Deus é um Deus que valoriza o planejamento.
As escrituras revelam que Ele definitivamente não é um Deus de improvisos. Toda sua criação reflete os traços de um Deus meticuloso, cuidadoso, diligente e muitíssimo inteligente. Suas obras revelam verdadeiro gozo e sensação de prazer inenarrável para quem as contempla. Quem já não se pegou observando as obras de suas mãos e não teve a nítida certeza que aquilo só poderia ser obra de Deus pela perfeição apresentada?
Dentre os muitos planos que vemos se apresentar, o ser humano é talvez o mais engenhoso. Em todos os sentidos o ser humano é complexo, a começar pela estrutura tridimensional que ele é feito. Corpo, alma e espírito presentes no mesmo lugar apresentando individualidades extremamente específicas. Em toda criação não se pode achar algo tão divino.
Sob a luz desta maravilhosa criação, Deus fez a mulher. Aqui toda falácia de menos importância já cairia por terra, pois é fato que Deus não escolheu imprimir sua imagem e semelhança apenas na figura masculina.
A mulher estava presente nos mais remotos pensamentos de Deus no que tange a humanidade. Portanto, ao analisarmos com cuidado, podemos tranquilamente afirmar que Deus não só planejou a mulher, mas Ele tem grandes pensamentos a seu respeito.
E o que Deus tinha em mente para a mulher? Gênesis 2.18 afirma: “ O Senhor Deus disse ainda: – Não é bom que o homem esteja só; farei para ele uma auxiliadora que seja semelhante a ele.”. Faz-se necessário pensar que o próprio Deus exprime a ideia central para sua criação, auxiliar era a intenção primária de Deus para a mulher. Levando-se em conta que Deus nunca erra e tem pensamentos maiores a nosso respeito ( Is 55.8,9), quando Ele determina seus pensamentos a respeito da mulher, podemos afirmar categoricamente, este é o lugar mais alto que uma mulher pode ocupar, o lugar de auxiliadora.
É importante notar que nosso adversário, o Diabo, tem como premissa básica nos retirar do lugar que Deus sonhou para nós. Ao analisarmos a história de Eva e sua fatídica queda, a serpente não a leva diretamente a renunciar sua posição de auxiliadora, mas ele usa a posição de auxiliadora para promover sua queda. Sua tática não mudou, o Diabo continua a contorcer o belíssimo chamado que Deus deu a mulher. Frutos vistosos continuam sendo oferecidos pelo alto do preço do sacrifício do chamado dado por Deus a mulher.
Poder de uma ideia
É fato que foi Deus quem criou, de forma literal, o pensamento, a memória, o raciocínio. E se pararmos para refletir esses feitos chegaremos a compreensão que foi uma ideia nada além de incrível. Para se ter certeza desta afirmação, basta que se pense por alguns segundos o que seria o homem sem essas características. Parece realmente tenebroso, e mais do que isso, revela a impossibilidade de se continuar com a existência humana, pois tudo o que vivemos está intrinsecamente ligado ao que sabemos, ao que conhecemos e ao que escolhemos hoje e escolheremos no futuro.
Com esta realidade em mente, podemos categorizar os pensamentos em um dos fatores mais importantes para a existência humana. O que passa por nosso pensar guiará nossa vida como um todo. Somos o que pensamos ( Pv 23.7a). Não é sem propósito que a serpente tenha levado Eva a pensar antes de praticar a desobediência.
No tocante a isso podemos concluir que toda ideia traz consigo poder, poder de mudar atitudes, posicionamentos, intenções, ações. É categórico: As ideias movem o mundo. Desvalorizar este poder é estar as portas de uma derrota iminente.
Esta realidade torna a missão que Deus deu a mulher ainda mais atraente, pois para esta empreitada Deus escolheu as mulheres para auxiliar, ajudar no seu desenvolvimento de maneira mais excelente.
Ideias destruidoras
Como já dito, a história traz consigo ideias boas e ruins, algumas verdadeiramente muito ruins. Poderíamos falar de homens com ideias destrutivas, porém vamos nos ater a mulheres que poderiam ter mudado o curso da história se tivessem pensamentos mais elevados, porém resolveram entrar para história como precursoras de pensamentos destruidores e que não deixam por isso de ser também revolucionários.
O ano é 1792, Mary Wollstonecraft, considerada a primeira pensadora feminista da história, publica uma obra que basicamente inaugura o movimento feminista chamado: Vindication of the Rights of Woman (Reivindicação dos direitos da mulher). Nesta obra ela destaca quatro frentes de atuação que são: direitos humanos, ideais republicanas, condição jurídica da mulher enquanto esposa e a educação dada a ela, sendo esta a sua principal preocupação. Mary trouxe com seus pensamentos a ideia de que as mulheres sempre tiveram uma vida muito fácil, sendo exigido dela apenas superficialidade e aparência. Ela escreveu: “ É verdade que as mulheres são providas com comida e roupa, sem que se esforcem nem fiem”.
Existem muitos equívocos nos pensamentos de Mary e talvez algumas hipérboles, fato é que Mary traz o pensamento questionador para o debate se baseando algumas vezes em premissas verdadeiras, porém, não raras vezes, excluídas de seus pontos positivos, onde se deseja revolução pela revolução e com isso começa a brotar no coração feminino sementes de insatisfação que vemos perdurar até hoje, onde até o fato de ser privilegiada passou a ser um problema.
