioláveis como fonte de coesão social.

         Baseados na ótica do brasileiro João Camilo, podemos definir o conservadorismo do seguinte modo: […] “é uma posição política que reconhece que a existência das comunidades está sujeita a determinadas condições e que as mudanças sociais, para serem justas e válidas, não podem quebrar a continuidade entre o passado e o futuro” (DE OLIVEIRA TORRES, 2016, p.32).

Referências

SCRUTON, R. Como ser um conservador. Tradução de Bruno Garschagen; revisão técnica de Márcia Xavier de Brito – 14. ed. Rio de Janeiro: Record, 2020.

DE OLIVEIRA TORRES, J. C. O. O elogio do conservadorismo e outros escritos. Edição Kindle. Curitiba: Arcádia, 2016.

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