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A Voz Que Clamava No Deserto Ecoa Ainda Hoje

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No início da era cristã, surgiu João Batista, pregando, não em palácios, mas no deserto; não em deleites, mas com austeridade; pois vestia-se com pelos de camelo e um cinto de couro e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre (Mt 3.4). Era um daqueles homens que o mundo não foi digno de receber (Hb 11.38) devido ao tratamento que lhe foi dado com sua prisão e morte por decapitação a mando de Herodes (Mt 14.3-12).

Essas eram as palavras de João Batista:

“Voz do que clama no deserto: ‘Preparem o caminho para o Senhor, façam veredas retas para ele. Todo vale será aterrado e todas as montanhas e colinas, niveladas. As estradas tortuosas serão endireitadas e os caminhos acidentados, aplanados. E toda a humanidade verá a salvação de Deus.’”

Lucas 3.4b-6

João Batista não era engenheiro e nem funcionário do ministério da infraestrutura, mas era profeta e servo do Reino de Deus. Sua missão era preparar o caminho para o Senhor. Obviamente que não se referia à pavimentação de estradas. Não veio preparar estradas, mas as pessoas para a vinda do Senhor.

Veio para que os abatidos tenham esperança (vale aterrado), os orgulhosos se tornem humildes (montanhas e colinas niveladas), os desviados retornem ao caminho (estradas tortuosas endireitadas) e os inconstantes tenham perseverança (caminhos acidentados aplanados). Ele veio testemunhar de Cristo para que as pessoas sejam segundo a vontade de Deus.

João Batista preparou o caminho de duas formas:

  1. Pregando o Arrependimento do Pecado; e
  2. Apresentando o Salvador do Mundo.



  • O Arrependimento do Pecado

João Batista não amenizava sua mensagem, mas dizia de forma direta e abertamente:

“Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus.”

Mateus 3.2b

O arrependimento é dar as costas ao pecado. É sentir a culpa, mas não só, ele só é verdadeiro se leva-nos a abandonar o pecado (Tg 2.14-26). Assim, somos transformados em novas criaturas (2 Co 5.17), quando despimo-nos do velho homem e revestimo-nos do novo homem, que segue o modelo de Cristo (Ef 4.20-24; Cl 3.5-11; 2 Co 3.18). Dessa forma, como João Batista também exortava, produzimos frutos dignos de arrependimento (Mt 3.8).  

Nós arrependemo-nos e sentimos profunda tristeza de tantas coisas menores, como oportunidades perdidas, palavras não ditas, decisões incorretas e outras. Há até aquele ditado que diz: “se arrependimento matasse, eu já estaria enterrado há muito tempo”. Quando, na verdade, o arrependimento pode ser o primeiro passo rumo à Vida Eterna (2 Co 7.9,10).

Se nós arrependemo-nos dessas coisas, devemos ainda mais arrepender-nos do pecado. É uma vergonha arrepender-se de coisas menores e não se arrepender do pecado, pois este afasta-nos de Deus (Is 59.2) e leva à perdição (Mt 3.10,12).




  • Apresentando o Salvador do Mundo

Quando Jesus foi batizado por João Batista o céu abriu-se, o Espírito Santo desceu e pousou sobre ele em forma de pomba e uma voz dos céus disse: “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado” (Mt 3.13-17).

Deus havia dito a João Batista que ele reconheceria o Filho de Deus quando ele visse o Espírito Santo descer e permanecer sobre Ele (Jo 1.33-34). Quando ele viu tudo aquilo acontecendo com Jesus, apresentou o salvador do mundo com as seguintes palavras:

“Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.”

João 1.29b

João Batista apontou o caminho: Jesus! Dizia que ele mesmo só batizava com água, mas que depois dele viria alguém maior e que ele não seria digno nem de desamarrar as correias de Suas sandálias (Mt 3.11-12; Jo 1.26-27). Dizia que era necessário que Jesus crescesse e que ele diminuísse (Jo 3.30). E deu o seguinte testemunho: 

“Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.”

João 3.36



  • Não é a mensagem de João Batista, mas do Reino!

Apontar a necessidade do arrependimento do pecado e a fé em Jesus Cristo não é apenas a mensagem de João Batista, é a mensagem do Reino de Deus.

Vejamos:

  1. Pedro também pregou o arrependimento do pecado (At 2.38; 3.19) e testemunhou que, além de Jesus, não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos (At 4.12).
  2. Paulo também pregou o arrependimento (At 17.30; 26.20) e testemunhou que Deus deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade, pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo (1 Tm 2.3-6).
  3. O próprio Senhor Jesus também fez o mesmo. Quando começou a pregar, Suas palavras iniciais foram: “Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus” (Mt 4.17b ARC). Foram exatamente as mesmas palavras de João Batista. E Ele mesmo disse a respeito de si: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6 ARC).

Portanto, além de João Batista, os apóstolos e o próprio Cristo também pregaram o mesmo. Isso reforça a importância dessa mensagem e que, mesmo que aparente ser simples (1 Co 1.18-25), é essencial aos homens. Pois ela é capaz de transformá-los e reconciliá-los com Deus (2 Co 5.17-20). Essa não é a mensagem de um homem, é a mensagem de Deus aos homens!




  • A Voz que Clamava no Deserto Ecoa Ainda Hoje

João Batista não pregou na TV, no rádio, na internet ou em qualquer outro meio de comunicação em massa. Ele pregou no deserto, contudo, sua voz atravessa o tempo e limites geográficos e ecoa até os dias de hoje. Essa voz nos alcançou e chega aos nossos corações chamando-nos também ao arrependimento e à fé em Cristo.

Nos dias de João, alguns fariseus fugiam dessa mensagem e justificavam-se a si mesmos. A esses, João exortava com as seguintes palavras: 

“Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” e “está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo.”

Mateus 3.7b,8,10

Não sejamos como os fariseus, ao contrário, sejamos como as multidões de Jerusalém e da região da Judeia que iam ao deserto ouvi-lo, confessando seus pecados. E lembremo-nos das palavras de Cristo:

“[…] haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não precisam arrepender-se.”

Lucas 15.7b

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