Agora pulamos para o final da primeira onda feminista onde podemos encontrar uma mulher de nome Margaret Sanger, que rompe a barreira de luta pelos direitos civis e passa a discursar a favor do divórcio, contracepção e aborto.
Entrando na segunda onda propriamente dita temos um trio que verdadeiramente contribuiu muito para o avanço da pauta feminista e espalhar a nuvem negra da revolução para a sociedade : Margaret Sanger, Betty Friedan e Simone de Beauvoir.
A obra de Simone intitulada: O segundo sexo, foi considerada a “Bíblia do Feminismo”. Simone demonstrou ao longo dos anos sua total defesa a pedófilos, relativização de atitudes pederastas e incestuosas, não é de se admirar sua relação completamente degradante com Jean-Paul Sartre onde mantinham atitudes inescrupulosas aliciando meninas, alunas menores de idade de Simone,para manterem relacionamento sexual com Sartre.
Betty Friedan contribui para o movimento feminista com o livro “A mítica feminina”, onde o alvo de sua insatisfação eram as donas-de-casa, se opondo a vida conservadora, matrimônio e maternidade. Ela chega alegar que a vida de dona-de-casa era perigosa para a saúde mental assemelhando esta função a uma concentração nazista.
Para fecharmos esta ligeira avaliação pelas mentes distorcidas destas teóricas feministas não podemos deixar de citar Judith Butler, teórica da terceira onda, que alavanca o conceito de ideologia de gênero, elencando o termo feminino a mera artimanha masculinista.
São anos de disseminação do pensamento feminista, impossível de esgotar cada um em seus detalhes neste artigo, mas com essas informações podemos ter um vislumbre de como nenhum pensamento é inofensivo. Mulheres se propuseram a pensar, arquitetar e disseminar aquilo que elas acreditavam ser o melhor para o tempo em que viviam ou até mesmo para as futuras gerações.
Mentalidade Redimida
A história de como o aborto foi legalizado nos Estados Unidos começa com uma jovem chamada Norma Leah McCorvey de 21 anos que buscava o direito a um aborto legal alegando ter sido vítima de um estupro. Sem provas do ato ela saiu diversas vezes derrotada do tribunal e suas advogadas recorreram até que o caso chegou a Suprema Corte dos Estados Unidos. A Suprema Corte decidiu em favor da moça alegando direito à privacidade – décima quarta emenda – e estabeleceu que ela podia decidir por si mesma a continuidade ou não da gravidez. No final do processo, a criança de Norma já tinha sido enviada para adoção. Este caso promoveu uma série de discussões na Corte levando a mesma, a definir, que o aborto deve estar disponível sempre que for necessário para proteger a saúde da mulher.
Após essa conquista, Norma passou a militar pela causa abortista , inclusive trabalhou em uma clínica de aborto. Em 1980 ela admitiu ter mentido sobre ter sido estuprada e que havia sido usada por suas advogadas ativistas que procuravam na época alguém para questionar a lei estadual do Texas que proibia o aborto.
Impossível avaliar o tamanho do estrago, as quatro décadas que seguiram esse fato, milhares de abortos foram feitos legalmente no país. Em 1997, Norma declarou em sua obra biográfica o seguinte:
“Estava sentada nos escritórios da OR quando notei um cartaz de desenvolvimento fetal. A progressão era tão óbvia, os olhos eram tão doces. Doeu meu coração só de olhar para eles. Eu corri para fora e, finalmente, me dei conta. “ Norma”, eu disse pra mim mesma: “Eles estão certos”. Eu trabalhei com mulheres grávidas durante anos. Eu já tinha passado por três gestações e partos. Eu deveria saber. No entanto, algo nesse cartaz me fez perder o fôlego. Continuei vendo a foto daquele embrião de 10 semanas e disse a mim mesma que é um bebê! É como se escamas caísse dos meus olhos e eu de repente entendesse a verdade – isso é um bebê!Eu me senti esmagada pela verdade dessa percepção. Eu tive que enfrentar a terrível realidade. O aborto não era sobre “produtos da concepção”. Não era sobre “períodos perdidos”. Era sobre crianças sendo mortas no ventre da mãe. Todos esses anos eu estava errada…”
“Eu me senti esmagada pela verdade dessa percepção.”
Começamos este artigo constatando o poder que Deus deu a mulher de semear nas vidas que estão ao seu redor, um poder que pode ser usado para o bem e para o mal, concluímos que algumas mulheres usaram esse poder de forma destruidora, porém esta não é a única constatação que fazemos aqui, pois o contrário também é verdadeiro, boas ideias podem iluminar corações, podem destravar mentes, esmagar mentiras e enaltecer os melhores pensamentos que existe, os pensamentos do Criador.
Hoje somos convocadas a voltarmos ao Éden, resgartarmos nosso poder de influência e usarmos nossos pensamentos, palavras e ações no estabelecimento do Reino de Deus nas mentes e nos corações de todos que estiverem ao nosso redor.
Bibliografia
CAMPAGNOLO, Ana Caroline. Feminismo: perversão e subversão. Campinas, Sp: Vide Editorial, 2019. 402 p